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postado em: 4/6/2008
Cura pela esperança A universitária Rose Mendes foi internada às pressas para uma bateria de exames. Dias depois recebeu a terrível notícia de que estava com câncer em estágio terminal e tinha poucos meses de vida. Os tratamentos quimioterápicos foram iniciados na esperança de retardar o avanço da doença. Dias depois os médicos ficaram surpresos ao constatar que o câncer não só estava contido, mas retrocedia. O médico que acompanhava o caso conta que várias vezes, ao entrar no quarto de Rose, esperava ver uma pessoa arrasada e deprimida. Mas, ao contrário, via uma moça sorridente e esperançosa. – Qual o segredo de tanta alegria? – perguntava. – Muitas vezes despertei com medo, no meio da noite – dizia ela. – Mas logo tomava minha Bíblia, lia e conversava com Deus. Isso é o que tem me mantido firme. O médico ficou impressionado com a determinação da paciente. Mas só quando ela se restabeleceu completamente é que ele se convenceu do poder da fé e da esperança no processo de cura. Na verdade, esse é um fenômeno que tem chamado a atenção de muitos pesquisadores ao redor do mundo, pois está ficando evidente que a fé capacita a viver mais e melhor. Especialmente nos Estados Unidos diversas pesquisas têm constatado a relação entre fé e cura. Um estudo da Faculdade de Medicina de Dartmouth revelou que a probabilidade de pacientes cardíacos morrerem após a cirurgia era 14 vezes maior entre aqueles que não encontravam conforto na religião. Num prazo de seis meses após a cirurgia, 21 pacientes morreram – mas entre os 37 que se declararam “profundamente religiosos” não ocorreu nenhuma morte. Outra pesquisa – da Universidade de Duke – provou que a religião de fato faz bem à saúde. Os pesquisadores acompanharam um grupo de idosos que vai à igreja uma vez por semana e ora ou lê a Bíblia pelo menos uma vez por dia. A surpresa foi que, entre os fiéis, a incidência de hipertensão é 40% menor do que entre grupos da mesma idade, mas sem a mesma fé. Na verdade, segundo a Associação Americana para o Progresso da Ciência, atualmente há mais de duas centenas de estudos que apontam a fé como um bom remédio contra todo tipo de doença – desde a insônia até graves problemas cardíacos. Diante desses dados, muitos pesquisadores, especialmente da área médica, têm repensado suas posturas. Dale Matthews é um deles. Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas para os Cuidados da Saúde, de Rockville, ele catalogou 325 estudos que examinam essa relação e os efeitos das crenças na cura das doenças. E o resultado foi surpreendente. Matthews, que costuma orar com seus pacientes no consultório, concluiu que 75% das pesquisas mostram uma conexão positiva. Ou seja, a fé tem mesmo papel importante na cura. “Nos últimos cinco anos, as pesquisas sobre esse assunto andaram rápido. Entre outros resultados, constatou-se também que algum tipo de crença aumenta a sobrevida em 89%”, informou a uma revista de circulação nacional o cardiologista Herbert Benson, professor da Faculdade de Medicina de Harvard. É verdade que aqueles que pautam a vida pelos ensinamentos da Bíblia mantêm um estilo de vida saudável. Em geral não fumam, não bebem e evitam levar uma vida promíscua e boêmia. E, quando passam por algum problema de saúde, costumam encará-lo de forma mais positiva, “fazendo com que o tratamento ocorra com mais facilidade”, explica o oncologista pediátrico Vicente Odone Filho, do Instituto da Criança, em São Paulo. Isso não é tudo. A fé e a disposição positiva que dela advém ajudam a produzir substâncias importantes para o organismo. Embora ainda não se conheçam exatamente quais dessas substâncias são produzidas em maior quantidade a partir dos bons sentimentos, é consenso que a ação desses hormônios resultantes dos estímulos de fé ou posturas positivas ajuda no fortalecimento do organismo. Muitos, como a melatonina e as catecolaminas, atuam diretamente sobre o sistema imunológico, responsável pelas defesas do corpo, contribuindo para a produção de suas células. “Sabemos que o sistema límbico (conjunto de núcleos cerebrais onde são avaliadas as emoções) também está conectado ao sistema nervoso, vinculado à coordenação de funções como a de controle da pressão sangüínea e de batimentos cardíacos”, afirma Andrew Newberg, pesquisador da Universidade da Pensilvânia. Tranqüilizante Natural Também já se percebeu que as pessoas religiosas – especialmente aquelas que crêem na vida após a morte – são muito menos ansiosas. É fácil compreender por que esse efeito da fé também é bom para o corpo. A ansiedade é um sentimento que, depois de processado pelo cérebro, provoca descargas de adrenalina no organismo. Este hormônio acelera os batimentos cardíacos e eleva a pressão arterial. A exposição crônica a esse hormônio contribui para o surgimento ou agravamento de doenças cardiovasculares e gastrointestinais. Além disso, a ansiedade enfraquece as defesas do organismo. O Dr. Herbert Benson promoveu uma nova compreensão da fisiologia envolvida nessa fé capaz de curar. Ele observou que de 60% a 90% das consultas médicas envolvem doenças relacionadas com o estresse – incluindo hipertensão, infertilidade, insônia e problemas cardiovasculares. O Dr. Benson, porém, demonstrou que o estado de relaxamento provocado pela oração e meditação reduz o impacto dos hormônios do estresse, tais como a noradrenalina e a adrenalina. Portanto, acreditar em algo mais do que a vida terrestre ajuda a ser feliz e, conseqüentemente, encarar problemas, inclusive doenças, com otimismo. A verdadeira religião, que brota do coração e se submete à vontade de Deus, provê a serenidade e o equilíbrio necessários a uma vida de paz e alegria. Como bem disse Maíza Netz, cantora cristã: “Antes de conhecer a Cristo, eu levava uma vida triste com poucos momentos de alegria; hoje vivo uma vida feliz com poucos momentos de tristeza.” A religião amplia os horizontes e dá a certeza de que não precisamos enfrentar sozinhos as lutas. Dom Cláudio Hummes, em sua coluna no jornal “O Estado de S. Paulo” do dia 1º de dezembro de 1999, disse que “a modernidade fracassou na medida em que excluiu a transcendência divina e quis endeusar o homem, a quem, na verdade, tirou todo horizonte para se superar e sair da prisão egocêntrica. A fé cristã, ao invés, aponta uma esperança real”. E a esperança nascida da fé continua e continuará sendo um santo remédio. Benefícios da Religião Certeza de não viver sozinhos e poder contar com o poder infinito de Deus; Senso de pertencer a uma família/comunidade; Libertação do sentimento estressante de culpa, através da confissão e do perdão; Consciência da origem e destino humanos, bem como de nosso lugar no Universo; Serenidade, equilíbrio moral e felicidade; Reforço da auto-estima, por saber que fomos criados por Deus e à Sua imagem; A adoração e o serviço pelos outros nos levam para além de nós mesmos e nos dão senso de utilidade. Pílulas Antiestresse Aqueles que lêem a Bíblia percebem que ela está repleta de doses de esperança. Há textos que são verdadeiras “pílulas antiestresse”: “Teme ao Senhor e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos” (Prov. 3:7 e 8); “A paz de espírito dá saúde ao corpo” (Prov. 14:30 BLH); “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (Prov. 17:22); “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27); “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?... Buscai primeiro o reino de Deus, e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mat. 6:31 e 33); “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma... Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo” (Salmo 23:1, 2 e 4).