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postado em: 24/10/2008
Dilúvio: Lenda ou Fato? Tem-se discutido muito atualmente a possibilidade de ter havido um dilúvio como aquele narrado no livro de Gênesis 6:11-22 e 8:1-19. Pesquisas recentes indicaram a existência de vestígios de uma grande inundação na região do Estreito de Bósforo, que liga o Mar Negro ao Mar de Mármara. Mas, afinal, seria essa história uma lenda, folclore ou um fato real? Muitos questionam a possibilidade de ter havido água suficiente para cobrir até o mais alto monte. Outros até aceitam um dilúvio, mas regional, circunscrito à Palestina. Uma coisa, no entanto, é certa: o episódio do Dilúvio é um fato discutido não só em nossos dias, mas antes mesmo de ele ter acontecido. Os contemporâneos de Noé, quando ouviam-no dizer que haveria uma grande inundação, zombavam dele. Diziam que nunca havia antes chovido sobre a terra, e que isso era invenção. O consenso entre muitos estudiosos e cientistas é de que a Terra, naqueles dias, era coberta por um dossel, uma camada de vapor d’água, criando um efeito estufa em larga escala no planeta (efeito greenhouse). Tal efeito, devido a uma permanente capa de nuvens na atmosfera interior (troposfera), teria produzido um meio ambiente mais favorável à vida. A Bíblia faz referência a esse dossel em Gênesis 1:6: “E disse Deus: Haja firmamento (atmosfera) no meio das águas e separação entre águas e águas.” Então Deus fez o firmamento e separação entre águas debaixo do firmamento (oceanos, lagos, rios) e águas sobre o firmamento (dossel). Disto, pode-se constatar que as condições climáticas antediluvianas eram bem diferentes das atuais em pelo menos três aspectos: • Não havia chuva anterior ao Dilúvio (o que gerou a descrença dos conterrâneos de Noé quanto à predição da catástrofe). • O planeta era regado pelo orvalho, subordinado à umidade, saturação e condensação (há indícios de que não sopravam ventos na mesma proporção de hoje). • O clima do planeta provavelmente era o mesmo em toda parte (sabe-se, por exemplo, que áreas desérticas como o Saara, o grande deserto australiano, o Atacama chileno e as regiões ressequidas do oeste americano foram outrora pantanosas e úmidas, com água em abundância. Em outras regiões, hoje áridas, há vestígios de floresta). Mas para que tais condições pudessem existir, era necessária, como disse, uma camada atmosférica de vapor para aumentar a pressão e para manter a temperatura uniforme no planeta através de um efeito estufa global e moderado. Essas condições favoráveis no mundo de então, justificam em grande parte a longevidade dos antediluvianos: além de não sofrerem as maléficas influências dos raios solares diretos, não estavam sujeitos a grandes variações de temperatura. Acrescente-se ainda o fato de que sua dieta consistia unicamente de vegetais. A Arca Quando o patriarca Noé começou a construir aquele imenso barco de aproximadamente 170 metros de comprimento, 28 metros de largura e 18 de altura (segundo o côvado egípcio), com uma capacidade volumétrica aproximada de 568 vagões ferroviários, em plena terra firme, o povo fez pouco caso. No entanto, de acordo com Gênesis 7:11, romperam-se as fontes do grande abismo (fazendo referência às águas subterrâneas) e choveu por 40 dias e 40 noites sobre a Terra, cobrindo até o mais alto monte (que naqueles tempos, antes dos efeitos tectônicos, não eram necessariamente tão altos como hoje – ver Salmo 104:6-9). Segundo o naturalista Harry Baerg, a área total do piso nos três andares da arca era suficiente para conter todos aqueles animais. Realizou-se um cálculo para investigar a possibilidade de que todas as espécies do Gênesis (só as básicas, não as diversas variações que existem atualmente) tivessem entrado na arca. Primeiro, foi analisado o registro de todos os animais