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postado em: 4/4/2014
Estruturas: As Permanentes e as Que São Ruínas
“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir” (Lc 14:28).
O país do desperdício
O Brasil tem bilhões de reais enterrados em obras inacabadas e poderá enterrar muito mais, se não houver um mínimo de regras para a definição e a execução de projetos incluídos em orçamentos públicos. Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou mais de 3 mil obras inacabadas, com desperdício estimado, até agora [2005], em R$ 15 bilhões. Essa pesquisa confirma, com números assustadores e talvez subestimados, um problema identificado há muito tempo e nunca enfrentado de forma conseqüente: recursos preciosos são jogados fora, todo ano, por absoluta falta de respeito ao dinheiro do contribuinte e completo desleixo em relação às funções públicas (O Estado de São Paulo, 09/05/2005, Editorial, p. A3).
A arte de planejar
Na milenar Escócia existe uma propriedade cercada por uma maciça muralha de pedra de 3,5 metros de altura, tão larga que se pode andar de bicicleta sobre ela. A entrada principal, com torres e portões de ferro, recorda ao visitante o palácio de Buckingham. Esta propriedade tem um único problema, porém, desastroso e inconseqüente: Seu dono gastou tanto dinheiro no muro, que não teve o suficiente para concluir a obra na parte de dentro. A fachada teve maior prioridade que a realidade, e esse desvio de procedimento impediu a execução plena do projeto.
Dizem que quem faz um bom planejamento já realizou 50% das tarefas a serem desenvolvidas. Programar faz parte do planejamento, consiste em decidir antecipadamente o que se quer fazer e o que vai fazer. Trata-se de prever como realizar algo que se deseja e que se estima necessário e valioso. Do ponto de vista técnico, o sentido da palavra significa um conjunto de procedimentos e técnicas por meio dos quais se estabelece de maneira sistemática uma série de atividades, previsões e disposições para formular e elaborar planos, programas e projetos. A programação é um instrumento operativo que ordena, vincula cronológica e tecnicamente as atividades e recursos necessários para alcançar, num determinado tempo, metas e objetivos.
Neste contexto, destaca-se o Empire State Building, um arranha-céu de 102 andares de estilo Art déco llocalizado na intersecção da 5ª Avenida com a West 34th Street na cidade de Nova York. Foi considerada uma das estruturas mais altas do mundo por mais de quarenta anos, desde a sua conclusão em 1931 até que a construção da Torre Norte do World Trade Center foi concluída em 1972. Logo após a destruição do Word Trade Center em 11 de setembro de 2001, o Empire State Building recebeu novamente o título de edifício mais alto de Nova York. Foi superado pela Freedom Tower desde 30 de abril de 2012.
O “Empire State” é um edifício de 381 metros de altura, construído com 10 milhões de tijolos, 6.000 janelas e 60.000 toneladas de esquadrias de aço. Seu peso total, segundo especialistas, é 303.000 toneladas, está solidamente assentado e incrustado numa camada básica de granito. Será que o fundamento rochoso desse edifício algum dia se cansará de suportar tal peso? Geólogos dizem que a rocha granítica não pode ceder, ela nunca irá se mover. Por que? Porque antes que começassem a levantar o edifício de quase um terço de quilômetro de altura, os construtores cavaram para baixo, aprofundando colunas de aço e concreto, criando uma fundação segura e inamovível.
É fato que a maior causa de falência das empresas nos primeiros 5 anos é a falta de planejamento. O empreendedor, na maioria das vezes, teve uma excelente idéia, tinha tudo pra dar certo, mas por falta de planejamento e na ânsia de querer abrir logo o negócio para faturar, acaba falhando em não prever algo que poderia minar sua empresa, coisa que poderia ser detectada se fosse elaborado um bom planejamento para evitar um possível fracasso. Em todas as áreas da vida, não somente na empresarial, ao se planejar, a chance de dar certo é infinitamente maior comparado com aquele que não o fez.
Rocha ou areia?
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína” (Cf. Mt 7:24-27).
Jesus terminou Seu sermão no monte com uma ilustração que destacava claramente a necessidade de por em prática as palavras que Ele havia pronunciado ao comparar a vida de duas pessoas que ouviram Seus ensinamentos, e logo após ouvirem, iniciaram a construção da sua casa, de sua vida. UmUm iniciou sua edificação sobre a rocha, seguindo a orientação de um “Arquiteto”, o que significava mais suor e lágrimas, ao escavar e estabelecer seu alicerce, pois ele preocupava-se com o seu futuro e com o de sua família, via além do “o aqui e agora” e sabia do custo benefício do seu investimento.
Lucas detalha um pouco mais a ação desse homem: “”Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e,e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída” (Cf. Lc 6:47, 48).
Segundo Herbert Lockyer - pastor, professor de Bíblia e autor de mais 50 livros, falecido em 3 de dezembro de 1984 nos Estados Unidos da América -, a vida não é mais que “construir o caráter, os hábitos, as lembranças, as expectativas, tanto de fortalezas como de fraquezas; ao construirmos a casa da vida, adicionamos uma coisa sobre a outra, como se fosse pedra sobre pedra. Nosso desejo é que a construamos de forma segura. Aumentando diariamente o seu poder em servir, o seu conhecimento de Deus, as suas vitórias sobre os seus defeitos, as alegrias e esperanças, até que suas vidas se tornem um palácio digno para Deus habitar”.
