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postado em: 9/4/2009
A Quem Honra, Honra!
"Há pessoas que observam as regras de honra como se vêem as estrelas: de longe". – Victor Hugo, escritor e poeta francês.
Estava zapeando na internet quando me deparei com um artigo cujo tema era “Recepcionista para Área de Saúde: Desenvolvendo Competências”.
Não sendo profissional da saúde (exceto quando se trata de saúde espiritual) apenas meu interesse na área de Administração, na qual também sou graduado, me fez continuar a leitura, uma vez que o princípio é o mesmo: basta pensarmos que nosso cliente é o membro da igreja.
O artigo mencionava, entre outras coisas, os tipos de clientes a serem atendidos por uma recepcionista. Chamou-me a atenção um dos tipos: o cliente abusado, que era descrito como “aquele que chega e vai chamando a atendente de “meu bem”, “meu amor”, joga piadinhas e faz de tudo para chamar atenção sobre si”.
Como pastor e administrador, fiz uma relação entre esse tipo de cliente e alguns irmãos em Cristo, nossos “clientes”.
Imediatamente me veio à mente tratamentos antagônicos recebidos pelos servos de Deus, no ministério pastoral. Digo antagônicos porque, em uma determinada igreja somos tratados com extremo respeito por irmãos idosos, alguns de cabelos brancos, e que poderiam, pelo tempo e pela experiência serem nossos pais ou avós.
Estes queridos irmãos e irmãs nos chamam de “Pastor”, utilizando uma entonação de voz que faz jus à sagrada função que ocupamos: co-pastores de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Supremo Pastor.
Ao falarem conosco incluem em seu tratamento o respeitoso pronome “senhor” como forma de deixarem claro que mais do que a nossa idade (que em muitos casos é menor do que a deles) eles respeitam esta sagrada função.
Alguns nos chamam de você, talvez intentando não nos constrangerem pelos cabelos grisalhos que porventura ostentemos. A estes não recriminamos, porque, pelo menos, eles ainda se referem a nós ou nos chamam pelo respeitoso título de “Pastor”.
Por outro lado, há aqueles que fazem questão de chamarem o pastor pelo nome, demonstrando uma intimidade que nem é proveitosa nem respeitadora – como que a menosprezar os limites da hierarquia na liderança impostos pelo próprio Deus (ver: Romanos 13:1-2; Efésios 4:11; Hebreus 13:17).
Muitas vezes, na tentativa de fazê-los ver que tal conduta é inadequada, nós os ouvimos, mas, não os escutamos, até que eles se lembrem de chamar-nos pelo tratamento que recebemos, não de homens, mas da parte de Deus: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e inteligência” (Jeremias 3:15).
Há muitos pastores cuja capacidade e brilhantismo os levou a acumular títulos que são respeitados secularmente, como por exemplo, mestre, doutor, professor, presidente, etc. Todos são importantes, mas, nenhum deles sobrepuja a única comenda de que se orgulha um verdadeiro Ministro de Deus: o de “Pastor”. Porque pastor não é um título, é uma função sagrada!
É triste ver pessoas que por absoluto desconhecimento disto ou por falta de respeito às autoridades constituídas, teimam em confundir as coisas e insistem em chamar os servos de Deus pelo nome quando não têm deles procuração para tal.
Estes procuram demonstrar uma paridade de situação e uma familiaridade – como diz um amigo meu, também pastor, “como se fossem amiguinhos de infância ou coleguinhas que jogaram bolinha de gude conosco nos tempos de escolinha” – com os Ministros de Deus que jamais possuíram.
A poucos se dá o direito de chamarem pelo nome, no exercício de nossa função, dentro de nossa área de atuação. É curioso ouvir os porteiros dos prédios, os mecânicos que consertam nossos carros ou outras pessoas as quais não pastoreamos e sobre as quais não temos responsabilidade espiritual nos tratarem da forma mais respeitosa possível e com a designação que faz o nosso coração pulsar: “Pastor”!
Li algures que, o comportamento de nivelar as pessoas a si, de tratá-las com uma intimidade descabida e desaprovada, é uma tentativa de certas pessoas – descartadas aquelas absolutamente ingênuas – de se auto-afirmarem porque tais pessoas têm uma auto-estima extremamente baixa.
Acreditamos nesta definição porque a experiência nos tem mostrado que a maior parte destes chamados “sem-cerimônia” - para usar de um respeito que eles não nos dedicam - são pessoas desajustadas, insatisfeitas consigo mesmas e com o mundo, infelizes mesmo!
Como afirmou o historiador italiano Césare Cantù “a autoridade é necessária para tutelar a liberdade de cada um contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada um”.
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