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postado em: 13/4/2011
Falando Francamente
ÍDOLOS
Dias atrás assisti a uma reportagem sobre certas loucuras que algumas pessoas fazem por amor aos seus ídolos – cantores e artistas. Um indivíduo, por exemplo, mandou tatuar em suas costas duas enormes figuras de uma famosa cantora baiana da atualidade. Outros quase enlouquecem quando assistem a uma apresentação ao vivo de seu astro preferido. Há até um reality show de TV com o título Ídolos. Você ainda perde seu precioso tempo com isso?
A introdução ao Falando Francamente desta edição não passa de um “nariz de cera”, em linguagem jornalística, feita só para atrair sua atenção. O enfoque a ser tratado é bem mais profundo.
Quero realmente chamar sua atenção para o último verso da epístola de 1 João:
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5:21).
Sempre me intrigou essa forma peculiar usada pelo apóstolo para encerrar sua epistola. Ele não terminou a carta com uma bênção, uma saudação carinhosa à igreja ou algo parecido. Simplesmente usou uma frase curta e direta. Ponto final!
Não acredito pessoalmente que João estive se referindo aos ídolos de pau e pedra, adorados pelos pagãos da época, pois a igreja cristã primitiva estava muito bem instruída quanto a isso.
É bem provável que João estivesse fazendo referência a ídolos mais sutis, que já se infiltravam sorrateiramente tanto na igreja quanto na mente daqueles primeiros cristãos, ainda que tenha apenas generalizado o termo: ídolos.
E hoje, que ídolos “enrustidos” os cristãos estão adorando? Alguns logo se apressam a identificar o dinheiro, a vaidade, o orgulho, os líderes de quem gostamos muito, e até as mesmo novelas de TV. São ídolos tão óbvios que, pelo menos em teoria, logo os descartamos (convém ressaltar, em teoria!). Há, com certeza, tipos bem mais camuflados de idolatria, em nosso meio.
Quem sabe alguém possa achar que estarei aqui cutucando um “vespeiro”, mas o faço sem receio, pois a Palavra de Deus é bem clara: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex. 20:13). Assim, qualquer coisa que seja alvo de atenção muito especial (adoração disfarçada) acima de Deus está incluída nesse mandamento, sem exceção.
Quero colocar aqui apenas uma pergunta retórica e cada leitor responda de acordo com sua consciência.
Dentre esses poucos exemplos que menciono a seguir, algum deles tem merecido sua adoração?
· Igreja
· Doutrinas bíblicas
· Dom profético
· Regras e normas
· Cargos de liderança
· Regime alimentar
· Música sacra
São apenas alguns, só para despertar a consciência. Na verdade, há muitos outros ídolos igualmente sutis. Em si mesmas, são coisas maravilhosas que o Senhor nos deu como fonte de bênçãos preciosas. O problema está em colocá-las no altar de nossa mente – mesmo que estejam envolvidas numa aparente embalagem de espiritualidade – e valorizá-las acima da adoração devida somente ao Senhor. É literalmente adorar a criatura em lugar do Criador.
São coisas realmente boas que, no entanto, passam a governar nossa mente e se transformam em verdadeiros objetos de culto e adoração.
Já tive a infeliz oportunidade de ver gente quase se agarrando pelos cabelos para defender, por exemplo, uma doutrina bíblica absolutamente correta. É como colocar a doutrina acima do próprio Deus em vez de torná-la um meio para aproximar as pessoas de Deus.
O Senhor declara através do profeta Isaías: “Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória” (Is. 42:8).
Não vou me estender mais sobre o assunto. Os poucos exemplos mencionados já bastam para desencadear uma boa reflexão pessoal sobre idolatria. E certamente vou me incluir nesse autoexame.
É alto tempo de fazer uma revisão de nossos valores e prestar mais atenção no conselho do apóstolo João: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”.
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