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postado em: 13/7/2018
Acabei de ler o meu trigésimo (e alguma coisa: quinto, sexto...) livro deste ano: “O Céu na Terra: entendendo a ideia de Jonathan Edwards acerca da vida entre as duas realidades”. Muito bom!!!
Grande intelectual (foi reitor da Universidade de Princeton) e pregador, trabalhador incansável pela evangelização e salvação das pessoas, Edwards faz perfeitamente jus à categoria de cristãos descrita por C. S. Lewis em seu clássico “Cristianismo Puro e Simples”: “Se você estudar a história, verá que os cristãos que mais trabalharam por este mundo eram exatamente os que mais pensavam no outro mundo” (p. 49).
Antes de dar um “aperitivo” da riqueza literária da obra de Jonathan Edwards, é interessante frisar que ele viveu intensamente o amor a Jesus e às pessoas, sacrificando-se no trabalho e morrendo com pouca idade (Apenas 54 anos), numa época em que a maior denominação cristã dava ênfase à prática da vida monástica – com total afastamento da vida secular e, consequentemente, do cotidiano da maioria das pessoas. Daí o conteúdo contrastante com essas “práticas isolacionistas”:
Os cristãos não revelam sua cidadania celestial simplesmente pensando na bendita vida futura. Ao contrário, mostram sua cidadania trazendo o Céu à Terra. Nosso chamado não é para sentarmos à beira da estrada e esperar o mundo vindouro. Não, nosso chamado é para trazer o Céu até aqui, para viver de acordo com as realidades do Céu neste momento, mostrar aos cidadãos dos países terrenos e temporais que existe uma pátria muito melhor e eterna. (p. 46)
Essa orientação saudável do viver cristão, extraída da Bíblia e plenamente respaldada na vida de todos os homens e mulheres discípulos de Cristo que o acompanharam e/ou sucederam em Seu Ministério terrestre, me faz lembrar, por antítese, a descrição que o escritor Morris Venden faz em um de seus livros de um rico norte-americano converso ao Adventismo. Depois de sua “conversão”, o neo-adventista comprou um sítio muito afastado dos grandes centros, na zona rural, e colocou uma placa enorme na entrada: “NÃO ME PERTURBEM! ESTOU ESPERANDO A VOLTA DE JESUS”. Jonathan Edwards vivia e pregava em sentido totalmente contrário:
Mostramos o caminho para o Céu quando falamos a língua celestial e vivemos de acordo com seus costumes aqui na Terra. (p. 46)
Não é só porque este mundo será queimado que devemos deixa-lo apodrecer no pé. Deus colocou Adão e Eva no jardim para cultivá-lo. Toda vez que faziam isso, o jardim revelava a presença e a glória de seu Criador manifestada com o alvorecer de cada novo dia. Apesar de decaído e amaldiçoado pelo pecado, este mundo continua sendo o mundo de Deus. Ele deseja que o cultivemos e até que o desfrutemos. (p. 46)
Abrindo aqui um parêntesis, eu convidaria a TODOS os cristãos (Especialmente aos Adventistas do Sétimo Dia...) que pensam de forma contrária e agem de forma contrária a estas sábias palavras – sujando, poluindo e destruindo o meio ambiente onde vivem – que deem uma olhada boa e reflitam sob o peso das solenes palavras da futura e final intervenção de Deus na História deste mundo: “Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a Terra” (Apocalipse 11:18).
Continuando, numa época EXTREMAMENTE HEDONISTA em que o pesado bombardeio diário da mídia enfatiza a glutonaria, o “ser feliz” a todo custo e a busca contínua do prazer como um fim último, Jonathan Edwards nos lembra e adverte solenemente:
Nós, cristãos, sabemos o que é o prazer verdadeiro porque, como cristãos, sentimos o sabor da bondade de Deus, temos um vislumbre de Sua beleza. Os cidadãos do Céu possuem a glória futura miniaturizada, o que nos dá esperança para viver como cidadãos temporários neste mundo. (p. 51)
Tendo isso em vista, ao invés de nos tornarmos pessoas desagradáveis, críticas, ásperas (Gente que só sabe semear “veneno” da sua bílis nas redes sociais...), “cobradoras insensíveis” e “fiscais da vida dos outros”, Jonathan Edwards nos lembra que:
Semeamos beleza para que outros colham beleza, a fim de que vejam, conheçam, amem e louvem a Deus, o Deus de toda a beleza e de todo o prazer. (p. 56)
A Principal Lição de Jonathan Edwards da Vida Aqui, no Preparo Para o Céu
Um grupo de Cristãos da África não é chamado de cristão pelos que vivem à volta deles. As pessoas os chamam de “o povo que canta”. Quando alguém deseja se unir à igreja deles, diz: “eu quero cantar”. Mesmo com uma vida bem difícil, cheia de dor e sofrimento, pobreza e dificuldades, eles cantam. Cantam com o coração cheio de alegria em Cristo. Devemos sintonizar nosso coração para ouvir esse canto. Devemos nos admirar diante da beleza desse canto. (p. 57)
Vivendo uma vida de amor, você estará no caminho do Céu. Assim como o Céu é um mundo de amor, o caminho para o Céu é o caminho do amor. Isso o preparará da melhor maneira para o Céu, para a herança com os santos na terra de luz e de amor. Quando um dia você chegar ao Céus, saiba que a fé e o amor são as asas que o levaram até lá. (p. 133)
MARANATA!!!
Pastor Elizeu C. Lira