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postado em: 12/06/2019
A GRANDE CENA DO JUÍZO - I
Digno é o Criador - Apo 4
INTRODUÇÃO
Vamos estudar uma das profecias mais importantes [dois capítulos que deveriam ser um só de 25 versículos, mas são dois, Apo 4 e 5]. Mas onde está a sua importância? É pelo fato de serem gloriosos, sublimes e solenes. E logo saberemos por que gloriosos, sublimes e solenes, e ainda escatológicos.
A escritora Ellen White disse que necessitamos estudar o capítulo 5 de Apocalipse, que é a continuação do capítulo 4, por sua importância escatológica (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 414).
Temos aqui um método de antecipação, visto na poesia e na profecia hebraicas, em que o escritor ao contar uma história, primeiro, começa pelo final, apresentando o ponto mais climático, para depois desdobrar a história. O ponto climático se encontra na exposição de Apo 4 e 5. Primeiro, ele fala da coisa mais importante; primeiro, ele conta o final da História. Isto é novo e contrário ao nosso método ocidental, porque detestamos saber o final da história, e até rogamos que ninguém nos conte o final, antes de vermos as partes. Mas Deus parte do melhor. Promete o melhor, mas deixa para cumprir o melhor no final. Assim, ficamos esperando sempre pelo melhor, enquanto caminhamos em nossa vida cristã.
Capítulos 4 e 5 são uma continuação das 7 Cartas e uma preparação para os 7 Selos. Mas, como disse, temos o fim antes do princípio.
MAS QUAL É O FIM? QUAL É O CLÍMAX?
O fim é o JUÍZO. Temos aqui a Cena do Final da História, temos aqui o JUÍZO FINAL, que se iniciou em 1844, uma cena que será interrompida com a Volta de Cristo, e continuada durante o Milênio, e completada no seu término. Onde estão as provas? As provas estão no próprio texto.
Vamos formular algumas perguntas durante a exposição.
COMO SABEMOS QUE SE TRATA DO JUÍZO FINAL?
Antes, devemos saber que muitos teólogos Protestantes estão interpretando esta cena como sendo a Entronização de Cristo no Santuário Celestial, a fim de se processar a Sua Investidura como Sumo Sacerdote, para logo iniciar o Seu ministério de Intercessão pelos habitantes da Terra. Mas temos que discordar porque a Sua Investidura ocorreu no dia do Pentecostes, no Céu, quando o Espírito Santo foi enviado, como prova de que Cristo foi entronizado, e, portanto, a Sua Intercessão já está sendo feita a partir do capítulo 1, onde Ele é visto entre os candelabros, no Lugar Santo do Santuário.
Mas, como sabemos que aqui se trata do Juízo? Vemos as provas no próprio texto.
I – O LUGAR MAIS IMPORTANTE
Onde acontece o Juízo?
Apo 4:1: “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.”
1. O Juízo acontece no Lugar Santíssimo do Santuário celestial. Cristo já havia dado a João a primeira visão no Lugar Santo. Agora, Ele convida João para ter uma nova visão no Lugar Santíssimo. É justamente lá o lugar onde se realizava o Juízo. Como sabemos?
Aqui está o clímax: João viu uma porta aberta. Que porta aberta era esta? Certamente não era a porta que dava acesso ao Lugar Santo, porque ele já estava (em visão) no Lugar Santo. E do Lugar Santo, ele vê uma outra porta aberta. Só pode ser a porta do Lugar Santíssimo. Esta mesma porta foi revelada em Apo 3:8, na Igreja de Filadélfia. Mas, embora em Apo 3:8 vemos o início do Juízo, aqui em Apo 4 temos a fase final do mesmo Juízo Investigativo dos justos.
Ele ouviu uma voz como de trombeta. Ora, o que significa isso? No passado, antes do Dia da Expiação, antes do Juízo Final, de cada ano, no sétimo mês, soavam as trombetas, anunciando que o Juízo estava próximo (Lev. 23:23-27). Portanto, na primeira visão, embora o apóstolo tivesse ouvido também uma voz como de trombeta (Apo 1:10), e viu o Lugar Santo, onde estavam os candelabros, é muito significativo o fato de que na segunda visão, ele ouve novamente uma voz de trombeta, e é convidado para subir até o Lugar Santíssimo, onde se realizava o Juízo, no Dia da Expiação.
