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postado em: 24/5/2012
“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”(Atos 20:35).
Pastoreando o distrito de São Francisco, Norte de Minas Gerais, conheci o irmão Cirilo que vivia numa propriedade rural no município de Brasília de Minas. Cirilo tinha uma família grande, poucos recursos e muita fé. Sempre nos recebia com muito amor em sua casa de “pau a pique”, chão de barro cinza, sempre varrido, coisas organizadas e panelas reluzentes. Quando conheceu o Evangelho, disse ao seu patrão que ele e sua família seriam membros da Igreja Adventista e que desse modo não poderiam mais trabalhar aos sábados. O fazendeiro, cuja mulher era católica fervorosa, determinou que ele arranjasse outro emprego porque não queria saber de dar moleza para crente.
Enquanto procuravam outro trabalho, souberam que a esposa do fazendeiro estava acamada, muito doente. A esposa do irmão Cirilo, resolveu visitá-la, encontrando a casa desarrumada, porque ela não tinha empregada doméstica. Com um sentimento cristão ela decidiu ajudar sua ex-patroa, cuidando da casa, lavando, passando, cozinhando, alimentando os animais domésticos, além de dar assistência à enferma. Diante do espanto da ex-patroa, ela dizia que era o mínimo que poderia fazer diante de tal situação.
Naquela semana o fazendeiro procurou o irmão Cirilo e disse-lhe que lhes daria o sábado livre, determinado ainda que ele cercasse uma área em torno da pequena casa que sua família vivia. Quando Cirilo terminou a cerca, o fazendeiro transferiu a pequena propriedade para ele dizendo-lhe que ninguém jamais os tiraria dali.
Cirilo, tempos depois, teve câncer no intestino. Sofreu demais, mas nunca reclamava. Quando o ungi, cerca de duas horas antes de sua morte, lágrimas escorriam de seus olhos, entendendo o que estava acontecendo. Por simplicidade de sua família, seus olhos não foram fechados e assim Cirilo desceu à tumba, com os olhos abertos, cercado dos irmãos em Cristo que choravam sua partida. Seu hino predileto foi cantado sob as árvores daquele cemitério: “Eu sei que vive o Redentor”, HASD 269.
No exercício do ministério, diante de certos problemas, da lide rotineira com os irmãos e das lutas contra o inimigo das almas, muitas vezes o desânimo me assedia, mas, quando me lembro de pessoas como o Cirilo e sua determinação diante da dor e da morte, sinto-me fortalecido. A Atitude cristã dele e de sua esposa fizeram o que argumento bíblico nenhum conseguiria. Como afirmou Francisco de Assis: “Pregue o Evangelho. Se necessário, use palavras.”