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postado em: 5/10/2012
Mata a Sede, Hidrata e é Anticancerígena
Sim, estamos falando da deliciosa melancia!
A melancia é originária da Península Árabe, e está presente nos contos de "mil e uma noites", na coletânea árabe. Também aparece no Egito. Relata a Bíblia que os hebreus, quando foram a Canaã, sentiram falta desta fruta egípcia. A Índia também quer ser a "dona" de sua origem. Sabemos que ela chegou ao Brasil no século XVI, vinda da África, e aqui se desenvolveu muito bem, pois gosta de clima tropical.
Seu nome científico é de Citrullus uulgaris e pertence à família Cucurbitaceae. Pode ser semeada o ano todo. As folhas são pequenas, alternadas, ásperas e suas flores são miúdas e amarelas. Os seus frutos são muito grandes (chegando a 12 kg), lisos e brilhantes, com listras brancas e verdes. Algumas espécies são oblongas e outras redondas. A sua polpa é vermelha, com dezenas de sementes pretas.
As espécies são inúmeras: charleston gray, com comprimento de 50 cm x 20 cm de largura, casca verde-clara, listras verde-escuras e polpa muito vermelha, cravada de sementes pretas. É a mais comum; maru yamato, redonda, com mais ou menos 25 cm de diâmetro, com casca verde-clara, listras discretas e verde-escuras.
A polpa é vermelha e as sementes são pretas. Também é comum; fair fax, com comprimento de 50 cm x 20 cm de largura, sua casca é verde-clara com listras irregulares verde-escuras. A polpa é vermelha , mas as sementes são amarelas; congo, o comprimento é de aproximadamente 55 cm x 25 cm de largura. A casca é verde-escura, com listras ainda mais escuras. A polpa é vermelha com sementes amarelas.
Valor terapêutico
Contendo cerca de 90% de água, é um dos melhores hidratantes conhecidos. Seus princípios ativos são: curcubitina, encontrada nas sementes e na polpa, e o licopeno, presente na polpa. O licopeno é o pigmento que confere à melancia a sua cor vermelha.
Pesquisas realizadas na Alemanha, pelo Dr. Helmut Sies, constataram que licopeno é um varredor de radicais livres, duas vezes mais forte no combate ao oxigênio singlet, molécula de oxigênio muito tóxica e agressiva que provoca danos celulares e até câncer. O licopeno pode perfeitamente bloquear a sua ação.
No calor, perdemos diariamente cerca de 3 litros de água, entre suor e urina. Para o organismo livrar-se do calor, ele elimina a água através dos poros, na forma de vapor, que se condensa em contato com o ar, voltando assim, ao estado líquido como suor. Quando o corpo se desidrata, é necessária a reposição da água. É por isso que a melancia, geladinha, no verão, sacia a sede. Uma fatia com cerca de 300 g tem quase 300 ml de água, longe de nossa necessidade diária de 3000 ml, no verão.
A frutose (açúcar) proporciona muita energia ao organismo e é processada mais rápido do que o amido, por ter estrutura molecular mais simples. Pode ser usada moderadamente pelos diabéticos. Tem poucas calorias e é excelente para regimes de emagrecimento.
Sua polpa vermelha é apetitosa e agrada os olhos. Não é à toa que Deus pincelou de vermelho esta fruta, pois a sua cor vermelha contém grande quantidade de licopeno (também presente na goiaba vermelha e no tomate). Este princípio ativo, o licopeno, foi estudado pela Universidade Americana de Harvard, e foi constatado que este elemento químico natural é responsável pelo bloqueio de várias espécies de câncer.
Segundo pesquisas da Universidade John Hopkins dos Estados Unidos, baixos níveis sanguíneos de licopeno indicam a possibilidade de desenvolvimento de câncer no pâncreas.
Pesquisas estas, efetuadas em 10 anos com mais de 26 mil pacientes.
Ela também é rica em fibras, excelentes na regularização do trânsito intestinal no caso de prisão de ventre, além de livrar o organismo de toxinas; agem como uma esponja, colaborando na redução do colesterol do corpo, queimando assim as reservas desse inimigo das artérias e do coração.
Muitas pessoas preparam o suco de fatias da polpa da melancia, incluindo a semente, (“horchita"), que elimina mais rápido o ácido úrico, fazendo com que os filtros renais sejam limpos durante a passagem da água por eles. Ajuda também em casos de artrite e reumatismo.
Entre os minerais, destacam-se: o fósforo, que ajuda a fortalecer o sangue, os neurônios e o raciocínio; ferro, que combate a anemia e é o componente vital da hemoglobina; potássio, que atua na transmissão nervosa, na função renal e na contração da musculatura cardíaca; cálcio, cuja pequena diminuição no índice sanguíneo pode levar a explosões de temperamento incontroláveis. O stress emocional pode drenar as reservas de cálcio, e o resultado é muita ansiedade. O efeito calmante do cálcio alivia os nervos.
É rica em vitaminas: B 1 e B 5, que energizam a produção de hormônio para manter a vitalidade, além de aliviar a tensão e a ansiedade do stress; Vitamina C, o mais importante de todos os nutrientes antioxidantes, que estimula o sistema imunológico, aumenta a eficiência e a atividade dos leucócitos, além de elevar a produção de interferon, o composto anticâncer.
As sementes têm o poder de dilatar os vasos capilares, reduzindo a hipertensão arterial (pressão alta). Os minerais presentes em sua composição têm efeitos benéficos nas células, evitando o cansaço e o stress, ajudando a aumentar os glóbulos vermelhos: Os minerais são catalizadores da vitamina A, indispensável à regeneração celular e ao sistema imunológico.
Segundo os nutricionistas naturais (trofoterapeutas) esta fruta dificilmente combina com outras frutas e com as refeições. Muitas pessoas sentem o estômago pesado ou a digestão difícil. Porém, a Dra. Midori Ishii, da USP, diz que, ao contrário do pepino, ela é servida madura, o que melhora a digestão. Além disso, suas fibras aumentam o peristaltismo, facilitando a digestão.
O suco da melancia ajuda no processo de redução do ácido úrico, gota, artrite e infecção urinária. Suas sementes torradas e tomadas com água eliminam as lombrigas (Ascaris iumbricoides).
Agora que você conhece as propriedades e o segredo da melancia, comece o seu dia saboreando essa saudável e hidratante fruta tropical. O valor energético numa dose média de 100 g da fruta é de 22 calorias.
Lelington lobo Franco, escritor e químico-fitologista. Telefone:
(041)3019-2196 E-mail: [email protected]