Mas Por que subir? Note as palavras: “Sobe para aqui.” Ele se encontrava no Lugar Santo e é convidado a subir para um lugar mais alto. Por quê? Não é um convite para subir da Terra para o Céu. Ele já estava no Céu, no Lugar Santo (em visão). Eis que ele olha e vê uma outra porta, que dava acesso ao Lugar Santíssimo. Mas, por que subir? Porque o Lugar Santíssimo no Templo de Salomão, [conforme achados arqueológicos], estava a alguns degraus acima do Lugar Santo.
Mas qual é o tempo da visão? Quando isso deverá acontecer? Note: Eu “te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.” Depois de que coisas? Ora, se ele já havia visto as coisas do Lugar Santo, então, ele é transportado para o Dia do Juízo, que segue o ministério no primeiro compartimento do Santuário e ocorre o ministério no Santíssimo. O Juízo, de acordo com as profecias de Daniel, começou em 1844, e segue até o final do Milênio. (Dan 8:14; 9:25-27; Apo 20:7,11). A visão de Apo 4 se refere ao Juízo em sua fase inicial e segue até a volta de Cristo, porque Ele é retratado como Aquele que primeiro toma posse de um reino e então volta para os Seus. (Luc 19:12). É o mesmo quadro de Daniel 7: Acontece um Juízo (vs. 9-10), o Filho do Homem recebe o reino (vs.13-14), e os Seus súditos já com Ele são honrados como reis nesse reino (v. 27; Apo 1:6; 5:10).
2. O Juízo acontece no Trono do Universo.
Lemos em Apo 4:2: “2 Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no Céu um trono, E, no trono Alguém sentado.”
Aqui temos a visão do apóstolo: Ele viu um trono, um trono que já estava montado, e o trono ficava no Lugar Santíssimo do Santuário celeste. João viu um trono pronto para se realizar nele o Juízo. Esta é mais uma prova do Juízo, porque uma das funções do trono é o Juízo (Apo 20:4).
O trono era um lugar muito glorioso, porque havia diante do trono uma aparência de “mar de vidro, como o cristal” (v. 6). Isso indica no simbolismo apocalíptico, uma grande expansão, um lugar imenso, capaz de conter milhares e mesmo milhões de pessoas (Dan 7:10; Apo 5:11). E não somente amplo, mas o trono era revestido de beleza inaudita, porque nele havia um arco-íris, com 7 cores deslumbrantes, com uma ênfase no verde da esperança (4:3).
II – O PRESIDENTE MAIS IMPORTANTE
Quem o Presidente no Juízo?
Lemos que havia Alguém sentado no trono, que evidentemente, conforme o contexto, era Deus, o Pai. Ele está sentado no trono como presidente do Juízo. “É Ele, Fonte de todo ser e de toda lei, que deve presidir ao Juízo” (EGW., Grande Conflito, 279:2).
1. A descrição de Deus. Como Deus é descrito na visão? Apo 4:3 “E esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.”
João viu um Ser glorioso no trono, impossível de ser descrito por expressões humanas, e de ser representado por uma semelhança ou imagem, mas somente por seu fulgor sem igual. Deus é “semelhante à pedra de jaspe e sardônico”. Aqui temos o caráter de Deus em simbolismo. Jaspe é uma pedra de um grande brilho, e uma luz de cor branca e fulgurante sai dela. Ora, o branco é símbolo de justiça. Sardônico é uma pedra de cor avermelhada e o vermelho é símbolo do juízo. Portanto, a descrição muito discreta de Deus revela que Ele é um Deus de Juízo e justiça.
Vivemos em um tempo em que as pessoas não querem saber de um Deus de juízo. Os homens querem ouvir de um Deus de amor apenas, não um Deus de juízo e retribuição. Muitos estão interpretando mal as Escrituras e formando o seu próprio deus, diferente da Revelação. Esta é a interpretação de pessoas ímpias que não querem saber do Juízo divino, complacentes consigo mesmas. Mas a mensagem bíblica e adventista, a que prega o advento de Cristo, é contrária, e revela a verdade das Três Mensagens do Apocalipse que são mensagens de Juízo. E também a mensagem de Apo 4 e 5.
2. Mas notemos que há ao redor do trono, um Arco-íris, que tem suas 7 cores, “semelhante no aspecto à esmeralda”, que por sua vez, é uma pedra preciosa de cor verde, e o verde transparente se sobressaía às demais cores. O verde é símbolo de esperança, e está baseada no caráter divino. Embora o caráter de Deus seja de justiça, também é de amor. Por isso, Ellen White disse: “O arco-íris ao redor do trono é um símbolo da misericórdia divina” (EGW, Educação, 178:1).
