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postado em: 22/2/2013
A Parábola do Rico e Lázaro
1. Hoje, responderemos a uma questão levantada pelos imortalistas: Se os adventistas não crêem que os justos vão para o Céu e os ímpios vão para o Inferno, logo após a morte, como podem explicar a história do Rico e Lázaro, narrada pelo próprio Cristo? Se o relato não ensina que o homem vai ou para o Céu ou para o Inferno, então, o que ensina a história?
2. Começaremos dizendo que realmente NÃO CREMOS que os justos vão para o Céu e os ímpios para o inferno logo após a morte. Este não é o ensino da Bíblia. A Bíblia ensina que os mortos tanto justos como injustos vão todos para a sepultura e aguardam a ressurreição e o Juízo, e só depois serão destinados para diferentes lugares, conforme os resultados do Juízo.
3. Mas, então, COMO ENTENDER a História do Rico e Lázaro?
Luc 16:19-31:
"19 Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente.
20 Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele;
21 e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras.
22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.
23 No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos.
26 E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.
27 Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.
29 Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.
30 Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.
31 Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."
I – JESUS CONTOU UMA PARÁBOLA
[1] Jesus contou uma "estória". Vamos assentar em primeiro lugar que Ele não contou uma história verídica. Ele contou uma estória imaginária, tirada das crenças populares. Ele contou simplesmente uma parábola.
Alguns insistem dizendo que Jesus contou não uma parábola, mas uma história verdadeira, uma história real pelo modo como se iniciou: "Ora, certo homem, ..." (16:19). Isto não é uma forma de se contar uma história?
Resposta: Jesus contou as 2 parábolas anteriores, iniciando com as mesmas palavras. (Lc 15:11; 16:1). Portanto, não há nenhum problema em começar uma parábola desta forma, iniciando como se fosse contar uma história qualquer.
[2] o que é uma parábola?
Parábola é uma história imaginada, tendo o objetivo de ensinar algumas lições, sem a preocupação de que os pormenores sejam verdadeiros. Uma parábola, embora tenha mais de uma lição, sempre tem uma lição principal.
Mas por que nós insistimos em dizer que isto é uma parábola? Ora, se é apenas uma parábola, [a] Não é verdadeira, nunca aconteceu, nem acontecerá. [b] Se é apenas uma parábola, deve possuir uma lição principal, e isto é o que é importante, e não o enredo ou os pormenores. [b] Se é uma parábola, não serve para ensinar doutrina, conforme a regra.
[3] Qual é a 1ª REGRA DE INTERPRETAÇÃO das parábolas?
[a] A grande regra de interpretação das parábolas é a seguinte: "Não podemos tirar uma DOUTRINA de qualquer parábola, quando essa doutrina entra em choque com as outras passagens mais claras da Escritura."
[b] O Dr. William Smith, em seu Dicionário da Bíblia, vol. 2, p. 1.038: "É impossível firmar a prova de uma importante doutrina teológica numa passagem que reconhecidamente é abundante em metáforas judaicas."
[c] o Dr. Edershein, em seu livro sobre a Vida de Jesus [Life and Times of Jesus], afirma categoricamente: "A doutrina da vida após à morte não pode ser extraída desta parábola."
II - INCOERÊNCIAS NA PARÁBOLA
Há alguns pontos de incoerências que não podem ser aceitos em uma história verídica. Vamos apresentar 4 deles.
[1] Os Personagens não eram Almas (v. 23, 24).
Eles têm olhos, e portanto: rosto, cabeça, pescoço. Têm dedos: mão, braço, antebraço, tronco. Têm língua: boca, aparelho digestivo. Ora, uma alma, conforme a crença popular, (1) não tem funções físicas da matéria, (2) não precisa de água, e (3) não pode ser queimada no fogo.
Mas na parábola, o castigo do Inferno é no corpo e não na alma. Isso contradiz a crença popular de que ao morrer, a alma do rico é que foi para o Inferno. Quando Cristo falou do Inferno, Ele disse: "Convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno." (Mt 5:30). Cristo ensinou que o castigo será no corpo, e não na alma desencarnada.
