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postado em: 11/11/2013
PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO
“Havendo eles passado [o rio Jordão], Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu Espírito” (2Rs 2:9).
“Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe...” (1Rs 17:1). Elias surge no cenário bíblico como um homem que tem uma missão urgente a serviço de Deus. Os diques de contenção do pecado se desmoronaram, permitindo que o mesmo levasse o país a uma grande crise, e se não o detivesse, certamente a ruína de Israel seria inevitável. A apostasia, com sua face idolátrica, era uma vergonha nacional.
Elias manifesta-se na história sagrada sem qualquer vínculo com o sistema em vigor, seja pelo lado sacerdotal, seja pelo lado profético, ou pelo lado manárquico. O que as Escrituras nos informa a seu respeito está em 1Rs 17:1: “Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe...” O lugar de Elias estava entre as montanhas de Gileade, ao oriente do Jordão. Nada mais se diz.
É possível que Deus queria alguém que não tivesse qualquer tipo de envolvimento, que não fosse presa fácil das conveniências e pudesse ser a Sua própria boca para confrontar os pecados de Israel. Alguém que tivesse consciência de sua posição como “vaso nas mãos do Oleiro,” como voz de quem clama no deserto para repreender o pecado e fazer retroceder a Maré do mal, confiante no propósito de Deus de preparar diante dele o caminho e dar-lhe abundante sucesso.
O Senhor transformou o profeta Elias num poderoso instrumento para a derrota de gigantescos males. A idolatria que, alimentada por Acabe e Jezabel, tinha seduzido a nação israelita, foi, decididamente, colocada em cheque. Os profetas de Baal foram dizimados. Todo o povo de Israel foi profundamente despertado, e muitos voltaram à adoração a Deus. Ao longo de seu ministério, Elias era seguidamente chamado a opor-se a flagrantes males com severa repreensão.
“As escolas dos profetas, estabelecidas por Samuel, tinham entrado em decadência durante os anos da apostasia de Israel. Elias re-estabeleceu essas escolas, tomando providência para que os jovens adquirissem uma educação que os levasse a engrandecer a lei e fazê-la gloriosa. Três dessas escolas, uma em Gilgal, outra em Betel, e a terceira em Jericó, são mencionadas no registo. Pouco antes de Elias ser levado para o Céu, ele e Eliseu visitaram esses centros de Educação” (Ellen G. White, PP, págs., 224 e 225).
“O coração de Elias se encheu de júbilo quando viu o que estava sendo alcançado por meio dessas escolas. A obra de reforma não estava completa, mas ele podia verificar através do reino a exatidão da palavra do Senhor: ‘Também Eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda a boca que o não beijou’” (1Rs 19:18, Idem).
A VOCAÇÃO DE ELISEU
Deus havia ordenado a Elias que ungisse outro para que fosse profeta em seu lugar: “...E também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar” (1Rs 19:16). Em obediência à ordem divina, Elias saiu em busca de Eliseu, viajando para o norte do país. O pai de Eliseu era um abastado fazendeiro, um homem cuja família estava entre aqueles que em tempo de apostasia quase nacional não tinham dobrado os joelhos a Baal.
“Partiu, pois, Elias e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele. Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo. Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia” (1Rs 19:19-21).
O Espírito Santo impressionou a mente de Eliseu quanto ao significado do ato do profeta. Isto foi para ele o sinal de que Deus o havia chamado para ser o sucessor de Elias. “Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo”, disse Elias. Eliseu devia considerar o preço – decidir por si mesmo a aceitar ou rejeitar o chamado. Se seus desejos se apegassem ao lar e suas vantagens, ele estava livre para permanecer ali. Mas Eliseu compreendeu o significado do chamado – sabia que viera de Deus, e não hesitou em obedecer.
“Não foi grande a obra de início requerida de Eliseu; deveres comuns ainda constituíam sua disciplina. É dito dele que derramava água nas mãos de Elias, seu mestre. Ele estava disposto a fazer o que fosse que o Senhor ordenasse, e a cada passo aprendia lições de humildade e serviço. Como assistente pessoal do profeta, ele continuou a provar-se fiel nas pequenas coisas, enquanto com diário fortalecimento de propósito devotava-se à missão apontada por Deus” (Ibidem, p. 222.)
ELIAS É TRASLADADO AO CÉU
“Havendo eles passado [o rio Jordão], Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu Espírito. Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará. Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros... Então, levantou o manto que Elias lhe deixara cair e, voltando-se pôs-se à borda do Jordão” (2Rs 2:9-13).
