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postado em: 2/6/2013
A PEDRA ANGULAR
“Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21:42).
A Palestina é rica em pedras soltas que desempenham um papel importante na vida de cada um. Nos tempos mais antigos, a pedra servia, sobretudo, de material de construção. Para tal fim, era talhada e não raramente polida. As de tamanho maior serviam de fundamento e como angular, para reforçar os ângulos do edifício.
A arqueologia tem demonstrado que a maioria das pedras angulares era simplesmente “imensas pedras”, toscas e mal formadas. Mas, a partir da época de Salomão, essas pedras eram cortadas e modeladas cuidadosamente. Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra fundamental, a primeira a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas paredes. Servia para definir a colocação das outras pedras e alinhar toda a construção bem como no seu acabamento.
Cristo: A Pedra de Esquina
“A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; e é maravilhoso aos nossos olhos” (Sl 118:22,23). “Ao Senhor dos Exércitos, a Ele santificai; seja Ele o vosso temor, seja Ele o vosso espanto. Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos moradores de Jerusalém. Muitos dentre eles tropeçarão e cairão, serão quebrantados, enlaçados e presos” (Is 8:13-15). “Chegando-vos para Ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1Pe 2:4).
Com profunda misericórdia, Cristo, como registra Mateus no capítulo 21, chama a atenção dos judeus para a profecia que expunha o perigo de Sua rejeição. Ao citar a predição da pedra rejeitada, referia-Se Ele a uma circunstância verdadeira da história nacional, relacionada com a edificação do primeiro templo, erigido por Salomão.
As enormes pedras para as paredes e para os fundamentos foram totalmente preparadas nas pedreiras porque nenhum instrumento deveria ser empregado no local da construção e os trabalhadores só tinham que as colocar em posição (1Rs 6:7). Fora trazida para ser colocada no alicerce uma pedra de dimensões fora do comum, e de raro feitio ao ponto que os construtores não conseguiam achar lugar para ela e não a queriam aceitar. Era-lhes um estorvo, permanecendo ali, sem utilidade. Por muito tempo assim ficou como pedra rejeitada.
Mas, ao chegarem os operários à ocasião de colocar a pedra angular de arremate, procuraram por muito tempo uma de tamanho e resistência suficientes e do devido formato, para ocupar aquele lugar e suportar o grande peso que sobre ela repousaria. Fizessem uma imprudente escolha para esse importante lugar, e estaria em risco a segurança de todo o edifício. Deveriam encontrar uma pedra capaz de resistir à influência do Sol, da geada e da tempestade.
Várias pedras foram escolhidas, diversas vezes, mas, sob a pressão de imensos pesos, haviam-se despedaçado. Outras não puderam suportar a prova das súbitas mudanças atmosféricas. Afinal, a atenção dos construtores foi atraída para a pedra por tanto tempo rejeitada. Ficara exposta ao ar, ao Sol e à tempestade, sem apresentar a mais leve fenda.
Os edificadores examinaram essa pedra. Suportara todas as provas, menos uma: Se pudesse resistir à prova de vigorosa pressão, decidir-se-iam a aceitá-la para pedra angular. Foi feita a prova e a pedra foi aceita, levada para o lugar que lhe era designado, verificando-se a ele ajustar-se perfeitamente.
Movido pelo Espírito do Senhor, Isaías profetizara que essa pedra era um símbolo de Cristo: a “pedra provada”. Suportou todas as provas e resistiu à pressão da culpa de Adão e da sua posteridade, e saiu mais que vencedor dos poderes das trevas. Ele é o firme fundamento: Todos quantos fazem dEle sua confiança, descansam em segurança perfeita.
DUAS CLASSES DE PESSOAS
““Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó” (Mt 21:44). Para aquele que crê, Cristo é o sólido alicerce: Esse é aquele que cai sobre a Rocha e se despedaça. A sujeição ao Salvador e a fé nEle são aqui representadas, significa renunciar a própria justiça e ir a Ele com a humildade de uma criança, arrependido de sua desobediência, e crendo em Seu amor perdoador. Outrossim, é pela fé e submissão que se edifica sobre Cristo como seu fundamento. Sobre essa pedra viva podem edificar semelhantemente judeus e gentios.
Milhares de pessoas são lavradas, polidas e embelezadas por seus próprios esforços: Não podem, no entanto, tornar-se “pedras vivas” (1Pe 2:5), porque não estão conectadas na Fonte. Sem essa ligação, pessoa alguma terá a salvação, pois não poderá resistir às intempéries das tentações. A única segurança eterna depende de edificação sobre o firme fundamento.
“E aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” A Nação israelita que rejeitou a Cristo, teria de ver em breve destruídas vilas e cidades, fato que ocorreu no ano 70 a.D., pelas forças do exército romano. Sua glória seria despedaçada, espalhada como o pó diante do vento. Foi a bondade divina desprezada, a justiça maltratada, e menosprezada Sua misericórdia – tudo quanto teria servido para sua salvação foi voltado para sua destruição.
“Assim será no grande dia final, quando o juízo cair sobre os que rejeitam a graça divina. Cristo, para eles a pedra de escândalos, aparecer-lhes-á então como vingadora montanha. A glória de Seu rosto, que para os justos é vida, será para os ímpios um fogo consumidor. Por causa do amor rejeitado, da graça desprezada, será destruído o pecador” (Ellen G. White, DTN, p. 447).