Portanto, se o sardônico é um símbolo do juízo, o arco-íris é um símbolo da misericórdia de Deus. Assim, temos o verdadeiro equilíbrio da justiça e amor. Não só justiça, como querem alguns, ou só amor, como querem outros, mas justiça e amor, juntos. Este é o caráter de Deus, que é revelado em toda a Bíblia, e se manifesta em todos os atos divinos.
3. Esperança mesmo no Juízo: Assim ficam os símbolos: jaspe, de cor branca, temos a justiça de Deus; no sardônico vermelho, o juízo; e no arco-íris como esmeralda, em que mais se salientava o verde transparente, temos a nossa esperança na misericórdia divina. Que ninguém se desespere diante da mensagem do Juízo Final. Há esperança para todos os que buscam o Presidente desse Juízo, para Lhe falar e orar por perdão e salvação.
III – OS JUÍZES MAIS IMPORTANTES
Quem são os Juízes nesse Julgamento?
Apo 4:4: “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.”
Temos aqui os 24 ANCIÃOS. Quem são eles? Os anciãos eram juízes, no tempo de Israel, no Antigo Testamento. Falando da mulher virtuosa, disse o rei Lemuel: Pro 31:23: “Seu marido é estimado entre os juízes, quando se assenta com os anciãos da terra.” Em um claro paralelismo, os anciãos eram juízes dentre o povo de Israel. Eles serviram de tipos para os anciãos do Céu. Mas quem são os anciãos no Céu?
1. Há alguns teólogos que pensam que se trata de homens, seres redimidos que foram ressuscitados quando Cristo ressuscitou, e assuntos ao Céu, quando Ele subiu e voltou ao Pai. Dizem que eles foram os escolhidos dentre uma multidão. Mas não há nenhuma certeza nessa interpretação. É apenas suposição. Outros dizem que são anjos, seres angelicais que agem como juízes, e ajudam a Cristo em Sua obra no Santuário Celestial. A polêmica é grande, mas temos muitas evidências de que se trata mesmo de anjos que foram escolhidos por Cristo para ajudar na grande obra do Santuário.
Mesmo entre os Protestantes, há os que defendem a tese de que os anciãos eram anjos escolhidos, para realizar com Cristo a obra do Santuário. Diz o Novo Comentário da Bíblia, escrito por Francis Davidson, em Apo 5:8: “A natureza angélica dos anciãos é confirmada pela descrição do seu oferecimento das orações dos santos; no Judaísmo esta tarefa é feita pelos arcanjos (ver Tobias 12.15; Test. Levi 3.7).”
2. Paulo, escrevendo a epístola aos Hebreus, onde ele fala muito sobre o Santuário, diz que os anjos são “espíritos ministradores”, a serviço e “a favor dos que hão de herdar a salvação.” (Hb 1:14). Eles têm “taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”, como veremos em Apocalipse 5 (v. 8).
3. Ellen White diz exatamente isso, confirmando o texto sagrado, afirmando que “os próprios anjos mais elevados nas cortes celestes são designados para atender às orações” dos cristãos, no contexto de Apo 5:8, onde eles são vistos ajudando nas orações dos santos. (Exaltai-O, MM 1992, 22/dez, p. 371:2).
Ela diz claramente que um anjo disse as palavras que são ditas por um dos anciãos, no contexto de Apo 7:13-14: “João contempla uma hoste inumerável, preciosa, refinada e pura que rodeia o trono da Majestade celestial. O anjo pergunta a João: ‘Estes que estão vestidos de roupas brancas, quem são, e donde vieram?’ E João lhe responde: ‘Senhor, tu o sabes.’ Então, o anjo declara: ‘Estes são os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro.’” (Sign of the Times, 22 de Dez, 1887). O ancião que pergunta a João em Apocalipse 7 é identificado por Ellen White como sendo um anjo.
Portanto, esses 24 anciãos são anjos que agem como juízes nesse grande tribunal que é realizado no Lugar Santíssimo do Santuário celeste.
4. Esses anjos têm “coroas de ouro”. Ouro é símbolo de majestade. Isso indica que esses 24 anciãos anjos são participantes da majestade como reis e sacerdotes, que trabalham no Santuário. As coroas, no original stefanoi, são simbólicas de vitória mas também simbolizam hierarquia.
5. Na Cena do Juízo, é interessante ver que os 24 anciãos estão “vestidos de branco”, símbolo de justiça. Nada melhor do que a justiça para ser exercida pelos juízes. Eles vão precisar de perfeita justiça nas sua decisões. Não se admite nenhum erro na avaliação do caráter na corte do Tribunal divino.
