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postado em: 16/1/2017
AS MENSAGENS ANGÉLICAS E A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
É pertinente a posição onde está inserida a última mensagem de advertência de Apocalipse 14:6-12: Encontra-se entre as ameaças do anticristo no capítulo 13 e a cena do juízo do capítulo 14:14-20. As mensagens angélicas transmitem o ultimato de Deus a um mundo unido em rebelião contra Ele. João vê uma “nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada.” Um anjo sai do santuário, “gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu. E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada.”
“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7). O anjo “voando” pelo ponto mais elevado do céu em Apocalipse 14 simboliza o alcance universal de sua mensagem. Esta proclamação do “evangelho eterno” de Deus é a verdadeira mensagem de reavivamento para o fim. Desenvolve a promessa anterior de Jesus: “E este evangelho do reino será pregado em todo mundo, para testemunho a todas as nações; e então virá o fim” (Mt 24:14).
“O adjetivo “eterno” [grego aiónion] aplicado ao “evangelho” em Apocalipse 14:6 leva consigo um significado especial. Afirma que o evangelho do tempo do fim é o evangelho inalterado dos apóstolos de Jesus. O evangelho do tempo do fim não é um evangelho diferente, mas sim o evangelho como foi exposto por Paulo em suas cartas aos romanos e a outras igrejas. A estrutura delicada do evangelho da soberana graça de Deus (ver Ef 2:4-10) não pode ser alterado nunca, nem sequer por um anjo ou por apóstolo. Uma inovação tal cairia sob a maldição de Deus (ver Gl 1:6-9). O evangelho eterno chega a ser cada vez mais relevante quando é contemplado em seu marco de Apocalipse 13, onde o anticristo demanda a lealdade à sua falsificação ou evangelho diferente” [Hans K. LaRondelle].
Para os eruditos bíblicos, o coração do evangelho de Paulo encontra-se em Rm 3:24-28: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.”
Sumariamente, estes versos contam esta história: a humanidade pecou e está destituída da glória de Deus. Jesus Cristo veio e através de Sua vida e morte, tomou toda a penalidade do pecado sobre Si. Agora, Deus é justo quando Ele declara que o pecador crente e arrependido é justificado ou declarado justo, não com base do esforço próprio, mas com base no registro perfeito e vitorioso de Cristo. A justificação pela fé prevê que em qualquer fase, a vida do crente é coberta por outra: pela vida perfeita de Cristo e Sua morte vicária, e que Deus olha para o pecador como se ele nunca houvesse pecado. A gloriosa verdade da salvação pela substituição corre como um fio escarlate através tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Destaca-se no contraste entre a oferta de Caim, produto de seu próprio trabalho e a oferta do cordeiro de Abel. Ela é retratada no cordeiro que tomou o lugar de Isaac sobre o altar do sacrifício. Esta verdade coloriu com o sangue do cordeiro, à meia-noite, os umbrais das portas das casas de Israel, no Egito, antes do Êxodo.
O PRINCÍPIO DA BABILÔNIA
“Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição” (Ap 14:8). O segundo anjo de Apocalipse 14 adverte contra o princípio da Babilônia. O que é esse princípio? Para descobri-lo, temos de voltar para a antiga Babel, onde ouvimos o sentimento expresso, “façamo-nos um nome” ((Gn 11:4). Mais tarde ouvimos Nabucodonosor dizer: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa do reino pela força do meu poder, e para glória da minha majestade?” (Dn 4:30). A essência do princípio da Babilônia está ligada a auto-glorificação e baseada no mérito humano. O pecado do orgulho originou no coração de Lúcifer (cf. Is 14:12-14) e se tornou a característica dominante da religião apóstata. “O princípio de que o homem pode se salvar por suas próprias obras está à base de toda religião pagã” (Ellen G. White, DTN).