O Grande Arquiteto está edificando uma Casa Espiritual
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor” (Ef 2:20, 21). O edifício espiritual não é formado por uma grande quantidade de pedras reunidas por acidente: Ele tem forma e harmonia. Cada pedra ocupa seu lugar na estrutura, cuja estabilidade depende de uma cuidadosa planificação. O evangelho destina-se a todos, e reunirá homens e mulheres diferentes na educação, no caráter e na disposição.
“O templo judaico foi construído de pedras cortadas e alisadas, das montanhas; e cada pedra foi adaptada ao lugar que lhe era destinado no templo, cortada, polida e provada antes de ser levada a Jerusalém. E quando todas foram levadas ao local, o edifício foi formado sem som de machado ou martelo. Esse edifício representa o templo espiritual de Deus, composto de material reunido de toda nação e língua e povo, de todas as classes, altas e baixas, ricas e pobres, cultas e ignorantes...
“Estas não são substâncias mortas, a serem adaptadas com martelo e cinzel. São pedras vivas tiradas da pedreira do mundo pela verdade; e o grande Construtor-Mestre, o Senhor do templo, está agora cortando-as e polindo-as, e ajustando-as a seus respectivos lugares no templo espiritual. Quando completos, esse templo será perfeito em todas as partes, à admiração dos anjos e dos homens; pois seu artífice e construtor é Deus. Verdadeiramente, os que devem formar esse glorioso edifício são ‘chamados santos’” (Ellen G. White, The Review and Herald, 6 de Maio 1884).
“Os apóstolos edificaram sobre um firme fundamento, sobre a própria Rocha dos Séculos. Para este fundamento trouxeram eles as pedras tiradas da pedreira do mundo. Não foi sem empecilhos que os edificadores trabalharam. Sua obra foi excessivamente dificultada pela oposição dos inimigos de Cristo.
“Tiveram de lutar contra o fanatismo, o preconceito, o ódio dos que estavam a construir sobre falso fundamento. Muitos que trabalhavam como construtores da igreja poderiam ser comparados aos construtores do muro, nos tempos de Neemias, dos quais é dito: ‘Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que carregavam, cada um com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas...’
“Reis e governadores, sacerdotes e príncipes procuraram destruir o templo de Deus. Mas em face de prisões, tortura e morte, os fiéis prosseguiam na obra; e a estrutura cresceu bela e simétrica. Algumas vezes foram os obreiros quase cegados pelas névoas da superstição que baixavam sobre eles. Às vezes quase se apoderava deles a violência de seus oponentes. Mas com inabalável fé e inquebrantável coragem levaram avante a obra...
“Um a um, os principais construtores caíram às mãos do inimigo. Estêvão foi apedrejado; Tiago morto à espada; Paulo foi decapitado; Pedro crucificado; João exilado. Contudo a igreja cresceu. Novos obreiros tomaram o lugar daqueles que caíram, e pedra sobre pedra foi acrescentada ao edifício. Assim se ergueu lentamente o templo da igreja de Deus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 595 e 596).
Na conversão, tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1:12,13) por meio de Jesus Cristo, não sendo mais “estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, pertencendo à família de Deus e edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no Qual [Cristo] todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor” (Ef 2:19-21).
Portanto, o crente deve, por conseqüência, ter a consciência de que faz parte da mais extraordinária instituição já vista na face da terra: o Edifício de Cristo, sobre o qual as portas do inferno não prevalecerão jamais. Diante disto, ele “desenvolve [ocupa/coopera com Deus] a sua salvação com temor e tremor” (Fl 2:12), escolhendo o caminho da santidade, tendo atitudes e ações em harmonia com a vontade Deus e para o bem de seu semelhante. “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso senhor Jesus Cristo” (1Ts 5:23).
Deus é o Arquiteto e Edificador (Hebreus 11:10)
Pedras
Leonardo Gonçalves
Nós éramos pedras de rua, chutadas, pisadas por pés
Batíamos contra outras pedras, rolávamos sempre em revés.
Até que caímos no abismo, disformes, quebradas, sem luz.
Nas trevas da noite ficamos, perdidas à sombra da cruz.
A Pedra de esquina do templo tirou-nos da lama fatal,
Limpou-nos do lodo envolvente, é grande este amor Divinal.
Nos fez pedras vivas e úteis no templo, na Causa de Deus.
E ainda lapida as arestas que encontra nos filhos Seus.
A Pedra que os homens quebraram ficou como Pedra Angular,
A Pedra que foi rejeitada é Pedra que pode salvar.
Se tu te perderes contigo, procure encontrar a Jesus,
A Jóia das jóias, amigo, é Pedra que vida traduz.
Na guerra do Bem contra o mal, sejamos um muro de fé,
Lutemos em prol dos princípios que sempre nos firmam de pé.
Em breve estaremos com Cristo, andando em caminhos de luz,
E pedras outrora pisadas, seremos vitórias na cruz.
PASTOR VAGNER ALVES FERREIRA
JUBILADO – ASSOCIAÇÃO NORTE PARANAENSE/IASD:p>