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postado em: 26/2/2008
Muito Além do Laboratório Em sua obra polêmica O Fim da Ciência, o jornalista científico John Horgan entrevista dezenas de cientistas e pensadores, em busca de respostas para uma série de perguntas sobre o futuro da ciência. Mas, no fundo, o que Horgan procura é o Absoluto (confessa mesmo ter passado, ainda nos tempos de estudos literários, por uma "experiência mística"). Pode parecer estranho Horgan procurar na ciência o que deveria buscar na teologia. Mas ele não é o único pesquisador que tem buscado o transcendente. O físico Marcelo Byrro Ribeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, arrisca um palpite para o porquê desse interesse. Ele acredita que as leis da ciência são limitadas e incapazes de explicar de maneira completa a constituição e o surgimento do Universo. Elas se sustentam porque explicam melhor um conjunto de fenômenos, e não como evidências absolutas. Nesse sentido, acredita o físico, a ciência presta um desserviço a si própria quando afirma possuir a resposta para tudo. De fato, a despeito do enorme avanço da ciência e da tecnologia, quando o assunto são as questões fundamentais como a origem da vida e do Universo, grandes e persistentes interrogações se sobrepõem às tentativas de explicação. Um bom exemplo é a teoria do big-bang. Aquela que diz que o Universo começou com uma partícula menor do que um átomo, mas de densidade e temperatura infinitas; e expandiu-se, tornando-se mais tênue e perdendo calor, enquanto se formavam as galáxias, as estrelas e os planetas. Em 1965, a descoberta de uma radiação vinda de todas as direções do espaço ao mesmo tempo parecia confirmar o big-bang. No ano passado, porém, medições mais exatas mostraram inconsistências nesse modelo. O problema é que foram descobertas galáxias mais antigas que a própria idade convencionada para o Universo, e com formato bastante parecido com o das galáxias atuais. O que os cientistas querem entender é como foi possível haver aglomerações tão complexas num universo recém-formado. Outro detalhe importante: o avanço do mapeamento das galáxias (estimadas recentemente em 125 bilhões) confirmou que sua distribuição é quase regular, o que também não combina com a tese de uma explosão caótica. A origem da vida: enigma persistente Com relação à origem da vida, o problema é ainda maior. Depois de quase um século e meio, os defensores da teoria da evolução biológica continuam se debatendo com problemas gigantescos. Tanto que o prêmio Nobel Francis Crick, depois de identificar a molécula de DNA, chegou a uma espantosa conclusão: "Parece ter sido quase um milagre, tantas são as condições necessárias para que a vida viesse a ocorrer." Vinda de um agnóstico com tamanho conhecimento da biologia, essa declaração dá uma boa medida da dificuldade que a ciência ainda enfrenta para explicar essa origem. Para o ex-ministro da Educação José Goldemberg (O Estado de S. Paulo, 19/10/99), os cientistas "estão encontrando problemas tais em entender o Universo e sua origem que alguns julgam que há lugar para um Deus em seus estudos". E talvez pelo fato de a ciência não ter todas as respostas é que, séculos depois de Galileu e outros terem desafiado os dogmas da Igreja Católica e o astrônomo francês Pierre Laplace ter descartado Deus como hipótese necessária para explicar o Universo, cientistas como o físico americano Charles Townes (premiado com um Nobel em 1964 pela invenção do laser) estão aceitando a crença cristã da criação do mundo. "É como se as descobertas mais recentes aumentassem a percepção de que o Universo e a vida constituem algo especial", diz o físico. Essas muitas perguntas sem resposta no mundo da ciência geram dois tipos de problema. De um lado, aparecem as evidências fraudulentas (veja quadro), como que indicando uma vontade imensa de confirmar teorias. De outro, abre espaço para os místicos introduzirem suas idéias, na tentativa de explicar o que ainda não se pode provar. Dos laboratórios ao misticismo Para muitos cientistas, seria necessário fazer valer a paráfrase: "Dê a Deus o que é de Deus e aos laboratórios o que é dos cientistas." Mas nem sempre é assim. Cada vez mais as limitações da ciência abrem espaço para a ala que aceita o transcendente. É bem verdade que muitos pesquisadores, quando usam o nome de Deus, estão muito mais se valendo de uma metáfora de entendimento imediato do que reverenciando uma figura religiosa. Mesmo os que aceitam Deus, o vêem como um conceito abstrato ou uma forma de energia impessoal, semelhante ao que defendem os adeptos da Nova Era. Entre eles, estão campeões de publicidade como o físico Fritjof Capra, autor do best-seller mundial intitulado O Tao da Física. Capra nasceu em Viena, em 1939. Lá, formou-se em Física Teórica. Como cientista vem tentando estabelecer paralelos entre a física e o misticismo. Em seu livro mais famoso (O Tao da