do mundo e tentou-se determinar quais devem ter-se originado de ancestrais comuns. Então, foi calculado o tamanho do espaço que cada espécie necessitaria para ficar confortavelmente distribuída em compartimentos para dois ou sete pares. Conclusão de Baerg: “É perfeitamente plausível que as espécies originais pudessem ter sido abrigadas na arca.” De onde veio tanta água? A precipitação de água no Dilúvio pode haver-se dado devido às erupções em grande escala na Terra, o que lançaria uma enorme quantidade de pó na atmosfera fazendo condensar o vapor do dossel. Outra possibilidade seria a entrada de pó cósmico na atmosfera terrestre ou mesmo rochas de maior tamanho que poderiam, além de desencadear o processo de condensação do vapor do dossel com sua passagem, romper a crosta terrestre em vários pontos, ao se chocarem contra ela a altíssimas velocidades, liberando, assim, as águas do “grande abismo” (Gênesis 7:11), sob pressão abaixo da superfície. É claro que Deus pode transformar este planeta quando quiser e com métodos que ignoramos. Pode fazê-lo em um instante, numa semana, ou em outro tempo qualquer. No entanto, é interessante notar que Deus, via de regra, utiliza-Se de Suas leis, algumas das quais já conhecemos; outras, não. Evidências de um dilúvio universal Em 1929, o arqueólogo inglês Sir Leonard Woolley realizou uma série de escavações em um terreno junto ao Tell al Muqayyar, na Arábia. Alguns poços foram cavados, tendo sido achados vários vestígios de civilização. Continuaram cavando para ver até onde iriam os sinais de cultura e vida humana. De repente, os vestígios acabaram e Woolley pensou ter chegado ao fim das escavações. No fundo do poço havia apenas uma camada de puro limo, do tipo que só se forma pela sedimentação da água. Woolley recusou-se a acreditar que fosse o leito de um rio (o mais próximo era o Eufrates, cujo leito estava muito abaixo da camada de limo), e continuou as escavações. Para espanto dos pesquisadores, cerca de três metros de limo depois, novos vestígios de civilização foram encontrados, onde se esperava que houvesse terra virgem; vestígios, entretanto, bem diferentes dos que haviam sido encontrados acima da camada de limo. O Dilúvio – essa era a única explicação possível para a enorme jazida de lama sob a colina de Ur que separava nitidamente duas épocas humanas. Para tirar toda dúvida, Woolley mandou cavar outros dois poços distantes dali, e o resultado foi o mesmo: restos de vasos e utensílios, uma camada espessa de limo (à mesma profundidade da anterior), e, novamente, vestígios. Na verdade, os geólogos têm encontrado dezenas de depósitos sedimentares por toda parte do mundo, onde existem remanescentes de animais, plantas e artefatos fabricados pelo homem, fossilizados, como se fossem gigantescos cemitérios. Isto leva a crer que houve um mecanismo de sepultamento extremamente rápido, como aconteceria no caso de uma grande inundação. O significado dos fósseis de moluscos e peixes encontrados nas rochas em diversas partes do mundo parece um mistério. O pesquisador Immanuel Velikovsky (1895-1979) fez a seguinte observação: “Quando um peixe morre, o corpo flutua na superfície ou afunda. É rapidamente devorado, no máximo, numa questão de horas, por outros peixes.” Contudo, os fósseis de peixes encontrados em rochas estão muito bem preservados, inclusive com todos os ossos intactos. Cardumes inteiros de peixes em extensas áreas, atingindo bilhões de espécimes, são encontrados num estado de agonia, com a boca aberta em sinal de sufocação, mas sem qualquer marca de ataques de animais. Há outros fatores até mais surpreendentes como o de folhas que foram preservadas num estado de pleno viço. A clorofila está tão bem preservada, que é possível reconhecer os tipos alfa e beta. Um outro fato extraordinário foi a preservação de partes