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postado em: 7/4/2014
O FUTURO GLORIOSO DO POVO DE DEUS
Exposição de Isaías 54
Pode imaginar o que seria de você, se precisasse começar tudo de novo? Se você voltasse para a sua casa e quando estivesse entrando na cidade, encontrasse tudo destruído? Como você se comportaria, como reagiria, ao saber que alguns inimigos ou terroristas tivessem vindo à cidade para destruí-la? E que a sua casa estivesse em ruínas? Certamente não seria nem fácil, nem agradável. Certamente seria um grande desafio. Pois isso aconteceu com o povo de Israel no passado.
Hoje vamos estudar a profecia do profeta Isaías, cap. 54. O capítulo 53 terminou com o glorioso fruto do trabalho do Servo Sofredor, as multidões imensas se convertendo ao conhecerem a obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário. O capítulo 54 mostra como isto seria realizado com a nossa ajuda.
Isaías foi o profeta que mais escreveu sobre Jesus. Por isso, ele é chamado o profeta messiânico, o profeta evangélico. Ele foi chamado o príncipe dos profetas da Bíblia. Seu livro de 66 capítulos faz um paralelo com a Bíblia que tem 66 livros. Seu primeiro volume de 39 capítulos corresponde ao Antigo Testamento com 39 livros, e o segundo volume de 27 capítulos corresponde ao Novo Testamento que possui 27 livros. Mas neste capítulo ele tem uma mensagem especial para o povo de Deus, em nosso tempo.
I – A EXPANSÃO DO EVANGELHO (V.1-3)
Notemos o primeiro verso: V. 1: ''Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR.''
Isaías apresenta de modo extraordinário as belezas e encantos do Evangelho. Mas o que significam estas palavras? Há aqui inicialmente uma ordem para cantar e se rejubilar: ''Canta alegremente'', ''exulta com alegre canto''. O Evangelho transforma a tristeza em alegria, e o choro em jubilosos cantos.
Mas quem deveria cantar? Temos referência a 2 mulheres: - uma estéril, e por isso abandonada e solitária, que representa o povo de Israel no cativeiro babilônico; - a outra mulher casada e cheia de filhos que representa Babilônia casada com os seus ídolos, e cheia de adeptos que integravam todas as nações pagãs.
A ordem divina é para que Israel cante alegremente. Mas, Senhor, como cantar? Não vê a aflição do povo? Subjugado, escravizado, afligido? Não vê a cidade de Jerusalém em ruínas, completamente destruída? O Templo que foi incendiado? Como cantar, Senhor?
Entretanto, o motivo para cantar alegremente é porque a situação da mulher estéril haveria de se mudar, e ela mesma deveria exultar, e exclamar em júbilo, porque se era estéril, solitária e abandonada, teria mais filhos do que a Babilônia, mãe de todos os filhos do paganismo, que eram imensas multidões.
Mas como seria isso possível? V. 2: ''Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas.''
Há uma ordem para ampliar os limites de sua habitação, alargar o espaço de sua tenda. Sua ''tenda'', ou o lugar de ''habitação'' do povo de Deus, onde era? Certamente não em Babilônia, mas na Palestina.
Aqui temos uma ordem para ampliar os limites de Israel. Mas como obedecer? Que ordem extemporânea! Ilógica! O povo de Judá estaria no cativeiro babilônico, como escravos. Como Deus ordena ampliar os seus limites?
Mas os impossíveis dos homens são possíveis para Deus. Da própria história dos hebreus tiramos o exemplo de Abraão que se queixava de que Deus não lhe dava filhos, e, no entanto, Ele lhe prometia ser o pai de numerosas multidões e que seria o herdeiro do mundo! E isso aconteceu, cumpriram-se as promessas divinas.
Nos primeiros versos, temos uma promessa, uma ordem e novamente a promessa confirmada, porque mais são as promessas do que as ordens. E quando temos mandamentos, temos promessas abundantes. Assim trata Deus com os falíveis mortais: Ele mistura as ordens com promessas para que confiados nas promessas, que são tantas, sejamos animados a cumprir as ordens.
