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postado em: 14/11/2012
Uma Fruta Completa
Nascido na exótica e fantástica selva amazônica, o cajueiro pode chegar a até l0 metros de altura. Suas flores são pequenas e perfumadas, de cor branca ou rosada. O caju é na realidade um pseudofruto, já que o fruto propriamente dito é a castanha, uma dropa cuja semente também é comestível. O seu fruto é pequeno, escuro e sustentado por um bago amarelo, alaranjado ou vermelho, muito suculento e perfumado, denominado pelos indígenas Tupi, de akaiu, que significa noz que produz.
O verdadeiro fruto é a conhecida castanha de caju, com até dois centímetros de comprimento, pois é de sua haste que se obtém a matéria prima para a fabricação de sucos e doces. Os indígenas da tribo Tupi, que habitavam o Nordeste do Brasil, já faziam uso desta deliciosa fruta carnuda e suculenta. Foi através deles que esta fruta se espalhou por toda a região seca e árida do Nordeste. E foi por meio dos navegadores portugueses que o caju aportou em Moçambique, Quênia e Madagascar, na região africana, chegando até Goa, na índia.
Ali, nosso cajueiro começou a crescer em terras secas, áridas e pedregosas em grande proporção, até ser incorporada como fruto da economia indiana; hoje, a índia é o maior produtor e exportador mundial da castanha de caju. Embora nosso país a tenha substituído por cana de açúcar e cafezais, continua sendo um dos maiores exportadores mundiais de caju.
O caju está presente na poesia, na literatura, nos costumes e folclore, na medicina e também na mesa, na culinária, na confeitaria do Nordeste e quiçá de todo o Brasil.
A parte carnosa do caju, que alguns denominaram de "pêra", de cor amarela ou vermelha e sumo aromático e adstringente, é às vezes muito doce, outras, muito ácida ou azeda, devido à grande quantidade de ácido ascórbico ou vitamina C.
A fruta leva o nome científico de Anacardium occidentate L, e pertence à família das Anacardiceae. A castanha tem a forma de um pequeno rim humano, com óleo forte em sua amêndoa e casca. Os indígenas levam o caju ao fogo, torrando sua amêndoa ou castanha.
Hoje, a castanhaé vendida nos supermercados, na forma torrada e salgada. É pobre em proteínas, mas garante boa dose de carboidratos, fontes insuperáveis de energia. É rica em minerais como: ferro, cálcio e potássio, este na quantidade de 143 mg em 100 g de polpa. O potássio ajuda a regular a pressão arterial e a concentração muscular, inclusive do músculo cardíaco, fazendo o coração bater no ritmo certo. O cálcio é importantíssimo para a manutenção dos ossos e prevenção da osteoporose. O ferro, essencial à formação de hemoglobina, combate a anemia em crianças e gestantes.
O caju tem grande quantidade de fibras. Hoje, sabe-se que as fibras alimentares têm papel muito importante na digestão dos alimentos, pois favorecem o movimento peristáltico do estômago e dos intestinos, combatendo a prisão de ventre. Contém ainda pectina, que é um tipo de fibra solúvel em água, que dificulta a absorção das gorduras, ajudando a controlar os níveis de colesterol no sangue.
A castanha torrada contém grande quantidade de zinco, essencial para o funcionamento da próstata. Se você sofre de diabetes, veja se está consumindo alimentos ricos em antioxidantes, principalmente vitamina C. A razão é que o processo de obstrução arterial parece anormal e ainda mais grave nos diabéticos. Especificamente, o mau colesterol (LDL) é mais suscetível à oxidação, destruindo mais facilmente as artérias. Por isso, o risco de doenças cardíacas é três vezes maior nos diabéticos. Tomar vitamina C diariamente, um copo de suco de caju, por exemplo, ajudará a evitar o ataque cardíaco.
O caju contém 219 mg de vitamina C em 100 g de polpa, ou seja, menos da metade da polpa de cada caju é suficiente para o processamento diário desta vitamina, responsável pelo fortalecimento de nosso organismo contra infecções e até contra a infertilidade dos espermatozóides. Além de prevenir gripes e resfriados, a vitamina C é um importante antioxidante, que inibe a ação dos radicais livres, protegendo as células contra o envelhecimento precoce.
O caju pode ser consumido como fruta fresca, cristalizada ou em calda, doces, compotas, sorvetes, sucos e refrescos. Quem resiste, num dia de calor, a um suco refrescante? A cajuína é o suco filtrado, engarrafado e cozido em banho-maria. É muito apreciada geladinha. Quando misturada com álcool de cereais, transforma-se em jeropiga, um verdadeiro vinho, encorpado e proveniente do caju. O menos encorpado vinho fermentado de caju recebe o nome de mocororó.
O valor energético em média de 100 g de polpa é de 46 calorias.
Lelington lobo Franco, escritor e químico-fitologista. Telefone:
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