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postado em: 23/9/2011
A Fruta Que Nutre e Alivia Prisão de Ventre
Desde pequeno gostava de apreciar as amoreiras repletas de amoras vermelhinhas, outras escuras, quase negras, e vendo os pássaros famintos que se divertiam e se alimentavam delas.
Degustava-as no próprio pé da árvore, levava comigo uma vasilha de plástico, enchendo-as com estas frutinhas, deliciosas, cheias de incrustações.
A amora tem mais ou menos 3 cm de comprimento, com sua polpa muito macia e suculenta, que me deixava com "água na boca". Levava-as para casa para fazer uma refrescante jarra de suco; com o restante, minha avó fazia uma deliciosa torta, que era rapidamente degustada pelos meus irmãos. Só não gostava do fato de que as frutinhas sujavam as mãos e de que algumas caiam na camisa, deixando uma nódoa difícil de se tirar, dando muito trabalho para a minha pobre mãe.
Eu sempre tomava o cuidado de deixar algumas frutas pretinhas para os pássaros retardatários saborearem na hora do almoço. É interessante notar que as flores transformavam-se em deliciosas e apetitosas amoras de um dia para o outro.
Embora existam muitas variedades desta fruta, elas apresentam apenas 3 espécies diferentes:
- Amora vermelha (Moras rubia) - a mais comum.
- Amora branca (Moras alba) - de excelente polpa. Foi plantada pelos imigrantes japoneses para alimentar os bichos da seda, que não se cansam de devorar suas folhas. Eles têm preferência pelas folhas desta amoreira branca, que devem ser para eles muito deliciosas. A amora branca é, também, preferência de muita gente, por causa do seu sabor agridoce.
- Amora negra (Moras nigra L.) - por seu sabor e sua massa suculenta, que é muito doce, é a variedade preferida.
As amoreiras nascem espontaneamente em qualquer lugar de clima tropical ou semitropical. Há em nosso país uma amoreira nativa, a amora-domato, que nasce em formações arbustivas rasteiras, com o nome científico Rosaefolius. As suas folhas são verde-claras, meio ásperas com pilosidades e muitos espinhos. O fruto vermelho desta espécie tem sabor doce-ácido, devido à quantidade de vitamina C. Ela é deliciosa, principalmente na forma de suco.
A amora negra veio de longe, lá da Ásia, onde os chineses faziam sucos, doces, geléias, sorvetes e até um ninho de sua dulcíssima polpa. Ela pertence à família Moraceae, parente próxima do figo, da jaca e da fruta-pão. Recebeu o nome científico de Moras nigra. Não tolera geada, preferindo lugares quentes. Chegou à Europa no século XVII e, logo em seguida, aportou-se no Brasil.
A amora é rica em vitaminas, principalmente a C, que é o seu forte, podendo acabar com uma infecção ou resfriado. Embora extermine diretamente as bactérias e ajude a neutralizar as toxinas bacterianas, a principal razão pela qual a vitamina C combate os resfriados é porque ela fortalece o nosso sistema imunológico. Contém ainda vitamina E, chefe executivo dos antioxidantes. Combatendo o assassino número um ocidental, que é a doença coronária.
Pesquisas recentes comprovam que, além do impacto relatado da deficiência vitamínica no sangue, nas funções musculares e reprodutivas, a vitamina E também influencia contra a inflamação dos tecidos na menopausa e no câncer.
Possui grande quantidade de potássio, sendo seu papel principal, manter a função das paredes celulares de nosso organismo. Isso ocorre quando funciona em combinação com o sódio, que fica na parte externa da célula enquanto o potássio fica na parte interna. Otimiza a energia, a contração muscular e o desempenho físico dos atletas.
Contém, também, muitas fibras que ajudam a evitar a prisão-de-ventre. Age como uma esponja no interior do intestino, eliminando as toxinas, junto ao bolo fecal. As suas folhas contêm taninos, que são anti-diarréicas, devido às suas propriedades adstringentes. Tem ação antimicrobiana e antiinflamatória.
Contém pectina, a mesma que tem a maçã, laranja e outras frutas fibrosas. Devido à absorção de alimentos após as refeições pelos diabéticos, ela é necessária para regularizar o nível de glicose.
Ajuda a diminuir o colesterol. Contém frutose, de formação molecular, e ação menos complexa que o açúcar comum; por isso, é absorvida pelo organismo mais lentamente, sendo útil para os diabéticos e para regimes de emagrecimento. É indicada para o coração, circulação e problemas da pele. As folhas maceradas aliviam queimaduras.
Você viu que esta deliciosa amora negra tem grandes quantidades de nutrientes e ajuda você a melhorar seu sistema imunológico, dando-lhe maior energia. Pode ser consumida in natura, como torta, suco ou sorvete.
O valor energético em uma dose média de 100 g é 25 calorias.
Lelington lobo Franco, escritor e químico-fitologista. Telefone: (041)3019-2196 E-mail: [email protected]