O povo de Deus se encontraria no cativeiro babilônico. Esta profecia foi dada 100 anos antes do seu cumprimento. Mas em 605 AC, Nabucodonozor fez o primeiro cerco contra a cidade de Jerusalém; em 597, o segundo cerco; e como não se entregavam, em 586 AC, essa cidade foi completamente destruída e o templo incendiado. E então, os judeus foram levados para a Babilônia, subjugados, humilhados em escravidão. Lá estavam eles, em terra estranha, de língua incompreensível.
Mas o povo de Deus deveria sair de Babilônia, e há aqui uma ordem implícita para que saíssem de lá [o profeta já havia apelado: ''Saí de Babilônia'' (Isa. 48:20)], e depois de saírem de lá, deveriam voltar a Jerusalém a fim de reedificar a cidade que se encontrava em ruínas. E há também uma promessa aqui subentendida de que estava próxima a sua libertação do jugo babilônico.
E o que deveriam fazer, ao retornarem à sua pátria, após construírem a nova Jerusalém? Eles teriam de sair ao mundo e pregar o Evangelho. Seria necessária uma campanha evangelística, de anúncio e engrandecimento de Jeová, porque Ele é o verdadeiro Deus, que liberta o seu povo dos seus inimigos, e acima dEle não existe nenhum outro Deus!
Jerusalém estava situada no meio das nações do mundo (Eze. 5:5), e era este mesmo o plano de Deus, que ela estivesse colocada no centro do mundo para que alcançasse todas as nações com o Evangelho e o conhecimento de Jeová. As outras nações haveriam de ouvir do Deus verdadeiro, e iriam visitar Jerusalém, e buscar o conhecimento precioso com o povo judeu. Muitos povos se converteriam, e passariam a ser chamados israelitas.
Milhares de pagãos ouviriam a mensagem divina, milhares seriam impressionados frente à mensagem anunciadora do poder dAquele que venceu o maior reino da Terra, o reino de Babilônia, através de Ciro, o ungido de Deus [Isa 45:1]. E milhares haveriam de se converter dos falsos deuses à adoração de Jeová, e mudariam de residência para habitarem mais próximos do templo.
E à medida que esses conversos fossem aumentando em número, os limites da Palestina haveriam igualmente de se ampliar, até que esse reino abarcasse o mundo todo, e a nova Jerusalém seria estabelecida como a mais poderosa metrópole do mundo.
Então, se cumpriria a promessa encontrada no verso 3: ''Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas.''
Boas novas para um povo vencido, derrotado e sem motivos para cantar. As cidades assoladas seriam reconstruídas e habitadas por tantos povos conversos que haveriam de possuir as nações do mundo inteiro.
''Porque transbordarás''. Grandes massas humanas conquistadas para o verdadeiro Deus – todos os povos pagãos que deixando os seus ídolos, seriam atraídos para o Criador, e provando o novo nascimento, seriam filhos de Israel espiritualmente.
''Porque transbordarás''. Aqui vemos a mão de Deus abençoando o Seu povo, abrindo-lhe as janelas do Céu, em bênçãos sem medida, de tal modo que haveriam de transbordar:
Transbordar no conhecimento de Deus e da Verdade, a glória divina enchendo a Terra e iluminando o mundo;
Transbordar na conversão do mundo, enchendo a Terra de seguidores do verdadeiro Deus, vindos de toda parte;
Transbordar na posse de terras, ampliando o lugar da sua habitação, tomando finalmente o mundo todo, em cumprimento à promessa feita à Abraão de que seria o ''herdeiro do mundo'';
Transbordar em prosperidade econômica, atraindo as maiores riquezas da Terra, em ouro, prata e pedras preciosas.
''Porque transbordarás'': é a glória de Deus iluminando o mundo. É o triunfo glorioso do evangelho, é a conversão do mundo! Ultrapassa às maiores expectativas do anelante povo de Deus. Esta é a promessa de Deus e a felicidade do Seu povo.
II – MENSAGEM DE CONFORTO (V. 4-5)
Mas é natural o temor quando Deus nos envia a pregar o evangelho. Muitos ouvindo as palavras do profeta, haveriam de duvidar, olhando para si mesmos e para a sua situação presente.
Então, Deus lhes manda uma mensagem de conforto. V. 4: ''Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez.''