A justificação pela fé é a resposta de Deus ao princípio da Babilônia. É a antítese da salvação pela realização, por mérito humano e trabalho. Sempre que somos tentados a olhar para as nossas próprias obras para a salvação, a depender dos méritos de nosso programa de saúde e reforma, a ter orgulho por manter padrões, exibir performance própria, etc., devemos tomar cuidado com o princípio da Babilônia. “O que é a justificação pela fé? É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó e fazer pelo homem aquilo que ele não está em seu poder para fazer por si mesmo” (E.G.W., Testemunhos Para Ministros). “A justiça é a obediência à Lei. A Lei requer justiça, e esta o pecador deve à Lei, mas ele é incapaz de a apresentar... Pela fé, ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo... e o Senhor lança a obediência de Seu Filho na conta do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a alma crente, arrependida, e trata-a como se fosse justa, e Ele a ama como ama Seu Filho. Isto é como a justiça é imputada pela fé” (Ellen G. White, Review and Herald, novembro 4, 1890, grifos acrescentados).
VENCERAM POR CAUSA DO SANGUE DO CORDEIRO
“Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:9-12).
O terceiro anjo adverte contra as terríveis conseqüências de adorar a besta e a sua imagem, e de receber sua marca na fronte ou sobre a mão direita (cf. Ap 14:9, 10). Esse conflito traz à lembrança Apocalipse 13:15-17, onde se descreve com exatidão a imposição mundial da marca da besta sobre todos os povos. A última fase da história do pecado em nosso planeta é de importância universal inequívoca porque tem que ver, em última instância, com a questão da adoração verdadeira ou idólatra (cf. Ap 13:15; 14:9, 11; 16:2; 19:20). É por isso que a marca é aplicada no contexto do culto religioso. Uma segunda besta, semelhante a um cordeiro com dois chifres, também conhecida como “falso profeta”, é capaz de forçar todos a adorarem a besta que sobe do mar através do engano de sinais miraculosos (cf. Ap 13:13, 14; 19:20).
“O apelo do anjo para que se adore a Deus como o Criador do céu e da Terra (Ap 14:7) aponta diretamente para o sábado como o memorial da obra da criação de Deus (Gn 2:1-3). Os cristãos dos últimos dias se caracterizam não somente por obedecer à Lei divina, mas também pela “fé em Jesus” (Ap 14:12). Essa fé exclui a atitude de legalismo ou justificação pelas obras. No NT, “fé em Jesus” significa a fé que tem Jesus e Seus ensinos como o seu objetivo: exercer fé em Jesus como o Filho de Deus e Messias (Jo 6:29; Tg 2:1). Nesse sentido, Cristo louvou a igreja de Pérgamo por manter a fé no Seu nome e em Seus ensinos, mesmo com o risco de martírio: “Conservas Meu nome e não negaste a Minha fé” (Ap 2:13; Hans K. LaRondelle, grifo acrescentado).
Aquele que aceita a mensagem do terceiro anjo sempre vai precisar da substituição da vida justa de Cristo para torná-lo aceitável a Deus. Não importa quão intensamente seja nossa obediência, nunca nesta vida seremos capazes de estarmos diante de Deus sem os méritos de um Salvador. Onde não há frutos do amor, ou seja, obediência na vida, deve-se questionar a realidade da justificação pela fé. “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1). Este estado abençoado da justificação não se limita a durar por um curto período de tempo na conversão, e o processo de santificação se realiza paralelamente ao da justificação, em vez de tomar o lugar dela [da justificação]. “Cristo é a nossa justificação e nossa santificação; Ele fornece tanto o nosso título e nossa aptidão para o céu” (Ellen G. White, Caminho a Cristo).
A doutrina da justificação pela fé declara que o homem é declarado justo com base na sua fé na vida perfeita [33 anos sem pecar = Sua justiça] e morte sacrifical do Senhor Jesus Cristo. Esta é a mais maravilhosa permuta em todo o universo. Cristo toma os nossos pecados sobre Si mesmo e nos dá Sua justiça, isto é, Seus trinta e três anos de vida isenta de pecado (cf. 2Co 5:21). Todo o impulso da justificação é, portanto, cristocêntrico, em vez de antropocêntrico. Cristo é enfatizado ao longo do processo em detrimento do homem: Sua vida perfeita, Seus incomparáveis encantos, Sua morte expiatória, e Seus méritos são invocados – a realização do ser humano está submersa em Sua graça. “Deus não permita que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6:14).