Entretanto, uma alma, como geralmente é descrita, sendo imaterial, incorpórea, imponderável, invisível, de forma simples, etérea como um espírito intangível – sendo tudo isso [embora nunca jamais alguém tenha visto semelhante coisa para afirmar com certeza] – essa alma/espírito não pode sentir a ação do fogo porque o fogo só queima coisas materiais. Portanto, se o rico está no Inferno em tormentos, não podia estar a sua alma, porque o tormento do fogo só é sentido no corpo, e não na alma.
[2] O Inferno está próximo do Céu
Como pode o Céu estar tão próximo do Inferno, de tal modo que é possível a comunicação de justos com injustos?
Será isso possível? Se isso fosse possível, imagine o desespero, a aflição e a angústia de uma mãe cujos filhos se perderam e se encontram nas chamas crepitantes do Inferno, e podendo vê-los e se comunicar com eles, e eles rogando misericórdia e ela sem poder fazer nada para aliviar o seu sofrimento que se estenderá por toda a eternidade! Certamente, o Céu para essa mãe seria um outro Inferno! Como poderia ela ser feliz?
A Bíblia não contém a doutrina do Céu próximo do Inferno de modo que os justos que estão no Céu podem ver os perdidos, a tal ponto que podem contemplar o seu sofrimento e falar com eles! Deus é muito sábio para cometer esse erro! Ele é muito justo para praticar esta injustiça! Ele é muito amorável para permitir que os salvos sofram ainda as consequências do pecado por toda a eternidade!
[3] Há um grande abismo entre justos e ímpios (26)
Se havia um grande abismo, como o rico não viu isso? Se havia um grande abismo, como podiam falar entre si? Se o Céu está tão próximo do Inferno, de tal modo que podem falar entre si, como há um grande abismo?
Se havia um grande abismo, como poderia Lázaro estender a ponta do dedo até a boca do rico? O seu braço não alcançaria tamanho abismo. E como poderia uma simples gota de água ser suficiente para refrescar a língua de alguém que está num lago de fogo? Certamente, antes de chegar a gota, haveria de evaporar-se.
[4] Abraão chama ao rico de "Filho"! (25)
Mas quem são os filhos de Abraão? "Os da fé é que são filhos de Abraão!" disse o apóstolo Paulo (Gál 3:7). A parábola não disse que ele era um homem de fé. Pelo contrário, ele não tinha ligação com Deus. Não era um homem religioso. Nem tampouco o pobre mendigo para que fosse para o Céu. Portanto, nenhum deles era filho de Abraão.
Estas são incoerências que não podem ser admitidas em uma história verdadeira.
III – OITO ENGANOS TEOLÓGICOS
Por que essa parábola não pode ser uma história verídica? Por que não podemos retirar dela uma doutrina dos mortos?
Há Oito Enganos, há OITO EQUÍVOCOS TEOLÓGICOS na parábola que estão em CONTRADIÇÃO com as demais doutrinas da Bíblia. Isso não pode acontecer.
1º Engano: Existe Vida Após a Morte
A estória diz que o rico e o pobre morreram e foram ambos levados pelos anjos para viver em diferentes lugares. Eles morreram. Mas eis que estão vivos! Abraão, o rico e Lázaro morreram, mas aparecem vivos na parábola.
Mas o que é morte? Morte é cessação da vida. Morte é o contrário da vida. Depois da morte, não há vida. Notem o que disse o patriarca Jó inspirado por Deus: Jó 14:10, 11-12, 14: "O homem, ... morre e fica prostrado; expira o homem e onde está?" Onde está o homem que morre? A pergunta é retórica e contém uma resposta evidente: "Ele não está mais presente! Ele está morto!" Mas Jó ainda continua: "Como as águas do lago se evaporam, e o rio se esgota e seca, assim o homem se deita e não se levanta; enquanto existirem os céus, não acordará, nem será despertado do seu sono." (vs. 11-12). Como um rio seca, assim o homem morre e não se levanta, não tem vida, não pode se mexer. Está seco, vira pó. Não está vivo.
A doutrina de muitos hoje é que o homem morre e continua vivo, em algum lugar. Mas a Bíblia diz que a morte é a cessação da vida. "Morrendo o homem, porventura tornará a viver?" (v. 14). A resposta dada pelo mesmo Jó é um categórico "Não!". A vida do homem morto depende da ressurreição. Antes disso, ele continuará morto, aguardando a manhã da ressurreição, quando então, acordará de seu sono profundo e imperturbável.