''Não temas''. Diletos irmãos, somos nós vencidos pelo temor quando Deus nos manda pregar? Somos nós tímidos frente à comissão evangélica? Somos nós limitados pelas nossas emoções? ''Não temas'', disse Deus.
Você teme a dificuldade de formar amizade com pessoas aparentemente endurecidas? ''Não temas''. Você teme a falta de poder espiritual para comunicar a Verdade? ''Não temas''. Você teme que os resultados sejam negativos? ''Não temas''. Não sejamos como Jonas, o profeta intimidado.
Mas por que não haveremos de temer? E porque não havia de Israel de temer? O profeta diz que o povo se esqueceria da ''vergonha da sua mocidade''. Quando foi que a nação israelita era jovem? Lá no tempo de Moisés, o povo de Israel era uma florescente e jovem. E onde estava essa jovem nação, filhos de Jacó? Onde se encontrava? Envergonhada nos dias da sua mocidade, em pleno cativeiro egípcio. No Egito, eram subjugados e humilhados como escravos de seus inimigos. Esta era a ''vergonha da sua mocidade''.
Então, Deus estava lhes dizendo: ''Ainda que você foi envergonhado nos dias da sua mocidade, você não será agora. Porque assim como no passado Eu o livrei dos egípcios, Eu o livrarei dos seus inimigos de hoje. Portanto, 'não temas'. Não há razão para temer.''
Mas o profeta continua dizendo: ''Não te lembrarás do opróbrio da tua viuvez''. No tempo de Moisés, cerca de 1500 AC, Israel era uma jovem nação, humilhada em cativeiro egípcio. No tempo de Isaías, cerca de 740 AC, a nação estava em completa apostasia, e viviam como se Deus, o seu Marido, estivesse morto, e, portanto, deveriam ser levados para o cativeiro babilônico, subjugados por Nabucodonozor. Este era o opróbrio da sua viuvez: Israel era qual mulher viúva, cujo marido estava morto para ela, espiritualmente.
Mas Deus está dizendo: ''Ainda que você esteja no cativeiro, o mesmo Salvador que o livrou do poder do Egito, livrá-lo-á do poder de Babilônia, e de todos os seus inimigos. Portanto ''não temas!''.
E por que ainda, não mais deveriam temer? V. 5: ''Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra.'' ''O teu Criador é o teu marido''. Não mais seriam um mulher viúva: Deus é o seu marido, que lhes restauraria sua vida espiritual. O próprio Criador haveria de criar dentro deles um novo coração que O amasse fielmente.
Mas Quem é o Criador? O Novo Testamento revela a Jesus Cristo como Aquele que fez o Universo, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Cristo é o Criador e é também o Marido da Igreja. E qual é o Seu nome? ''Jeová dos Exércitos.''
Se Jesus Cristo tem poder para criar, certamente, Ele também tem poder para destruir. O poder que Jesus tem para criar seria empregado para destruir os inimigos de Israel. Não havia razões para temer. ''O Senhor dos Exércitos'' era o Deus e Rei Todo-poderoso que haveria de congregar os exércitos falidos de Israel e haveria de desarvorar os seus inimigos, conduzindo o Seu povo à vitória.
Porventura o Senhor já nos enviou sozinhos a pregar o Evangelho? Quando Jesus Cristo disse aos discípulos: ''Ide e pregai o Evangelho!'', também acrescentou: ''E eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.''
Portanto, disse o profeta ao povo israelita: ''Não temas! O Senhor dos Exércitos é o seu Marido. Ele vai consigo. Ele é o Santo de Israel. Quem o acompanha é Aquele que jamais praticou injustiça, jamais cometeu erro ou fracasso. Ele é o seu Redentor, é o próprio Deus de toda a Terra.''
III – JURAMENTO DIVINO (V. 9-10)
Mas o homem é tão demorado, o ser humano é lento e incrédulo, o povo de Deus é tão tardio para compreender e aceitar o plano divino, que ainda haveria duvidosos.
Então, Deus empenha a Sua palavra, Ele jura por Si mesmo, para que ninguém mais duvidasse. V. 9-10: 9 ''Porque isto é para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não mais inundariam a terra, e assim jurei que não mais me iraria contra ti, nem te repreenderia. 10 Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o Senhor, que se compadece de ti.''