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ E A CLAREZA DAS VERDADES BÍBLICAS
“A despeito de questões complexas, verdadeiramente misteriosas com respeito a certos conteúdos bíblicos, os Reformadores consideravam a Bíblia um livro de grande clareza, mas isso quando entendida à luz de sua doutrina-mestra de justificação pela fé. O princípio formal da Reforma (a Bíblia só) e o princípio material da Reforma (justificação pela fé em Cristo) permanecem juntos. Se uma cai, também o outro cairá. Disse Lutero: ‘Se o artigo de justificação pela fé for perdido, toda doutrina cristã se perderá ao mesmo tempo... Pois com ela vem o Espírito Santo, que ilumina o coração por ela e a mantém no verdadeiro entendimento correto de modo que seja capaz de precisa e claramente distinguir e julgar todos os demais artigos de fé, e com vigor sustentá-los’. – What Luther Says, ed., E. Plass (St. Louis: Concordia, 1959), Vol. 2, pp. 702-714, 115-718.
Se essa declaração de Lutero for correta – e cremos que é – isso significa que há uma grande razão por que a Bíblia não parece clara para muitos na Igreja hoje. Perdemos de vista a verdade da justificação pela fé! Que esta doutrina central das Escrituras seja restaurada a sua devida posição e a Bíblia se tornará essencialmente clara”. – Profº Azenilto Brito, Condensado e adaptado de “Justification by Faith and the Clarite of the Bible, Present Truth, dezembro de 1975, (Vol. 4, nº 6), págs. 10-30, ([email protected]).
FACETAS DA JUSTIFICAÇÃO
- Justificação como correta relação com Deus – Pela justificação uma pessoa em relação incorreta (rompida) com Deus entra em uma relação correta com Ele (cf. Rm 5:10, 1);
- Justificação como absolvição – Na justificação, Deus salva pecadores da condenação de seus pecados, absolvendo-os de todas as acusações (cf. Rm 8:1);
- Justificação como imputação (imputar; conferir; creditar) de justiça – A justificação não pode ser através das obras: A justiça, isto é, a correta posição para com Deus, não é resultado de boas obras. Paulo ensina que Deus justifica o pecador que deposita nEle sua fé e confiança (cf. Rm 4:1-25);
- Justificação como perdão divino – Justificação significa perdão de pecado, cobertura de pecado. O perdão dos pecados, bem como a remoção das barreiras para a reconciliação e comunhão com Deus, é de fundamental importância para a fé (cf. Rm 4:6-8; 2Co 5:19; Sl 32:1, 2).
Qual é a base para a justificação do ser humano? “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5:9). O que torna ambas as coisas possíveis [justificação/salvação] e expressa a justificação do homem pecador é a cruz de Cristo, considerada como sacrifício vicário e expiatório, pelo qual o pecado da humanidade é perdoado e a ira de Deus, desviada. É na cruz que se revela a graça justificadora de Deus, que liberta do pecado (cf. Rm 3:24). Quando Deus propôs Jesus como um sacrifício expiatório, a justiça salvadora de Deus foi plenamente manifesta.
ENVOLVIMENTO PESSOAL ATRAVÉS DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Não há senão uma porta para a salvação eterna: Essa porta é Jesus! Cristo morreu por todos os homens (cf. Jo 3:16; 14:6), não obstante, a morte de Cristo no Calvário não garante a salvação de todos os pecadores. Nenhuma pessoa será salva eternamente apenas como resultado da morte de Cristo para todos, nem por causa da justificação universal temporária de Deus. Quando o carcereiro de Filipos perguntou sobre o que ele deveria fazer para ser salvo, Paulo e Silas disseram a ele: “Crê no Senhor Jesus e serás” (At 16:31). Para os crentes de Éfeso, Paulo escreveu mais tarde: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8). O pecador pode lançar mão da justificação e da salvação eterna exclusivamente através da fé em Jesus e em Sua morte expiatória por ele na cruz.