O auge da ilustração de Jesus acontecerá nos dias de fortes “tempestades” no tempo do fim quando se descobrirá “quem é quem.” QuQual casa irá resistir? Nunca, na história da Humanidade, caiu tanta chuva e sopraram tantos ventos impetuosos. As Escrituras afirmam que o dilúvio foi a maior catástrofe que destruiu o mundo antigo, e como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem (Cf Mt 24:32-39). No passado, um mundo diluído. Assim como nos dias de Noé, assim serão as características do mundo por ocasião da volta de Cristo: Valores estão sendo [ e serão] diluídos, há infiltração dessas tempestades em todas as áreas da vida humana. Chuva que vem de cima, ventos que sopram dos lados e enchente que penetra por baixo. É o ataque tridimensional do inimigo.
Conceitos filosóficos humanistas, destituídos de regras e princípios do Criador, pretendem tornar verdades em mentiras e mentiras em “verdades”, pois, “mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém” (Cf. Rm 1:18-25).
Enquanto isso, o outro homem deu início a sua construção sem planejamento, sobre a areia da praia, sem se preocupar com o terreno. Herbert Lockyer apóia que Cristo sabia que os estrangeiros, os quais vinham à Galiléia para construir, eram atraídos para um solo de areia, já pronto para ser usado, não para a rocha dura e enrugada do local. Mas, quando vinha o tempo das chuvas fortes, só restava ao construtor um monte de ruínas.
Aquele que edifica sobre a areia não tem alicerce algum – ignora essa necessidade. A experiência humana mostra que muitos se alicerçam sua esperança no próprio eu, e muitos outros edificam sobre a base de idéias e opiniões humanas, de formas e cerimônias inventadas pelos homens, ou sobre quaisquer obras que possam fazer independentemente da graça de Cristo. Ambos os tipos ignoram a maior necessidade, o alicerce na rocha.
Zeloso pela estética e não pelos fundamentos internos, o construtor negligente, provavelmente terminou sua construção num tempo recorde, parece estar em vantagem curtindo o verão e o sol à beira mar enquanto seu vizinho ainda está trabalhando duro para escavar a rocha e erguer sua casa. Ele odeia esperar, gosta de atalhos, não se preocupa com detalhes, é imediatista. Sua filosofia: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (Cf. Is 22:13). Para ostentar beleza, edificou sua casa sobre a areia sem perceber que aparência não suporta ventos tempestuosos.
O teste das estruturas
O que Jesus quis dar entender por “chuva”, “alagamento” e “ventos”? Ele está expressando por meio de metáforas coisas como as enfermidades, as perdas ou os desapontamentos, falsas acusações, intrigas, luto, algo que sai errado em nossa vida, alguma coisa sobre a qual estávamos apoiando mas que, de repente, entra em colapso diante de nossos olhos.
Como exposto atrás, o conceito filosófico relativista é uma corrente[torrente] ] que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indivíduo definir a sua verdade e o seu bem. O indivíduo se torna o padrão ou a medida de todas coisas. O relativismo é a recusa de qualquer proposição teológica, ética ou filosófica de valor universal e absoluto. Tudo o que se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra.
Passam-se os dias e ambos terminam sua construção, vem o período das chuvas e com elas os ventos tempestuosos e o temporal atinge as estruturas, os rios começam a transbordar e os ventos balançam suas edificações mexendo com as casas. A água causa erosão invadindo por baixo e há turbulência em todos os lados. Infelizmente, ao fim do temporal apenas uma continua em pé, a outra está em ruína e não existe mais: A casa caiu papara o insensato tão preocupado única e exclusivamente consigo mesmo.
O teste final não é o que
Quem é verdadeiramente nascido de novo (Cf. 2Co 5:17), tem o Espírito de Deus habitando no templo de sua alma (Cf. Rm 8:9), o Qual lhe permite que conheça a vontade do Pai e o Seu imensurável amor que “é derramado em seu coração” (Cf. Rm 5:5), cujo amor motiva-o a obedecer a Deus e a servir aos outros. Nem palavras nem atividades religiosas substituem a obediência. A pregação, o exorcismo e a operação de milagres podem ter inspiração divina, mas não garantem a salvação. É bem possível que até mesmo Judas tenha participado de algumas ou talvez de todas essas atividades, mas, mesmo assim, não era um autêntico cristão. Nos últimos dias, Satanás usará “prodígios da mentira” para enganar as pessoas (2Ts 2:7-12). É preciso ouvir a Palavra de Deus e praticá-la (Cf. Tg 1:22-25). Não se deve ouvir [ou estudar] o que está escrito. O ouvir deve redundar em ações. É isso o que significa construir a casa na rocha.
Que se apodere da Minha Força (Is 27:5)
A religião consiste em praticar as palavras de Cristo: Não praticá-las para
Cristo, o fundamento, é uma pedra viva: Sua vida se comunica a todos quantos se acham edificados nEle. “Vós também, como pedras sois edificados casa espiritual”. “No qual todo edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor (Cf. 1Pd 2:5; Ef 2:21). As pedras se tornam uma com o fundamento, pois uma mesma vida se acha em todas. Esse edifício, tempestade alguma pode derrubar. “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (Cf. 1Jo 5:4).
PASTOR VAGNER ALVES FERREIRA
JUBILADO – ASSOCIAÇÃO NORTE PARANAENSE/IASD