Ele jurou no passado que um Dilúvio jamais inundaria a Terra segunda vez, e mostrou a Noé o arco-íris no céu como sinal inequívoco de Sua fidelidade em cumprir a Sua promessa. Da mesma forma, Deus jurou que o Seu povo seria tirado do cativeiro, que Sua ira seria trocada por Sua eterna misericórdia, e que o Evangelho teria um triunfo glorioso em toda a Terra. Ele colocaria no céu o arco da vitória do povo de Deus, quando o Messias Se manifestasse com poder e grande glória. A Sua salvação seria certa e segura.
E mesmo que os montes e outeiros se abalassem e fossem removidos, [como acontecerá de fato - Ap 6:14], Deus não retiraria a Sua misericórdia e a Sua ''aliança de paz'' seria eterna, estabelecida para sempre por Aquele que se compadece de Seu povo.
Mas alguém poderia dizer ainda receoso: “Senhor, podemos acreditar agora. Mas... e a cidade de Jerusalém? E o Templo?”
IV – A RECOMPENSA DIVINA (V. 11-12)
Então, Deus revela a Sua obra mais gloriosa, aquilo que os olhos humanos jamais contemplaram. V. 11-12: ''11 Ó tu, aflita, arrojada com a tormenta e desconsolada! Eis que eu assentarei as tuas pedras com argamassa colorida e te fundarei sobre safiras. 12 Farei os teus baluartes de rubis, as tuas portas, de carbúnculos e toda a tua muralha, de pedras preciosas.''
Esta foi a gloriosa recompensa de Deus prometida ao povo de Israel. Jerusalém estava em ruínas; o povo no cativeiro. Mas Deus promete reconstruir a cidade dos Seus sonhos e fazê-la como jamais imaginaram: É a nova Jerusalém, a cidade de ouro e cristal, a cidade feita com as mais finas pedras preciosas. Esta é a cidade cujo Artífice e Construtor é o próprio Deus que disse: ''Eu assentarei as tuas pedras de safiras.''
Os justos filhos de Israel, agora circuncidados no seu coração, habitariam por toda a eternidade na Nova Jerusalém, e os Novos Céus e a Nova Terra seriam o Paraíso restaurado do Éden, onde seriam estabelecidos para sempre.
Mas notem os encantos intelectuais e espirituais: V. 13: ''Todos os teus filhos serão ensinados por Deus''. Deus mesmo habitaria nessa cidade de ouro e cristal, e ensinaria o Seu povo. Todos seriam os Seus discípulos. Todos haveriam de estudar o caráter e as obras de Deus e os Seus divinos atributos, e isso resultaria em paz e felicidade cada vez maior. ''E será grande a paz dos teus filhos''.
Mas você poderá estar dizendo: ''Mas isso não se cumpriu! O povo de Israel não está em paz num lindo Paraíso! Pelo contrário, está vivendo em guerra com os seus inimigos vizinhos, em uma terra desértica, arenosa, e a cidade de Jerusalém não foi construída por Deus em ouro e pedras preciosas!'' Como podemos explicar isso? Como não se cumpriu a profecia dada por Deus ao profeta Isaías?
De fato, esta profecia não se cumpriu. Por quê? Simplesmente porque as promessas são condicionais, e Israel não cumpriu as condições, e, portanto, não se concretizaram as gloriosas revelações do amor de Deus. Se Israel tivesse cumprido a sua parte na evangelização do mundo, poderiam reclamar o cumprimento da promessa. Eles saíram de Babilônia, eles voltaram para a sua terra, e reconstruíram a cidade de Jerusalém. Mas como egoisticamente retiveram os oráculos divinos só para si mesmos, desprezando os pagãos e conservando os seus preconceitos nacionalistas e suas lutas racistas, jamais viram o cumprimento completo da profecia.
E quando veio o Messias, cumprindo o capítulo 53, não estavam preparados para recebê-lo como o Servo Sofredor, a Luz do mundo, Luz para todos os povos, inclusive os gentios. Israel rejeitou o Seu Redentor, e O crucificaram e foram por sua vez rejeitados. E todas essas promessas passaram para nós, os cristãos.