tenras de insetos com músculos, derma, epiderme, ceratina, melanina, lipocromo, elementos facilmente perecíveis, desintegrando-se, no máximo, em poucos dias ou mesmo horas. O que quer dizer que a incrustação foi rapidíssima. Existem inúmeros depósitos marinhos nos continentes. Na verdade, mais ou menos a metade dos sedimentos nos continentes é de origem marinha. Como isso é possível? A invasão geral das terras continentais (que são mais elevadas) pelos oceanos é certamente uma situação muito diferente da situação presente, e concorda com a idéia de um dilúvio global. Além disso, muitas camadas sedimentares de geologia singular cobrem regiões tão grandes que é difícil acreditar que foram depositadas lentamente, sob condições não catastróficas. Por exemplo, o conglomerado Shinarump, no sudoeste dos Estados Unidos, com cerca de 30 metros de espessura, cobre quase 260.000 km2. A formação Morrison se estende sobre 1.000.000 km2 desde o Kansas até Utah, e desde o Canadá até o Novo México. A ausência de erosão entre as camadas geológicas é outro grande indício de um dilúvio. As camadas geológicas são usadas pelos evolucionistas para determinar idades e são sobrepostas umas às outras. Geralmente uma chega a ser considerada 100 milhões de anos mais antiga que a seguinte. O que chama atenção é a ausência de camadas intermediárias que deveriam existir de acordo com a escala de tempo evolucionista, e a ausência de vestígios de erosão de uma camada para outra, uma vez que supostamente estiveram expostas por longo tempo às intempéries. A falta de erosão nesses intervalos da coluna geológica sugere uma rápida deposição, como se esperaria em uma grande inundação. Além disso, foram encontrados animais fossilizados cujos corpos atravessam camadas. Quer dizer que a cabeça do bicho poderia ser milhões de anos mais nova que suas pernas ou cauda?! Por mais absurda que seja, essa teria de ser a conclusão dos que negam o Dilúvio. Há também sistemas ecológicos incompletos. Em várias camadas fossilíferas, como nos Arenitos do Coconino e formação Morrison, encontramos muitas evidências de animais, porém, pouca ou nenhuma evidência de plantas. Animais alimentam-se de plantas. Como poderiam sobreviver esses animais por milhões de anos sem uma nutrição adequada? A atividade de separação das plantas e animais pelas águas de um dilúvio parece ser um modelo mais de acordo com a realidade observada. O carvão é outra boa evidência do Dilúvio. Muitas das camadas de carvão ocupam enormes extensões e são bastante espessas. Atualmente não vemos carvão se formando nesta escala. Os enormes depósitos antigos de carvão bem podem ser explicados pelo transporte catastrófico e separador da vegetação durante o Dilúvio de Gênesis. Um bom exemplo disto é o carvão encontrado em Morewell, Austrália, com uma espessura de 170 metros! Jesus confirmou o Dilúvio em Mateus 24:36-39: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos Céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.” Nesse texto, Cristo associa dois episódios: o Dilúvio e a Sua segunda vinda. Um no passado e outro no futuro. Existem entre ambos circunstâncias semelhantes: (1) o tempo de graça concedido por Deus aos impenitentes – no caso dos antediluvianos, 120 anos; (2) os sinais (como os animais entrando na arca sem que ninguém os conduzisse); (3) a devassidão e irreverência dos antediluvianos; (4) o desprezo pelas palavras de advertência de Noé, etc. Muitos hoje duvidam da volta de Cristo, como muitos duvidaram (e duvidam) que tenha havido um dilúvio global. A história se repete. No entanto, as evidências apontam para o cumprimento, uma vez mais, da vontade soberana do Criador. De que lado precisamos estar: dentro ou fora da arca? Jesus Cristo é a “arca” moderna. Só Ele pode nos salvar das ondas destruidoras que ameaçam este planeta.