O que Eliseu mais desejava era prosseguir com a mesma obra que havia realizado Elias, no mesmo Espírito e no mesmo poder. Para isso, necessitava de idêntica graça e capacitação do Espírito do Senhor. Ao pedir porção dobrada do Espírito de Elias, /b>Eliseu não desejava receber porção dobrada do poder que tinha seu antecessor. NNão solicitava mais do que Deus havia dado ao idoso profeta, nem um posto mais elevado, nem mais capacidade que a que Elias havia recebido.
A expressão hebraica empregada é a mesma de Deuteronômio 21:17: “Mas ao filho da aborrecida reconhecerá por primogênito, dando-lhespan style="mso-spacerun:yes"> porção dobrada de tudo quanto possuir, porquanto aquele é o primogênito do seu vigor; o direito da primogenitura é dele”, a qual indica a proporção da propriedade paterna que devia ser dada ao primogênito. Desta forma, Eliseu só pediu para ser tratado ou reconhecido como o primogênito do profeta que estava para ser assunto ao Céu, recebendo uma porção dobrada ddo Espírito de Elias em comparação com a que poderia dar-se a qualquer dos outros filhos dos profetas.
Portanto, o que Eliseu pediu foi o reconhecimento de uma primogenitura espiritual, ou seja, ser considerado o primogênito espiritual do idoso profeta, /b>e ser capacitado para continuar a obra que Elias havia iniciado. Daí em diante Eliseu ocupou o lugar de Elias. Aquele que havia sido fiel no mínimo, devia provar-se igualmente fiel no máximo.
UM VELHO MANTO PARA A ÚLTIMA GERAÇÃO &
“Eis que Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que Eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4:5, 6). O último capítulo do Antigo Testamento contém uma promessa escatológica. Não só é notável porque constitui a mensagem de advertência final de Deus para o antigo Israel mas também porque contém os princípios básicos do apelo final de Deus para Seu povo da nova aliança, a igreja.
O Novo Testamento interpreta o “grande e terrível Dia do SENHOR” ou dia de juízo, como a segunda vinda de Cristo (Cf. Hb 9:27, 28; 1Co 1:7, 8; 5:5; 2Co 1:14). Deus enviará o “profeta Elias” para salvar Seu povo daquele dia que queimará o ímpio numa destruição tão completa que “nem raiz nem ramo” permanecerá (Ml 4:1). A recepção da mensagem de Elias é crucial: se rejeitada, Deus vai ferir “a terra com maldição”. Se for aceita, Israel será unido a Deus numa aliança que traz as bênçãos de Deus. Quem é este Elias vindouro?
A mensagem de Elias será repetida, então, antes da segunda vinda de Jesus Cristo. Ela preparará um povo para encontrar a Deus em juízo. Nós podemos entender melhor o propósito da última mensagem de Elias notando o que João Batista fez para preparar o povo para o Primeiro Advento. /b>JJJoão Batista não reivindicou ser uma reencarnação do antigo profeta (Cf. Jo 1:21), mas acentuou sua missão em ser a “voz” ou mensagem para anunciar a aparecimento iminente do Messias (Cf. Jo 1:21-23). Jesus esclareceu a Seus discípulos que os rabinos estavam corretos ao discutir que Elias devia preceder a vinda do Messias como Seu precursor (Cf. Mt 17:10). E acrescentou que “Elias já veio, e eles não o reconheceram”. Então, os discípulos entenderam que era de João Batista que Ele tinha falado (Cf. Mt 17:11-13).
Jesus disse que João “restaurará todas as coisas” (Mt 17:11). Ele estava fazendo o que Elias tinha feito, chamando o povo de volta a Deus, aos Seus mandamentos e ao verdadeiro arrependimento pela fé no Cordeiro de Deus (Jo 1:29). Os que aceitavam a sua mensagem, eram batizados para o perdão dos pecados. Assim João cumpriu sua comissão de preparar o caminho para o primeiro advento de Jesus.
É hoje necessária tal mensagem de reavivamento e restauração? Nunca os homens pisaram mais desafiadoramente os mandamentos de Deus. Nunca mais amplamente eles rejeitaram a Deus, nunca desconsideraram mais Sua Palavra. Nunca o mundo tem precisado da mensagem de Elias mais que hoje, que vem somar-se ao nosso senso do retorno iminente de Cristo porque a mensagem tem que vir no momento certo. João Batista não veio séculos antes do Primeiro Advento – ele o introduziu. Igualmente, a proclamação da mensagem de Elias introduz o Segundo Advento. É uma mensagem de impacto mundial e chama o povo de Deus, onde quer que eles estejam, para deixar a apostasia e voltar à correta relação de aliança com Ele.
