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postado em: 11/8/2014
E O GIGANTE TOMBOU!
Nós, brasileiros que apreciamos a seleção brasileira de futebol, desejávamos há muito tempo a realização de uma Copa do Mundo no Brasil para que tivéssemos a oportunidade de apagar as lembranças da dramática final de 1950 contra o Uruguai no Maracanã. E tivemos a oportunidade... Certamente nos esqueceremos do fiasco de 1950 da pior maneira possível. Eram “sete passos”, sete degraus, como diziam alguns, para ser campeão. Ao invés de vencermos os sete passos, levamos uma goleada de 7x1.
Durante os primeiros minutos de jogo, a ausência de Neymar Jr. parecia ser compensada pela garra dos jogadores brasileiros, mas, de repente, de forma inacreditável, diante dos olhos do mundo inteiro, a seleção canarinho, respeitada em todos os continentes, fica irreconhecível e toma uma goleada da seleção alemã.
Tenho certeza de que muitos jornais venderão o dobro, especialmente na Alemanha e que isso será assunto por muito tempo no mundo dos esportes. Haverá revoltas, quebra-quebra, gente chorando, gente faltando ao trabalho, maridos e mulheres brigando por coisa sem sentido, etc.
Durante os meses que antecederam a realização desta fatídica Copa do Mundo, percebeu-se um comportamento festivo só visto por ocasião do Natal. Lojas enfeitadas com o verde-amarelo característico, carros com bandeiras no capô e no retrovisor ou ainda preso nos vidros das portas traseiras... A euforia tomava conta de tudo e de todos (ou quase todos). Se uma Copa do Mundo fosse ganha com a euforia dos torcedores, então o Brasil teria conquistado a sua sexta estrela... Mas, o gigante tombou!
A pergunta que me fiz desde o princípio é: Se e quando o Brasil fosse derrotado, como reagiria o povo brasileiro? Continuaríamos a agitar nossa bandeira? Teríamos ainda orgulho das cores verde e amarelo? Continuaríamos a ser brasileiros com muito orgulho e com muito amor? Será? Infelizmente sempre tive minhas dúvidas com respeito a isto...
Fomos acostumados a pensar que ser campeões do mundo no futebol amenizaria nossa situação nada confortável no ranking de mazelas e problemas sociais. Uma ilusão “panis et circenses” nos alimentava e nos adormecia. O bordão no mundo do jornalismo político em recentes acontecimentos era “o gigante acordou”... Agora a frase será: o gigante tombou!
O que mais precisamos neste momento não é nos fixarmos na sexta estrela não conquistada, mas, nas cinco que já ostentamos na camisa amarela de nossa seleção de futebol.
Piores perdas nós temos todos os dias: vidas ceifadas em estradas mal conservadas, assassinatos, latrocínios, impostos abusivos, políticos e governantes inescrupulosos... A lista seria maior do que todas as estrelas que pudéssemos alcançar se tivéssemos ganhado todas as copas do mundo que disputássemos.
Então, o que podemos esperar do povo brasileiro, de mim e de você, amigo leitor? Que nos lembremos de que o Brasil é muito mais do que uma estrela a mais no peito. Temos 27 estrelas estampadas em nossa bandeira, representando 27 estados com os quais devemos nos preocupar.
Eu espero que as derrotas nas coisas deste mundo não nos façam esquecer que nossa verdadeira vitória não é sobre coisas passageiras, mas sobre coisas eternas. O apóstolo Paulo tão sabiamente colocou em palavras inspiradas o sentimento daqueles que, vendo a constante busca pela vitória nos círculos humanos, esperam, contudo, a vitória que não privilegia uns em detrimento de outros. Na corrida pela vida eterna todos poderão erguer o prêmio da vitória: a coroa da vida eterna!
“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (I Coríntios 9:24-27).