6. Mas, Por que eles são anciãos e não jovens? Aqui temos mais uma prova de que se trata do Juízo. Qual era a atividade dos anciãos do povo de Israel? A principal função deles era julgar, como vimos. Eles escolhiam o seu rei (Juízes 11:4-5), eles ungiam o rei que era escolhido (1Crô 11:3), e eles decidiam quem devia ser cidadão em suas cidades, quem devia viver na cidade, e quem devia ser expulso dela (Dt 25:7-8).
Com efeito, a principal função dos anciãos era o de ser juízes. A própria palavra “anciãos” já pressupõe julgamento, porque esta era a sua função principal. Eles decidiam várias questões como juízes, na “porta”, ou seja, eles ficavam no portão da entrada da cidade, e lá decidiam as questões (Dt 22:15).
Para essa tarefa, não era escolhido um jovem, ou mesmo um adulto, ou uma pessoa inteligente, mas os idosos, os anciãos, porque tinham mais experiência, e, portanto, mais sabedoria para julgar.
7. Mas Por que o número 24? Davi escolheu, no passado, entre o povo de Israel uma ordem de sacerdotes que era de 24, de acordo com 1Crônicas 24 (vs. 1-18). Este era o número de pessoas necessárias para realizar as obras do templo. Os 24 anciãos são comparáveis às 24 ordens do sacerdócio levítico. Assim como os sacerdotes ministravam diante de Deus no santuário terrestre, assim também João vê os 24 anciãos que ministram no Santuário Celestial.
O número 24 também se aplica a uma representação geral do povo de Deus, porque é uma dupla de 12: os patriarcas do Antigo Testamento eram em 12 e 12 foram os apóstolos do Novo, num total de 24 representantes, da Igreja em sua totalidade.
8. Mas o que lembra a palavra anciãos? Além da sua idade? Além de sua função como juízes? Naturalmente, vem o profeta Daniel para nos ajudar. Dan 7:9-10: “9 Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. 10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.”
Esta é a mesma cena dramática que estamos estudando em Apo 4-5. Mais uma vez nos voltamos para o tribunal do Julgamento. Deus é chamado de “Ancião de Dias”, não só por ter a maior idade de todos, por ser eterno, mas para significar a função de Juiz, ou como nesse caso, Ele é quem preside o Juízo, e dá a autoridade de julgar para Cristo (João 5:22).
Mas voltemos para a Cena do Juízo em Apo 4:5.
9. Enquanto esses 24 anciãos estão julgando assentados em 24 tronos, ao redor do trono de Deus, o que sai desse trono? Apo 4:5: “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.” O que significam “relâmpagos, vozes e trovões” que saem do trono? Eles são símbolos dos juízos divinos. Eis aí mais uma prova do Juízo. Quando Moisés recebeu a Lei de Deus no monte Sinai, houve uma cena de juízo, numa demonstração de trovões e relâmpagos e fogo (Êxo 19:16,22; 20:18; Heb 12:25). Por isso não devemos aceitar qualquer interpretação, que vai nos desviar da solenidade e glória desse acontecimento.
10. Mas diante do trono “ardem 7 tochas de fogo.” Na Bíblia, o fogo, novamente, é símbolo de juízo. O fogo possui 3 qualidades: o fogo queima, ilumina e aquece. Os ímpios serão queimados no Juízo; mas os justos serão iluminados e aquecidos pela justiça de Deus. Mas as 7 tochas também simbolizam os 7 Espíritos de Deus. O número 7 representa a plenitude e aqui simboliza a plenitude do poder do Espírito Santo.
Assim, vemos as Pessoas do Pai, e do Espírito Santo simbolizadas na Cena do Juízo Final, porque ambos trabalham unidos pela salvação da humanidade, por nós mesmos.
IV – AS SENTINELAS MAIS IMPORTANTES
Quem são as sentinelas no Juízo?
Apo 4:6-7: “6 Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. 7 O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando.”
Aqui surgem os “4 SERES VIVENTES”.
1. Quem são eles? Temos que examinar o que disse o profeta Ezequiel que também teve a mesma visão do Juízo: Eze 10:20 tem a resposta: “São estes os [4] seres viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e fiquei sabendo que eram querubins.” Eles são anjos de uma classe superior, chamada de querubins, na hierarquia celeste. Para termos ideia da importância, lembremos de que Lúcifer era o querubim principal, da guarda (Eze 28:14), e perdeu esta exaltada posição, como um anjo superior a todos os outros. Tanto Ezequiel, como Daniel, e agora João tiveram a mesma visão do Juízo Final.