Física), Capra tenta construir uma ponte entre as percepções da mecânica quântica e as das filosofias orientais. Com o estudo do átomo e de suas estruturas, "a ciência ultrapassou os limites de nossa capacidade de percepção sensorial. A partir daí ela não pode mais confiar de forma absoluta na lógica e na razão", escreveu Capra. Esse posicionamento de Capra - com excesso de misticismo e contestação da racionalidade - não agrada nem um pouco aos cientistas mais "ortodoxos", pois fere as bases da ciência experimental (ver quadro). Na opinião de Stephen Hawking, o papa da moderna cosmologia, "cientistas de valor deixaram de pesquisar para tentar chegar à verdade pela meditação oriental. Não produziram mais nada. Esterilizaram-se completamente". "Você deve duvidar seriamente de qualquer cientista que tente convencê-lo, baseado em argumentos científicos, da futilidade de sua crença religiosa", escreveu Marcelo Gleiser, em seu livro A Dança do Universo, pág. 348 (Companhia das Letras). Mas pelo jeito como as coisas vão, devemos duvidar também dos cientistas que querem fazer a ponte entre ciência e misticismo. Armadilha bem bolada Para o observador atento e conhecedor das Escrituras Sagradas, salta aos olhos o plano bem elaborado que se revela por trás da aproximação entre a ciência e o misticismo. Basta analisar as seguintes perguntas: De quem é o interesse de que as pessoas se afastem da verdadeira ciência e busquem o misticismo como resposta às suas dúvidas? Quem está interessado em que o ser humano creia que pode se auto-redimir através da "evolução espiritual", e que o pecado é uma ilusão judaico-cristã? Satanás, o inimigo de Deus, desde o início do mundo vem contestando a forma como Deus rege o Universo. Desde que perdeu sua posição de anjo mais exaltado no Céu, tenta envolver os seres humanos em sua rebelião, obscurecendo nas mentes a idéia da criação divina e da redenção em Cristo. A teoria da evolução biológica e o misticismo que tem por base a doutrina da reencarnação são suas armas mais eficazes. Com o evolucionismo vieram as dúvidas sobre a criação narrada em Gênesis e houve grande força para o argumento ateísta. E já que Deus "estava morto", passou-se a ver a ciência como fonte de esperança. O plano estava correndo a contento. Os anos se passaram e, aos poucos, as pessoas percebiam que a ciência não era esse "deus" tão poderoso. Até mesmo o ateísmo, como instituição, ruiu. E quem poderia ocupar a brecha? A segunda arma satânica: o misticismo. Rendidos à evidência do sobrenatural, muitos cientistas passaram a aceitar e defender idéias que nada têm que ver com os domínios da ciência, e nem tampouco com o que ensina a Bíblia. A armadilha se fechou. Por isso, o conselho do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo ainda vale: "Guarda o depósito, evita o palavreado vão e ímpio, e as contradições de uma falsa ciência" (1ª Timóteo 6:20, Bíblia de Jerusalém). "Falsa ciência" e "falsa religião" (misticismo) na verdade só servem para afastar os seres humanos de Deus. Por outro lado, a verdadeira ciência e a religião bíblica devem apontar para o Criador pessoal. O único que pode trazer sentido à vida e fornecer aquelas respostas que satisfazem o espírito humano. Ciência experimental X Misticismo "científico" "Nem a Matemática nem a Ciência podem descobrir Deus pelo simples fato de que estas duas conquistas do intelecto humano agem no imanente e jamais poderiam chegar ao Transcendente", diz o presidente da Federação Mundial de Cientistas, Dr. Antônio Zichichi, em seu livro Por Que Acredito Naquele que Fez o Mundo, pág. 16 (Editora Objetiva). Para se fazer ciência, é preciso levar em conta os seguintes aspectos: As evidências devem ser testadas em laboratório. Os experimentos devem ser reproduzíveis. A crença em Deus, o ateísmo ou as filosofias místicas, portanto, não pertencem aos domínios da ciência. Estão na área do transcendental e, assim, não podem ser provadas ou refutadas do ponto de vista científico. Algumas das Muitas Evidências Fraudulentas Elo perdido - O Archaeraptor liaoningensis, fóssil considerado como uma importante evidência da teoria de que os pássaros se desenvolveram dos dinossauros, era na verdade uma mistura de fósseis de duas criaturas diferentes. A revista National Geographic chegou a colocar na capa de uma de suas edições a recriação artística do animal e deu-lhe crédito como o elo perdido entre répteis e aves. Dinossauro de araque - Um esqueleto de dinossauro exposto havia 116 anos no Museu Nacional do País de Gales era falso. O esqueleto, que seria de um Ichthyosaurus foi montado com diversos tipos de ossos, gesso e tinta. Múmia falsa - Uma múmia com vestes em estilo egípcio e repousando em caixão de madeira com escrita cuneiforme foi tida como uma princesa que viveu em 600 a.C. Exames revelaram que se tratava do corpo de uma mulher mumificada havia apenas dois anos, e já em estado de decomposição.