E quanto a Abraão? Não estaria no Céu o pai da fé? Não. A Bíblia diz que ele ainda não foi ressuscitado (Hb 11:8,13,16,39). Abraão não pode estar no Paraíso, porque ele ainda não obteve a concretização da promessa.
2º Engano: A Recompensa Será Depois da Morte
Lázaro recebeu a sua recompensa logo após a sua morte. Foi para o seio de Abraão, entrou na bemaventurança eterna. Mas isso contradiz a própria doutrina que Jesus Cristo nos deixou. Ele disse em Luc 14:14: "A tua recompensa, ... tu a receberás na ressurreição dos justos." A recompensa dos justos será dada apenas no dia da Ressurreição. Portanto, não devemos esperar que os mortos antes da ressurreição sejam galardoados. Você receberá a sua recompensa só na ressurreição, não antes. A parábola não está de acordo com as próprias palavras de Cristo, ao ensinar a doutrina escatológica.
A recompensa não será após a morte, mas após a Ressurreição. Ora, se a parábola entra em choque com a doutrina de Cristo, é evidente que Ele não desejava ensinar a doutrina que a parábola sugere.
3º Engano: Os Mortos Vão para Lugares Diferentes
O rico foi para o inferno; e Lázaro foi para o seio de Abraão. Ambos foram para lugares diferentes, após a sua morte. Será que isso é verdade? Não. O que a Bíblia ensina sobre ricos e pobres, após à morte? Para onde vão os ricos e para onde vão os pobres? E por analogia, para onde vão os animais, logo que morrem?
Lemos em Ecl 3:19-20: "O que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão." O profeta não está falando do corpo dos mortos, mas das pessoas mortas. Ricos e pobres vão para o mesmo lugar. Justos e ímpios vão para o mesmo lugar. Todos são iguais diante de Deus. O destino do homem não será diferente no momento da morte. Todos vão para a sepultura. Assim também ocorre com os animais.
4º Engano: Os Mortos Estão Conscientes
O rico está conversando com Abraão, e suplicando misericórdia, e portanto, estão conscientes depois da sua morte. É possível isso? Não de acordo com o ensino da Bíblia. A Palavra de Deus ensina que os mortos estão inconscientes.
Disse mais o sábio Salomão em Ecl 9:5-6: "Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol"
Os mortos estão em completa inconsciência, eles não podem se comunicar com os vivos, eles não sabem o que se passa com os vivos, eles não se falam entre si mesmos, eles não podem se comunicar com os anjos, eles não podem adorar nem louvar a Deus, porque eles estão inconscientes num sono sem sonhos e sem pesadelos. De fato, eles estão mortos e completamente mortos, e isso significa que não participam de nenhuma espécie de vida.
O próprio Cristo falou de Lázaro, o seu amigo, quando ele morreu, que ele estava dormindo o sono da morte (Jo 11:11-14). Mas uma pessoa que está dormindo está em completa inconsciência. E não era só o corpo de Lázaro que dormia. Era ele mesmo quem dormia inconsciente. Cristo não poderia se contradizer. Na parábola, Ele está ilustrando outra coisa. Não a doutrina dos mortos. E Ele nunca Se contradiz.
Com efeito, toda a Bíblia ensina que os mortos estão inconscientes, no pó da terra, dormindo o sono da morte, aguardando a ressurreição. E nenhuma parábola pode desfazer a verdade dessa doutrina firmemente estabelecida na Bíblia.
5º Engano: Pedir a Intercessão dos Santos Mortos
O rico pede a intercessão do pai Abraão (Lc 16:24). Hoje muitas pessoas estão fazendo a mesma coisa e cometendo o mesmo erro, pedindo a intercessão dos santos que já morreram. Eles pensam que os santos que estão no Céu podem falar a Deus e convencê-lO a nos ajudar mais prontamente do que nós que estamos tão longe.
O apóstolo Paulo no entanto, afirmou que só há um Intercessor. Em 1Tim 2:5-6: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a Si mesmo se deu em resgate por todos" A Bíblia ensina que temos um único Advogado e Intercessor, que é Jesus Cristo o nosso Senhor, que morreu por nós na Cruz. Ninguém mais é chamado a interceder por nós diante de Deus, além de Jesus.