No plano de salvação, a fé é a mão erguida que coloca um pecador em conexão vital com Jesus. A base da salvação é Jesus (João 3:16), não a fé, mas lançamos mão da salvação pela fé. Através da fé, o pecador agarra o dom da salvação. Para tornar possível a salvação para cada pessoa, Deus dá a cada indivíduo uma “medida de fé” (Rm 12:3). Mas cada pessoa decide o que fazer com essa fé. Alguns optam por usá-la e desenvolvê-la; outros não. Como resultado, a fé de uma pessoa ou cresce, ou atrofia. Há um equívoco comum entre os professos seguidores de Cristo que a mera aceitação mental à verdade constitui a fé salvadora.
Até os demônios crêem que Jesus é Deus (cf. Mr 5:7). De fato, “os demônios crêem e estremecem” (Tg 2:19). “A fé nominal em Cristo, que O aceita apenas como o Salvador do mundo, nunca pode trazer a cura para a alma... A única fé que nos beneficiará, é a que O abraça como Salvador pessoal; que se apropria de Seus méritos para nós mesmos”. (Ellen G. White, o Desejado). A justificação pela fé repousa sobre nossa aceitação do que Cristo já fez, e não sobre o que você e eu temos feito ou podemos fazer. A resposta do pecador ao amor de Deus seria completamente inútil se Jesus não tivesse obtido a nossa redenção no Calvário. Paulo escreve: “Fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Rm 5:10). Mas a reconciliação de Deus não irá nos salvar se não reivindicarmos a oferta de Deus, a fim de sermos salvos.
“Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida... Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:10, 1). Essa reconciliação/renovação do espírito e da mente implica restauração da comunhão. Este aspecto positivo do perdão, seguido de obediência e serviço dedicado, é ilustrado pelo regresso à casa do filho pródigo. O elemento essencial é o restabelecimento positivo de comunhão quebrada. “Onde há perdão dos pecados, também há vida e bem-aventurança” [Lutero]. Essa comunhão renovada elimina a rebelião: O plano de salvação foi concebido para acabar com a rebelião e o pecado, não para perpetuá-los. O pródigo não voltou para casa para continuar um rebelde, pois esse espírito indisciplinado derreteu-se na “reconciliação” com o pai. Ele voltou com entusiasmo, submisso e motivado a viver pelas regras da casa paterna. De igual modo, a pessoa justificada pela fé, tem experimentado uma mudança de atitude que implica confiança e compromisso com Deus e Sua vontade.
JESUS QUER SER SEU HÓSPEDE
Aquela noite parecia igual às demais, exceto pela agitação dos cansados viajantes que batiam à porta dos hotéis em busca de pousada. Algo de extraordinário, porém, estava prestes a acontecer que a colocaria definitivamente como o ponto divisor da história humana. Não tanto a data, mas o fato: o que ocorreria naquela noite teria uma dimensão única e inigualável.
As pessoas que acorriam à pequena Belém da Judéia iam motivadas pelo recenseamento decretado pelo imperador romano César Augusto. Estavam tão preocupadas com as coisas comuns da vida que não se davam conta da importância daquele momento. O hoteleiro estava, como os demais, preocupado com os seus afazeres, os lucros do seu negócio. Quando aquele jovem casal chegou à sua estalagem, disse: - “Não há lugar para vocês.” Os quartos já deveriam estar todos ocupados, ou talvez, estivessem sendo reservados para hóspedes “especiais” que poderiam pagar mais do que aqueles simples casal de camponeses.
Soubesse aquele comerciante o que estava prestes a ocorrer e lhes haveria providenciado o melhor quarto. Entretanto, de todos os que estiveram com ele naquela noite, os únicos nomes lembrados são os de José e Maria. E para eles não houve lugar na estalagem!
Como descreve um poeta, em letras magistrais, o Supremo Presente de Deus, concedido à humanidade, não foi acompanhado de pompa ou ostentação; pelo contrário, Deus O cercou de simplicidade e singeleza:
“Nenhum estojo de prata
Nenhuma folha de papel Ele usou; Seu presente de Natal aos homens:
Dentro de uma manjedoura Deus colocou.
Nenhum fio de seda foi usado,
Para amarrar o presente de cima enviado.
Estava envolto em panos e amarrado
Com cordas do amor divino.”
É assim que o poeta se refere à suprema dádiva concedida por Deus à Humanidade: o presente de amor que esvaziou os tesouros dos Céus e enriqueceu para sempre os homens.