Porém, hoje como antigamente, Deus chama o Seu povo, Israel espiritual, para cantar alegremente os cânticos de Sião.
Mas como, Senhor? Como podemos cantar frente às condições prevalecentes em nosso mundo contemporâneo? Não estamos em meio à Babilônia antiga, mas estamos em meio à Babilônia mística! Como cantar em um mundo cheio de violência, imoralidade, poluição? Como cantar em um mundo vitimado pela fome, pelas crises sociais e econômicas? Como cantar, se vivemos ameaçados por uma 3a conflagração mundial? Quando o mundo se maravilha seguindo a própria besta?
O que Deus diz na Sua Palavra? ''Não temas!'' Prega o Evangelho e canta alegremente. Sim, temos motivos para cantar, porque nos aguarda uma cidade que tem fundamentos, a Nova Jerusalém, a Cidade de ouro e cristal! Sim, temos sobretudo, a esperança de viver uma vida que se compara com a vida do próprio Deus, num Paraíso imortal de edênica beleza!
Mas antes da coroa de glória, vem a coroa de espinhos. Assim foi com Cristo, o Servo Sofredor, e assim será conosco.
E então temos,
V – O GRANDE DESAFIO (V. 15-17)
O que nos aguarda no próximo futuro? Paz e segurança? Prosperidade econômica? A conversão do mundo e um milênio de paz? O que nos indica a profecia?
V. 15-17: ''15 Eis que poderão suscitar contendas, mas não procederá de mim; quem conspira contra ti cairá diante de ti. 16 Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo e que produz a arma para o seu devido fim; também criei o assolador, para destruir. 17 Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor.''
''Eis que poderão suscitar contendas''. As contendas, as guerras, os conflitos armados estão aqui preditos. ''Mas não procederá de Mim'', disse Deus, porque isso é invenção de Satanás. É ele que inspira a guerra entre as nações e especialmente contra o povo de Deus.
Aqui temos o armamento das nações. Os povos no tempo de Israel, que não se convertessem, haveriam de se preparar para a grande Guerra, armando-se com toda a sorte de elementos bélicos.
Mas por que a inimizade? Desde que o pecado entrou no mundo, a prosperidade atraiu os invejosos. O povo de Deus não poderia deixar de ter inimigos. Muitos não se converteriam dos seus falsos deuses a Jeová, e instigados por Satanás, procurariam conspirar contra o povo de Deus.
Na pregação do Evangelho, os israelitas mostrariam ao mundo todo a sua prosperidade e riqueza, a sua sabedoria e a saúde vindas como resultado seguro de sua adoração ao Criador, o Senhor Jeová, e Ele seria exaltado como o único e verdadeiro Deus. Eles apresentariam as vantagens temporais para atrair às vantagens espirituais.
Muitos povos e milhares de nações ouviriam essa pregação e se manifestariam vivamente interessados e se converteriam ao Senhor. Outros, ouvindo, apenas, a fama de Israel, iriam pessoalmente visitar a cidade da nova Jerusalém, à semelhança da rainha de Sabá, no tempo de Salomão, e ao verem as maravilhas de Deus e da Sua glória no Seu povo, se converteriam. Muitos outros ainda que estivessem de viagem, passando pela Palestina, ao verem tanta beleza e prosperidade, também se converteriam, abandonando os seus falsos deuses.
Entretanto, muitos dentre outras nações, e à semelhança dos embaixadores de Babilônia, no tempo de Ezequias, que visitaram o rei de Judá para espiar a terra e conhecer as suas riquezas, não se converteriam, e instigados por Satanás, conspirariam contra o povo de Deus.
Mas a despeito de não aceitarem as condições da salvação, ao ouvir da grande prosperidade do povo israelita, ao ouvir das suas imensas riquezas acumuladas, seu ouro, sua prata, do seu petróleo, das raríssimas pedras preciosas, além dos seus finos manjares e abundância de cereais – toda essa prosperidade haveria de atraí-los. E, invejosos, todos os inimigos de Israel se ajuntariam conspirando contra o povo de Deus, formando uma grande Guerra Mundial, a fim de vencer o povo de Israel, e se apossar de toda essa riqueza e levar os ricos despojos, além de dominar a maior nação da terra.