6º Engano: O Paraíso dos Justos é o Seio de Abraão
O Céu é pintado com anjos e o pai Abraão, em cujo seio o mendigo foi abrigado. Esse paraíso é muito estranho. Não se compara com o verdadeiro Paraíso que Deus está preparando para os justos.
Qual é o verdadeiro Cenário do Céu? Qual é o Paraíso da habitação de Deus? Isaías contemplou a Deus no seu alto e sublime trono, cercado de anjos serafins, louvando a Trindade e cantando: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos" (Isa 6:1-3). Estêvão teve uma visão na qual ele contemplou a Deus no Seu trono e a Jesus em pé à Sua direita (Atos 7:56).
João contemplou o Céu e viu um Santuário, com os dois compartimentos, no qual Cristo administra, e intercede por nós. Ele viu o trono de Deus, no qual está assentado o Pai, e o Seu Filho, Jesus Cristo, e ao Seu redor bilhões de anjos que louvam a Trindade, cantando: "Santo, Santo, Santo é o Senhor". Este é o cenário do Céu. Além disso, Ele viu Novos Céus e Nova Terra, onde habitarão os justos. Ele viu a nova Jerusalém descendo do Céu. O pai Abraão, abrigando mendigos, nem é mencionado, e nem foi encontrado, embora estará também entre os salvos.
7º Engano: O Inferno já Existe Presentemente
A parábola diz: "No inferno, estando em tormentos..." (v. 23). Dizem os imortalistas que a parábola ensina o tormento eterno. Porém, o relato, embora fale em tormento infernal, não diz que ele será eterno.
O que é o Inferno? A Bíblia fala nos informa que o Inferno é um lugar de tormentos destinado a Satanás e os seus anjos que com ele entraram em rebelião contra Deus. E todos os ímpios que se identificam com o Diabo e escolhem o pecado e a rebeldia, também sofrerão o castigo no mesmo lugar (Mt 25:41).
Mas, será que o Inferno já existe? A parábola diz que o rico morreu e foi direto para o Inferno. Mas o que diz a Bíblia sobre a época do castigo? O tempo do castigo é no presente ou no futuro? Será que o castigo dos ímpios no Inferno é aplicado logo após a morte?
A Bíblia ensina sobre o tempo em que acontecerá o Inferno: Apo 20:7, 15: "Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão... E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo." Quando será o Inferno? No final do Milênio, e só então, ocorrerá o Juízo Executivo, o Lago de Fogo, quando os ímpios receberão o castigo de suas obras. Nesse tempo, o fogo que castiga os ímpios também os destrói, porque o Lago de fogo é chamado "a segunda morte", e morte significa cessação de vida.
Portanto, o Inferno não existe agora, presentemente. Não existe agora um lugar de tormento. Os imortalistas não precisam se preocupar, porque os seus parentes mortos que não se salvaram não estão queimando agora, e não serão atormentados para sempre.
8º Engano: A Salvação Vem Pelo Mérito da Pobreza
Por que o rico se perdeu? E por que Lázaro se salvou? O rico se perdeu porque era rico, e Lázaro se salvou porque era pobre. Ainda mais: o rico não era mau, não era ímpio, nem Lázaro era bom, e muito menos religioso. Mas Lázaro se salvou pelo mérito da pobreza e miséria em que se encontrava na terra.
Certa vez um cristão se aproximou de um mendigo que lhe pediu uma esmola. Então, ele lhe passou uma esmola, e querendo ajudar mais com a mensagem do Evangelho, disse ao mendigo, que também era paralítico: "Você já aceitou a Jesus Cristo como o seu Salvador pessoal?" O mendigo lhe falou: "Por quê?" "Ora", disse o cristão "porque Cristo pode curar a você, você será salvo e perdoado dos seus pecados, e levado para o Céu, e viverá eternamente!" "Mas, por que você acha que eu estou sofrendo tudo isso? Eu suporto a fome, o desprezo dos outros, eu sou paralítico! Quando eu morrer eu vou direto para o Céu, porque Deus vai me dar a recompensa, porque eu já paguei todos os meus pecados! Por isso eu estou sofrendo aqui na terra. E todos os ricos vão pagar no fogo do Inferno!" Ledo engano. Tudo errado.