Além de Ezequiel, Isaías já havia contemplado o trono e os querubins, como guardas do trono, vendo a mesma cena de Apo 4. Note esta descrição: “No ano em que faleceu o rei Uzias [c. 740 AC], foi concedida a Isaías a oportunidade, em visão, de olhar para dentro do Lugar Santo e do Santíssimo do Santuário Celestial. Foram afastadas as cortinas do santuário interior, e revelou-se ao seu olhar um trono alto e sublime, que, por assim dizer, se elevava aos mais altos Céus. Indescritível glória emanava de um Personagem sobre o trono, e as abas de Suas vestes enchiam o templo, assim como sua glória finalmente encherá a Terra. Havia querubins de ambos os lados do propiciatório, como guardas em volta do grande Rei, e eles fulguravam com a glória da presença de Deus, que os envolvia. Ao ressoarem os seus cânticos de louvor em profundas e fervorosas melodias de adoração, as colunas da porta tremeram, como que abaladas por um terremoto” - Ellen G. White, SDABC, vol. 4, págs. 1.139 e 1.140.
2. Como era a sua aparência simbólica? O leão é símbolo do Rei, porque ele é o rei dos animais, em sua majestade. O novilho é símbolo de serviço e sacrifício. O homem representa a humanidade. Mas a águia representa a Divindade em seu voo altaneiro, vendo todas as coisas do alto. Estas são as características de Cristo. Enquanto os 24 anciãos nos representam no Santuário com as orações dos santos (Apo 5:8), os 4 querubins representam a Cristo, em 4 diferentes símbolos dos aspectos de Sua obra.
Portanto, aqui vemos a própria Trindade representada nos símbolos que estudamos. O Pai no trono do Universo, o Espírito Santo simbolizado pelas 7 tochas de fogo, e Cristo representado pelas 4 aparências dos anjos querubins.
3. Qual era a atividade das sentinelas, na visão?
Apo 4: 8 (úp.): “E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todopoderoso, aquele que era, que é e que há de vir.”
Os 4 seres viventes têm muitos olhos que simbolizam a sua inteligência e vigilância. As 6 asas representam a rapidez dos seus movimentos. As sentinelas estão sempre presentes no meio do trono, e sem descanso, cantam de dia e de noite.
Aqui esses anjos especiais proclamam e exaltam a Santidade de Deus. Mas, por que repetem 3 vezes a palavra Santo, como em Isaías 6:3? Esta é uma referência à Trindade que acabamos de ver que Se encontra lá, representada por Deus. Esta palavra “Deus” sintetiza a Divindade em Três Pessoas [Note que João não usou a palavra “Pai”].
Ademais, as sentinelas exaltam a onipotência: Ele é “Senhor Deus, o Todopoderoso”. Mas também cantam a Sua natureza eterna: “Aquele que era, que é, e que há de vir”, porque virá o grande “Eu Sou”. Note a sequência do número 3: 3 vezes Santo; 3 Títulos (Senhor, Deus, Todopoderoso) e 3 expressões de Sua eterna existência (era, é, e há de vir).
4. O que mais eles proclamam, e por que mais adoram, juntamente com os 24 anciãos? Quais são as honras dadas ao Presidente do Juízo, que Se acha sentado no trono? Aquele que vive pelos séculos dos séculos? Apo 4:11: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” Eles exaltam a Deus como o Criador de todas as coisas.
Esta mensagem se destina ao nosso tempo, em que devemos proclamar a verdade da Criação com mais intensidade. Em um mundo cheio de falsas teorias sobre a Origem da vida e de todas as coisas, e falsas filosofias como a Evolução, a Origem das Espécies, Deus chamou um povo a proclamar a mensagem criacionista e se levanta para testificar do poder onipotente de Deus.
CONCLUSÃO
Se os anjos nas mais altas posições cantam tanto, e proclamam tanto, dando “glória, honra e ações de graças,” não deveríamos nós também imitar o seu exemplo e exaltarmos mais a Deus? Não deveríamos dar mais graças a Deus em justo reconhecimento?
Igualmente, se eles se prostram, adoram e entregam as suas coroas, por que hesitamos tanto em adorar e entregar a nossa vida completamente a Deus, em consagração?
E finalmente, por que não exaltamos mais a Deus por Sua Criação (porque fazemos parte dela) diante dos inconversos?
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Mas a CENA DO JUÍZO CONTINUA em Apoc 5. Veja o estudo seguinte.
Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia.
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