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postado em: 14/2/2011
Falando Francamente
QUEM MARY
A conhecida história do navio Titanic e seu naufrágio tem sido contada e recontada quase à exaustão. O último filme sobre o navio fez um enorme sucesso de público e de bilheteria. A construção do Titanic, sua primeira viagem e o naufrágio ainda servem como ilustração para os mais variados tipos de aplicação.
Você já ouviu falar no navio Queen Mary? É provável, mas com certeza esse navio não representa sequer um centésimo da importância atribuída ao Titanic. O que surpreende é que, enquanto o Titanic jaz naufragado a tantas décadas nas profundezas do Atlântico norte, o Queen Mary ainda está “vivo”, servindo como hotel flutuante de quatro estrelas, ancorado num porto de Nova Iorque.
O Queen Mary teve seus dias de glória como transatlântico de luxo e, principalmente, durante a segunda guerra mundial, quando foi usado para transportar soldados feridos. Mas chegou o tempo em que seus proprietários resolveram tirá-lo de sua principal função, que era navegar em alto mar.
Para ilustrar melhor a mensagem que hoje desejo oferecer para você, vamos fazer um pequeno exercício de imaginação, supondo que ambos os navios tivessem a capacidade de pensar, agir e sentir e você pudesse escolher estar no lugar de um desses navios. Qual gostaria de ser: Titanic ou Queen Mary?
Espere, não se apresse a dar sua resposta. Antes, pense em alguns aspectos que envolvem a razão da existência dos navios. Ambos foram projetados apenas para navegar em alto mar e transportar passageiros.
Esses nobres transatlânticos cumpriram seu objetivo por algum tempo. O Titanic viajou oficialmente apenas uma vez. Apesar de seu curto reinado nos mares, ele “morreu trabalhando”. Uma só viagem! Não foi responsabilidade sua ter sido entregue nas mãos de um comandante orgulhoso e imprudente. O Titanic cumpriu sua parte fielmente.
O Queen Mary fez incontáveis viagens pelos sete mares e, por fim, já velho, foi aposentado, permanecendo ancorado agora num porto seguro. Não atende, porém, a principal finalidade para a qual foi projetado: navegar. Permanece imóvel, inútil como navio, vivendo apenas das “glórias do passado”.
Muitos de nós preferimos o destino do Queen Mary. É bom aposentar-se e ficar ancorado num porto seguro, longe das tempestades, das ondas revoltas, dos icebergs... Mas não fomos projetados para isso. De que adianta viver em comodidade e segurança e não cumprir o propósito para o qual fomos criados? E como o Queen Mary, viver das glórias do passado?
Titanic e Queen Mary são apenas máquinas e não tiveram escolha própria. Nós temos. A Palavra de Deus diz: “Levantai-vos e ide-vos embora, porque não é lugar aqui de descanso...” (Mq. 2:10). Temos, sim, que navegar e nos aventurar para longe do “porto seguro” da comodidade, mesmo sabendo que enfrentaremos mares revoltos, ondas gigantescas, tempestades, icebergs. Devemos seguir navegando sempre até encontrar nosso destino final.
Pouco importa que não tenhamos a presença imponente de um transatlântico. Ainda que sejamos como o barquinho de um pescador, devemos prosseguir navegando. É chegado o tempo em que Deus vai usar cristãos comuns para fazer grandes coisas incomuns. O apóstolo Paulo disse que Deus “escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1Co. 1:27).
Não tenha receio de sair do porto onde agora está ancorado como um Queen Mary, vivendo apenas as glórias de ontem. Deus tem muito mais do que isso para cada um nós. Jesus é o nosso capitão e também aquele que nos capacita para seu trabalho. Ele sempre nos conduz pela rota certa para que cheguemos em segurança ao destino que traçou para nós, que é o centro de Sua vontade, ainda que naveguemos a maior parte do tempo no meio de grandes tormentas.
Paulo é um grande exemplo de alguém que jamais deixou de seguir em frente: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fl. 3:13,14).
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