Digite uma palavra chave ou escolha um item em BUSCAR EM:
postado em: 26/2/2008
Suicídio: As Chaves de Um Grande Enigma Não há bom momento para notícias ruins. Algumas más notícias, entretanto, podem ser piores do que outras. Foi assim que se deu com Regina, minha querida sobrinha, filha de meu irmão mais velho. Ela finalmente conseguira o que estava planejando há meses e, então, a tragédia se abateu sobre minha família. Viajei às pressas para levar um pouco de apoio ao meu querido mano véio - como na intimidade o chamo. A pergunta que não quer calar é esta: Por que uma bela jovem de apenas 30 anos, formada em direito, funcionária pública, tendo uma estrutura financeira e familial equilibradas poderia buscar a morte? Tentando Explicar o Inexplicável Este artigo já estava escrito quando tal fato assolou minha família. Pude então reler tal artigo e julguei que ele, de fato, era uma tentativa para entender os porquês de tal ato, se é que o podemos explicar totalmente, ou ao menos em parte. Em geral, o atentar contra a vida é algo que se desenvolve ao longo de todos os anos, mormente, nos últimos meses. Talvez porque o fim de cada ano represente para muitas pessoas o final das esperanças acalentadas por doze meses. Nesta época do ano, o inconformismo com as frustrações relativas à vida se torna insuportável. Nesta época muita gente se desespera. Alguns pedem demissão do trabalho, outros rompem relacionamentos conjugais e, assim, famílias são desfeitas. Há os que adoecem, ficam estressados e deprimidos e há, também, os que se revoltam contra pessoas, instituições ou contra a vida. É precisamente neste período que os índices de assassinato e suicídio crescem assustadoramente. A Organização Mundial de Saúde contabiliza em mais de um milhão por ano, o número de pessoas que cometem suicídio no mundo! Isto equivale à população da maior cidade do interior do Brasil, Campinas, ou, duas vezes a população de Uberaba, só para citar dois exemplos. O campeão deste fatídico certame é a Lituânia, com uma taxa de 42 suicídios para cada grupo de 100 mil pessoas, tendo do lado oposto Guatemala, Filipinas e Albânia, que não chegam a 2. Isto para se falar em médias, mas em números absolutos a China lidera a nefasta lista com cerca de 200 mil suicídios por ano. Motivos e Causas Prováveis Um estudo das causas do suicídio geralmente aponta para motivos biológicos, psicológicos ou sociológicos aos quais gostaria de acrescentar os espirituais. 1) Os que apontam o suicídio como resultante de aspectos biológicos, têm em vista a afirmação de que fatores biológicos e genéticos contribuem para a ocorrência de desordens psiquiátricas tais como paranóia e esquizofrenia, aliados ao consumo de álcool ou drogas - legais ou não - o que aumentaria a probabilidade de suicídio em certas famílias. 2) Dentre os que enumeram os fatores psicológicos estão aqueles que acreditam que as neuroses, os casos de depressão grave, as obsessões maníaco-depressivas e outras formas de distúrbios mentais e emocionais contribuem assinaladamente para a incidência de suicídio. Esta análise encontra apoio na teoria de Karl Menninger, psiquiatra americano, que, a partir das proposições de Freud classifica as dimensões inconscientes e co-relacionadas dos suicidas: o desejo de matar (por vingança ou ódio); o desejo de morrer (por desespero ou depressão) e o desejo de ser morto (pelo sentimento de culpa ou pecado). 3) Para aqueles que visualizam o suicídio sob a ótica sociológica, o funesto ato é motivado pela incompatibilidade do indivíduo com as relações humanas e suas conseqüências. Émile Durkheim, elabora uma teoria do suicídio composta de três espécies de pessoas: O primeiro é o egoísta, que tira sua vida para evitar o sofrimento ou a perpetuação deste. O segundo é o altruísta, que se mata na tentativa de evitar que outras pessoas sofram por sua causa (em geral, pessoas doentes ou idosas). O terceiro é o anômico, que comete o suicídio porque não consegue conviver em meio aos desequilíbrios e desigualdades sociais - uma vez que a anomia, é uma situação social onde não existe justiça e ordem, de modo especial no tocante às normas e valores. Como disse a princípio, gostaria de acrescentar aos três fatores já mencionados (biológicos, psicológicos e sociológicos) o fator espiritual. Ninguém nega que os seres humanos são seres biológicos, psicológicos e sociais, mas, também é verdade que somos seres espirituais, ainda que muitos teimem em não reconhecer tal dimensão da vida humana. Nossa identidade espiritual é uma verdade inquestionável se a considerarmos à luz das Escrituras Sagradas: "E Disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gênesis 1.26). Enquanto nos debruçamos sobre estas teorias para descobrir o que levou Regina a tirar sua própria vida nos lembramos da realidade espiritual de que somos formados e sobre a qual a Bíblia, como em nenhuma outra fonte de pesquisa, nos fala tão singularmente. Fomos feitos por Deus à Sua Semelhança, seres espirituais como Deus é espiritual (I João 4:24), mas, se não agirmos como seres espirituais nos tornaremos apenas seres naturais que não compreendem que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28). "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." (I Coríntios 2:14-16) Tempo de Recomeçar Muitos sucumbem diante das dificuldades da vida porque não entendem que elas são planejadas por Deus para nos aproximar dEle e ajudar-nos a construir o nosso caráter: "pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles" (II Coríntios 4.17) Quando estamos em meio às provações da vida, jamais deveríamos nos esquecer de que Deus conhece todos os detalhes sobre o momento que vivemos tais aflições e que, se Ele permitiu que nos ocorresse tais dificuldades, sejam quais forem, Ele permitiu tal situação objetivando nosso bem neste mundo e no mundo porvir. Portanto, quando acreditamos ser o fim de nossas esperanças e de nossas forças, paremos por algum tempo para meditar sobre o amoroso cuidado e providência de Deus e então, é tempo de recomeçar. "Dois importantes fatos, nesta vida, saltam aos olhos; primeiro, que cada um de nós sofre inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segundo, que cada adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrei homem algum bem-sucedido na vida que não houvesse antes sofrido derrotas temporárias. Toda vez que um homem supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte... É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade" (Andrew Carnegie a Napoleon Hill).