O cenário não poderia ser mais simples e despretensioso. Foi ali na humilde estrebaria em Belém, não tão limpa e organizada como a vemos retratada nos presépios, que ocorreu um dos eventos mais sublimes de todos os tempos. Sua singular história nos fala a respeito do mais precioso presente de Deus, depositado em uma rude manjedoura.
Esse acontecimento não era mais um lance de marketing ou um “fruto” da mídia. Não! Não se tratava de um produto descartável do tipo “usa-se e depois se joga fora e o caminhão de lixo vem e leva tudo para o montão do nada”. Era o que havia de mais real, valioso e significativo. O dom de Deus nesse primeiro Natal não estava envolto em egoísmo. Era um donativo repleto de amor e completa renúncia. A fim de conceder o maior de todos os dons, Deus esvaziou os Seus depósitos e esgotou os recursos do Céu. Deus não podia dar nada melhor. Nada mais havia que Ele pudesse dar. Deu-Se a Si mesmo.
“No Mestre enviado de Deus, o Céu deu aos homens o que de melhor e maior possuía. Aquele que tomara parte nos conselhos do Altíssimo, que habitara no íntimo do santuário eterno, foi escolhido para, em pessoa, revelar à humanidade o conhecimento de Deus.” – Educação, pág. 73.
NOVAS DE GRANDE ALEGRIA
Apesar da indiferença de quase todas as pessoas e da cegueira dos líderes judaicos (não viram e não viveram a grandiosidade daquele momento), aquela noite memorável foi marcada pela alegria e indescritível júbilo. As colinas de Belém se transformaram no palco da mais gloriosa cena. Durante aquelas horas caladas da noite, um grande séquito de anjos saudava com júbilo o nascimento do esperado Salvador.
Juntamente com alguns pastores de ovelhas (homens simples, dedicados aos trabalhos da vida rural) e com os três magos (homens estudiosos da Palavra de Deus, atentos às profecias), os anjos formaram a única comissão de recepção que saudou o Rei dos reis, o Senhor Jesus, quando Ele deixou a Sua glória e “habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14).
Ao analisarmos os fatos, não sejamos por demais severos com aquele dono da hospedagem, ou com os governantes e líderes religiosos da época! Até porque a história se repete: as pessoas, hoje, estão preocupadas com presentes, roupas, festas, comilanças e bebedeiras como sempre; poucos, pouquíssimos são aqueles que estão preocupados com o verdadeiro sentido do Natal!
Faz cerca de 2.000 anos, no primeiro Natal, não houve lugar para José, Maria e o Menino Jesus: Ninguém apareceu para hospedá-lO! Como sabemos, o momento mais aguardado em cada Natal é a Ceia, é quando as famílias se alegram e confraternizam em torno de uma mesa. Que tal receber Jesus como seu principal Hóspede? Que tal dar-Lhe o mais honroso lugar, à cabeceira da mesa?
Hoje, tal qual ocorreu há 2000 anos, Ele está apenas à espera de alguém que Lhe abra as portas – da casa, da vida e do coração – para que possa entrar trazendo paz e alegria: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz a abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3:20, grifos acrescentados).
Vamos, o que você está esperando? Vai deixá-lO fora? – fora dos seus negócios, fora da sua casa, fora da sua vida e fora do seu coração? – Lembre-se: Se Ele está à frente da porta, é porque quer entrar; se está batendo, é porque Ele tem pressa em entrar!
Abra a porta, e faça do seu coração uma manjedoura – para receber o Senhor Jesus; pois, como um velho poeta acertadamente afirmou:
“Ainda que mil vezes Cristo em Belém nascesse,
Se Ele não nascer em ti, tua alma está perdida.
Oh! Dá-Lhe um bom lugar,
Sim, dá-Lhe acolhida.
No íntimo da tua alma,
Lugar para Ele nascer.
Cristo virá outra vez então,
Aqui no mundo, no teu coração”. – Pr. Elizeu C. Lira, Editor do IASDEMFOCO.NET (Este Dia Com Deus, Título: Jesus quer ser seu hóspede, 24/12/2011).
PASTOR VAGNER ALVES FERREIRA
JUBILADO – ANP/IASD
E-MAILL: [email protected]