Quais são as condições da salvação? O apóstolo Paulo ensina que tanto ricos como pobres são salvos pela graça de Deus pela fé que resulta em boas obras (Efé 2:8-10). A Bíblia fala que muitos ricos hão de se salvar, como Jó, Davi, Salomão, Nicodemos, Zaqueu. Mas também fala que muitos pobres vão se perder, junto com os ricos, e os grandes deste mundo (Apo 6:15-17).
Tudo indica que a Parábola do Rico e Lázaro não passa de uma alegoria, uma estória, uma simples parábola. Encontramos em Isaías uma estória semelhante, a Alegoria da Queda de Babilônia, em que os reis mortos falam entre si na sepultura a respeito do rei de Babilônia, que também foi morto e sepultado entre eles (Is 14:9-10). Também encontramos no livro de Juízes o Diálogo das Árvores em que elas falavam com outras 4 árvores pedindo-lhes que reinassem sobre elas (Jz 9:8-15). Esses são exemplos de alegorias e não podem ser tomadas ao pé da letra.
Portanto, a estória do Rico e o Mendigo não é verdadeira, é uma estória imaginada da época conforme as ideias populares. E Jesus usou essas crendices e montou a parábola, a fim de advertir ao povo em seus próprios termos e em suas próprias estórias.
IV - LIÇÃO PRINCIPAL
Toda parábola tem uma lição principal, que serve de base e objetivo por que a parábola foi contada. E aqui temos a lição principal: Busque a Deus, enquanto você tem vida aqui nesta terra, porque depois da morte, não haverá mais oportunidade de salvação.
De que modo devemos buscar a Deus?
1. Devemos buscar a Deus prioritariamente.
Cristo contou essa parábola para os fariseus. O que acontecia com eles? Luc 16:14: Os fariseus "eram avarentos." As suas prioridades estavam nos bens materiais. A sua confiança estava no dinheiro e só se preparavam para as coisas desta vida, não para o futuro. Eles não estavam buscando a Deus; antes, buscavam as riquezas, e serviam a Mamon. Disse Cristo portanto: Preparai-vos para o amanhã de Deus. "Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Lc 16:13). "Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." (Mt 6:33).
2. Devemos buscar a Deus reverentemente.
Luc 16:14: "Os fariseus ouviam tudo isso e O ridicularizavam". Não manifestavam reverência para com Cristo que lhes dizia a verdade. E Ele era Deus. Hoje muitas pessoas têm esta mesma atitude: Eles ouvem a verdade de Cristo, mas como não estão dispostos a abandonar os seus pecados, ridicularizam-nO, debocham dEle, e O rejeitam. Mas, a semelhança do rico da parábola, podem se perder para sempre. Esta é uma advertência para todos os que tratam as coisas de Deus levianamente, de modo debochado, ridicularizado. Mas Ele com infinito amor ainda estende o Seu convite: "Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e Eu vos aliviarei." (Mt 11:28).
3. Devemos buscar a Deus presentemente.
Busque a Deus hoje, agora, antes que seja tarde demais. Para o rico, foi tarde demais. Os fariseus consideravam que uma pessoa rica era abençoada por Deus e já era por isso um candidato certo para a salvação eterna. Mas Cristo ensinou que isso era um engano. Ricos e pobres têm que buscar a Deus hoje porque depois da morte não haverá mais oportunidade de nos prepararmos para a eternidade. Hoje é o dia da salvação. Preparai-vos hoje para o amanhã de Deus.
CONCLUSÃO
1. Portanto, aqui temos não uma história verídica, mas uma parábola que não pode nos ensinar sobre o estado dos mortos, que jazem nas sepulturas, aguardando a ressurreição.
2. Mas a parábola tem uma lição principal como todas as parábolas: Busque a Deus antes que seja tarde demais.
3. Portanto, busquemos a Deus em primeiro lugar; busquemos a Deus prioritária, reverente e presentemente!
4. Somente assim você poderá evitar o Inferno e alcançar o Céu.
Pr. Roberto Biagini
Mestre em teologia
[email protected]
18/12/2012