Muitos deles não satisfeitos com o governo – este governo mundial, este governo universal de Jehovah e do conhecimento do verdadeiro Deus, e do reinado do Messias – não satisfeitos com isto, alguns apóstatas haveriam de levantar uma conspiração e subornariam alguém dentre o próprio povo que haveria de trair o Messias.
Esta seria a guerra de Gogue e Magogue (Eze. 38-39), o Armagedom do Velho Testamento, a guerra que acabaria com todas as outras guerras, estabelecendo a paz no mundo. Mas Deus já dava a garantia da vitória, no v. 15 (ú.p.): ''Quem conspira contra ti, cairá diante de ti''.
O Deus do Universo, que mantém todas as coisas em suas mãos, estaria controlando lá do Seu trono o ''ferreiro'', os fabricantes de armas, controlando o ''assolador'', ou seja, aqueles que usariam as armas de destruição contra o povo escolhido. Deus estaria controlando os 4 ventos das paixões humanas, nos 4 cantos da Terra.
O Céu nos aguarda, diletos irmãos. Entretanto, teremos de enfrentar ainda o último grande conflito, a batalha do Armagedom, em que seremos perseguidos; porém, não seremos derrotados. Temos a garantia da vitória.
Aqui está a certeza da vitória: V. 17: ''Toda arma forjada contra ti não prosperará''. A garantia foi dada de que o povo não seria destruído pelas armas do inimigo. Nenhum homem de Deus cairia nessa batalha. As espadas dos nossos inimigos serão transformadas em palha, e ninguém cairá nessa batalha dentre o povo de Deus. Bombas termonucleares não nos atingirão. Os revólveres e espingardas e metralhadoras funcionarão pela culatra.
“Toda língua ... em juízo''. Muitos serão levados aos tribunais, para responder por sua fé, mas ''toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás!'' Muitos dentre os fiéis seriam convocados a juízo, arrastados aos tribunais para responder por sua fé no Deus Jeová, mas destemidamente, à semelhança de Lutero e outros reformadores, estariam prontos para dar a razão de sua esperança. As acusações dos ímpios se voltariam contra eles mesmos. Os homens de Deus, valorosos agentes da Palavra como Estêvão, não temerão condenar os pecados e as injustiças dos ímpios, mesmo que ameaçados de morte.
Esta vitória será a ''herança dos servos do Senhor'', quando o Senhor mesmo vindicará a causa dos Seus filhos, pois o seu direito procede do Senhor, bem como a sua justiça que vem de Deus. O povo de Israel seria protegido em todas as circunstâncias e Deus defenderia a herança dos filhos do Seu povo, e vindicaria a Sua própria Causa em justiça e direito. Todos os Seus inimigos seriam desmascarados, completamente derrotados, em uma esmagadora surpresa.
CONCLUSÃO
Irmãos, vemos hoje esta profecia se cumprindo diante de nossos olhos: Vemos hoje o triunfo do Evangelho. Vemos o mundo todo ouvindo a tríplice mensagem angélica. Vemos os preparativos da guerra do Armagedom, prestes a se manifestar, trazendo a Jesus Cristo com a vitória para o Seu povo, quando estiver ameaçado de morte por seus inimigos, no Tempo de Angústia. Vemos a Cidade de Deus, a Nova Jerusalém quase abrindo os seus portais, para que entre o povo escolhido.
Estamos nós preparando o nosso coração? Estamos nós realmente convertidos, ou ainda estamos apegados aos encantos deste mundo?
Prezados irmãos, vamos fazer a nossa parte: Anunciemos a Jesus Cristo como o nosso Salvador que virá para levar a todos que se arrependem. Façamos o trabalho que Ele nos deu e cantemos de júbilo os cânticos melodiosos de Sião.
Cristo virá dos Céus quando estivermos em nossa maior aflição e angústia. Mas virá para dar vitória e triunfo ao povo de Deus. Você gostaria de estar pronto? O que você está fazendo para estar pronto? O que você deveria mudar, a fim de ter mais certeza?
Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
[email protected]
27/03/2014