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postado em: 12/06/2019
A Última Lágrima a Ser Derramada...
Introdução: Um jornal religioso informou que um garotinho escreveu uma carta para Deus, na qual perguntava:
- Querido Deus, como é quando se morre? Ninguém quer me contar. Quero apenas saber. Não quero experimentá-la. Seu amigo, Mike. [1]
Texto: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4).
Prezados amigos & prezadas amigas, amados irmãos e amadas irmãs de Fé, buscando o bálsamo do alívio e conforto – neste momento – nAquele que é o ÚNICO que o possui e nos pode dar as Suas maravilhosas dádivas, eu quero analisar e responder brevemente estas 3 perguntas:
1) O que é a morte?
2) Como vencer a morte?
3) Quando nós nos veremos livres da morte?
I – O que é a morte?
O conhecimento desta questão é tão importante para todos nós – para o nosso bem-estar, para que possamos desfrutar de paz de espírito, serenidade e conforto espiritual: ao nós termos de enfrentar a perda de algum ente querido – que o maior escritor bíblico e maior evangelista de todos os tempos, Paulo, dedicou grande parte de uma das suas epístolas para abordar este assunto: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (I Tes. 4:13).
Antes de analisarmos o conceito bíblico de “morte”, se faz necessário uma breve análise de como Paulo introduz este tão importante assunto; ele escreveu: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem”...
A palavra “ignorantes” vem do verbo “ignorar” – que significa simplesmente, nesta acepção do termo: DESCONHECER! TODOS nós – sem exceção – somos ignorantes acerca de muitos assuntos, temas ou áreas do conhecimento humano que não fazem parte do nosso dia a dia e com os quais não estamos, portanto, familiarizados!
Só para ilustrar: Embora eu tenha cursado três faculdades e tenha feito uma pós-graduação e um mestrado em Comunicação Social, eu sou totalmente ignorante sobre a maneira como acontece (se processa) a tal “comunicação telemática”; já para o meu filho, que tem menos da metade da minha idade e, no entanto, é formado em Ciências da Computação, tem mestrado em Ciências da Computação e está terminando o doutorado em Ciências da Computação, isso é tão simples quanto somar 1 + 1...
Na época de Paulo, nos primórdios do Cristianismo, já começava um processo lento, mas poderoso de deturpação das grandes verdades bíblicas para o qual ele nos chamou a atenção numa solene advertência: “Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão o rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós” (Atos 20:29-31).
Amigos, na condição de Pastor e estudante há mais de 30 anos de Teologia, eu afirmo com total convicção: Não existe assunto mais deturpado e, consequentemente, mais ignorado no mundo cristão do que o estado do ser humano na morte – ou seja: o que é a MORTE! No entanto, a Bíblia em dezenas de passagens mostra que a morte é simplesmente a interrupção da vida, o reverso do processo original da nossa criação:
a) Na criação: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7).
b) Na morte: “... e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7).
É mais do que esclarecedor que da mesma forma que o texto que fala da criação do ser humano, dos nossos primeiros pais, não diz que ele recebeu de Deus uma alma, mas, sim, tornou-se uma alma, ao receber o fôlego de vida. Na Bíblia, o termo “alma” possui dois significados claros e precisos:
a) A integralidade dos seres humanos – a totalidade do nosso ser, aquilo que os gregos chamam de visão holística de cada indivíduo – ou o conjunto de características que formam cada pessoa e a tornam um ser distinto dos demais, um indivíduo único:
- “[...] e os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó, que vieram para o Egito, eram setenta” (Gênesis 46:27). Com certeza, tanto José quanto o seu pai Jacó, via, tocava e abraçava estas almas todos os dias...
- “Com setenta almas teus pais desceram ao Egito; e agora o Senhor teu Deus te fez, em número, como as estrelas do céu” (Deuteronômio 10:22).
- “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:4, ARA).
b) Simplesmente vida:
- “E, estendendo-se três vezes sobre o menino, clamou ao SENHOR e disse: Ó SENHOR, meu Deus, rogo-te que faças a alma deste menino tornar a entrar nele. O SENHOR atendeu à voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu” (I Reis 17:21-22, ARA).
- Jesus afirmou, certa ocasião, às pessoas gananciosas da sua época – que só se preocupação em adquirir riquezas deste mundo e ajuntar coisas materiais: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mateus 16:26).
Portanto, é sintomático que na descrição do processo da morte, não há nenhuma menção de uma “alma” que volte para Deus, mas, sim do “espírito” (fôlego de vida) que volta para Deus: “... e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7).
Exemplo: Luz e corrente elétrica... Apertou o interruptor, pra onde foi a luz? Para lugar nenhum, simplesmente deixa de existir... 21 vezes a morte é comparada com o sono – inclusive nas palavras de Jesus:
“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu” (João 11:11-14).