A mensagem de Elias para os nossos dias aparece em Apocalipse 14:6-20. O cenário, como predito em Malaquias 4, é o juízo. Em Apocalipse temos um retrato simbólico do segundo advento de Cristo que vem com uma coroa, como Rei dos reis, e com uma foice, como Juiz. Mas Cristo não voltará sem primeiro emitir um chamado ao arrependimento, um convite para restabelecer a verdadeira adoração, b>um apelo para o preparo para a Sua vinda. E tal convite divino aparece em Apocalipse 14, onde três anjos tocam uma mensagem de preparação apocalíptica.
OSOS FATOS NO TIPO E ANTÍTIPO REVELAM A APOTEOSE FINAL
O conflito espiritual entre Elias e os profetas de Baal no Monte Carmelo atua como um protótipo dramático da batalha final entre o bem e o mal como descrito em Apocalipse 16:13-16. No tempo de Elias três poderes estavam unidos em oposição ao profeta de Deus: Acabe, o rei de Israel, que representava o poder estatal do reino do norte. Jezabel, sua esposa pagã que veio da Fenícia e ativamente promoveu o culto de Baal dentro das tribos do norte de Israel. Ela “estava exterminando os profetas do Senhor” (1Rs 18:4), e ela representava o poder perseguidor da religião apóstata obviamente dentro de Israel. E finalmente, os falsos profetas, um total de 850, que obedeciam às ordens de Jezabel (Cf 1Rs 18:19).
Não é nenhuma coincidência que João descreve os três poderes apocalípticos que se unem para opor-se ao Israel Espiritual de Deus no tempo do fim como “o dragão”, “a besta”, e “o falso profeta” b>(Cf. Ap 16:13). Esta trindade demoníaca, movida por um ódio sobrenatural contra o verdadeiro Israel de Deus, une todos os poderes estatais do mundo para um golpe mortal final contra a igreja proscrita no Har-Magedon (C(Cf. Ap 16:16).
Há eruditos bíblicos que identificam “r-Magedon”, ou “Monte Megido” com o Monte Carmelo, localizado perto do Megido, com a conseqüência que eles vêem Har-Magedon como antítipo apocalíptico dada luta final histórica no Monte Carmelo nos dias de Elias (Cf. E. Lohmeyer, Die Offenbarung des Johannes [Tübingen, 1953], p. 137; W. H. Shea, “The Location and Significance of Armagedon in Revelation 16:16,” AUSS 18 (1980): 157-162).
Esta conexão tipológica ensina, uma vez mais, que a questão em jogo no Armagedon é a verdadeira ou a falsa adoração do Deus de Israel. b>Mais que isso, o resultado da confrontação final revela um paralelo mais nonotável com a vitória de Elias. Fogo do Deus de Israel no céu decidiu quem era o Deus vivo quando consumiu o sacrifício de Elias no Monte Carmelo (Cf. 1Rs 18:38). O profeta de Deus então ordenou a captura de todos os falsos profetas e comandou sua execução no Vale de Quison (Cf. 1Rs 18:40).
Na batalha do Armagedon, Cristo ganhará Sua vitória de um modo semelhante. Quando Ela aproxima da cena da batalha com Seus exércitos celestiais, a guerra santa acha um rápido fim: “A besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19:20).
De maior consolação para o povo de Deus, porém, é a máxima recompensa do próprio Elias. Depois da conclusão de sua missão, Deus o trasladou em glória imortal numa carruagem celestial com cavalos de fogo que pediam do céu. “E Elias subiu ao céu num redemoinho” (2Rs 2:11). Nesta experiência, a recompensa de Elias é um tipo profético /b>dodo que a última geração dos filhos de Deus receberá.
Quando Cristo voltar em Sua glória dos céus orientais, montando em Seu vitorioso cavalo de batalha, miríades de anjos O acompanharão em seus cavalos brancos para libertar os santos de seus opressores e os transferir para a presença eterna de Cristo (Cf. Ap 19:11-14). Eles têm aguardado por isto durante muito tempo.
“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o Qual a Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:11-14).
PASTOR VAGNER ALVES FERREIRA:p>
JUBILADO – ASSOCIAÇÃO NORTE PARANAENSE/IASD