A morte é comparada com o sono por se tratar de um estado de total inconsciência: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. [...] Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9:5, 6 e 10).
A 1a FAKE NEWS da História: “Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis” (Gênesis 3:4).
II – Como vencer a morte?
O maravilhoso nisso tudo é que além de sabermos que os nossos entes queridos não estão mais sofrendo – vítimas da dor, tristeza, preocupações, medo e enfermidades – eles, e cada um de nós, poderemos vencer a morte; foi exatamente num contexto como este, em meio às lágrimas e tristezas de uma família pela perda de um ente querido, que Jesus apresentou a Sua poderosa Mensagem de Esperança sobre como nós podemos vencer a morte:
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crê isto?” (João 11:25-26). Noutras palavras: Vocês creem que a morte não tem a palavra final, para todos aqueles que depositam as suas esperanças no Senhor da Vida?
O apóstolo Paulo, inspirado por Deus, associa a vitória de Cristo sobre a morte com a nossa vitória sobre esta temível inimiga da humanidade: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo”. (I Coríntios 15:20-22).
A cena final do filme “Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, totalmente fiel aos fatos e aos relatos bíblicos, mostra o santo sepulcro, os lençóis que cobriram o corpo de nosso Senhor Jesus postos de lado e, em seguida, abre um close no rosto do personagem que representa o “SENHOR DA VIDA”. Ele abre os olhos e, então, sai da tumba – ressurgindo para a Sua gloriosa vida...
Sim, a ressurreição de Cristo é o nosso penhor – a plena garantia – de que podemos vencer a morte! Como diz o hino de número 70 do “Hinário Adventista”, em seu coro:
Por que Ele vive, posso crer no amanhã/
Por que Ele vive, temor não há/
Eu sei que minha vida não será mais vã/
Pois meu futuro em suas mãos agora está.
E na terceira estrofe descreve toda a nossa trajetória de Fé: E quando enfim chegar a hora/
De aqui cessar o meu viver/
Não temerei, pois Cristo vivo está/
E eu viverei, pois vida nova me dará/.
III - Quando, finalmente, nós nos veremos livres da morte?
O nosso texto inicial nos fala do momento glorioso em que o Senhor Jesus enxugará todas as lágrimas dos olhos dos seus filhos e filhas queridas e que a morte não existirá mais: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4).
A pergunta é: Quando acontecerá isso? Noutras palavras: Quando, finalmente, nós nos veremos livres da morte?
- Ler: Apocalipse 21:1-8
- Sequência dos Acontecimentos, a Partir Volta de Jesus...
- Morte da Morte: I Coríntios 15:24-26
Esperança além do túmulo
Certa menina morava perto de um cemitério e tinha que atravessá-lo cada vez que ia ao supermercado. Apesar de, às vezes, ter que voltar para casa ao anoitecer, jamais revelou temor ao passar por ali. Um dia alguém lhe perguntou:
- Não tens medo de passar pelo cemitério?
- Oh, não – respondeu ela – porque a minha casa fica justamente do outro lado. [2]
Amigos, aqueles que creem em Jesus (o SENHOR DA VIDA) jamais temerão passar pelo “Vale da sombra da morte”, pois sabem que do outro lado da tumba está a ressurreição e Lar Celestial – onde a morte já não existirá, nem pranto, nem dor”.
Quando o grande amigo de Jesus, Lázaro, faleceu, as suas irmãs, seus amigos e os discípulos de Jesus ficaram muito tristes – pensando que era o fim, e que jamais voltariam a ver o querido Lázaro. No entanto, depois de provar a fé de Maria e Marta, dos amigos de Lázaro e dos discípulos, Jesus lhes disse o seguinte: “[...] Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (João 11:11).
Prezados amigos e prezadas amigas, hoje, agora, neste exato momento de dor, tristeza e saudade, pela perda deste ente querido, o Senhor Jesus repete estas mesmas palavras: “Nosso(a) amigo(a) ... adormeceu, mas eu estou voltando para despertá-lo(a)”. Sim, a morte jamais terá a palavra final para os verdadeiros amigos e verdadeiras amigas do Senhor Jesus!
Afinal, foi exatamente isso o que o Senhor Jesus assegurou para Marta e, por extensão, para os fiéis de todas as épocas, naquele dia triste e aparentemente sem esperança: “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crê isto?” (João 11:25-26). Noutras palavras: Vocês creem que a morte não tem a palavra final, para todos aqueles que depositam as suas esperanças no Senhor da Vida?
- Pastor Elizeu C. Lira
Obras Consultadas:
[1] Alcy Francisco de Oliveira, Gotas de Esperança: Ilustrações, p. 255.
[2] Ibidem