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postado em: 25/11/2011
Falando Francamente
O ESPINHEIRO
Vou começar com um texto bíblico:
“Certo dia as árvores saíram para ungir um rei para si. Disseram à oliveira: ‘Seja o nosso rei!’A oliveira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu azeite, com o qual se presta honra aos deuses e aos homens, para dominar sobre as árvores?’
"Então as árvores disseram à figueira: ‘Venha ser o nosso rei!’A figueira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu fruto saboroso e doce, para dominar sobre as árvores?’
"Depois as árvores disseram à videira: ‘Venha ser o nosso rei!’A videira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para ter domínio sobre as árvores?’
"Finalmente todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Venha ser o nosso rei!’O espinheiro disse às árvores: ‘Se querem realmente ungir-me rei sobre vocês, venham abrigar-se à minha sombra; do contrário, sairá fogo do espinheiro e consumirá até os cedros do Líbano!’” ( Juízes 9:8-1).
Antes de escrever esta reflexão, pensei bastante e até agora o faço com alguma relutância, imaginando que alguém poderá ter uma compreensão equivocada dos objetivos propostos. Assim, para que não reste uma única dúvida, as considerações a seguir não têm qualquer endereço explícito ou implícito. Apenas... “a quem interessar possa...”
Para o bom entendedor, o texto bíblico fala por si mesmo. Se está na Bíblia não pode ser contestado. Ponto final!
Às vezes fico me perguntando por que há tantos espinheiros interessados no poder? Quando observamos as grandes corporações, a política e mesmo as empresas em geral, não podemos ignorar a existência de uma batalha feroz pelo poder. Pode ser aberta ou velada, quase subversiva. É no mínimo intrigante constatar tanta gente querendo mandar e tão poucos interessados em produzir.
Jesus enfrentou, certa vez, problema semelhante com Seus discípulos. Eles discutiam à boca pequena – esperando que o Mestre não ouvisse – quem deles tinha a capacidade para mandar nos outros, quem seria o maior. Conhecemos bem a resposta de Jesus: “Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo” (Mateus 20:26). Um texto que não requer comentário. Apenas uma reflexão humilde e sincera.
Alguém poderá estar imaginando que estou generalizando, colocando qualquer liderança sob suspeita. Absolutamente. Os líderes são necessários, imprescindíveis. Mas, falando francamente, os “líderes-espinheiros” são um desastre terrível para as instituições e para seus liderados. Infelizmente, a maioria dos espinheiros não tem esse conceito de si mesmo. Como disse no início dessa reflexão, nenhum comentário aqui tem destinatário específico.
Para libertá-los da escravidão no Egito e conduzi-los a Canaã, o povo de Israel teve seu líder maior: Moisés. Entretanto, aconselhado por seu sogro Moisés instituiu lideres de grupos menores. “Mas escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez” (Êxodo 18:21).
É interessante notar as características que esses líderes deveriam ter: “...capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto”. É possível imaginar que, dentre essas centenas de líderes, havia muito espinheiro, pois diversas vezes Moisés foi afrontado por eles.
Nem todas as pessoas têm o dom de liderar. Deus deu diferentes capacidades a Seus filhos e cada um pode ser um grande diferencial, mantendo-se dentro das características que lhes foram dadas pelo Senhor. Numa fábrica, por exemplo, o diretor talvez não saiba operar uma simples parafusadeira, mas tem a capacidade de motivar o operador da parafusadeira a fazer um de trabalho de excelente qualidade. Se as posições se inverterem, o desastre é certo. Como disse o apóstolo Paulo, cada um permaneça naquilo que foi chamado (1Co 7:24).
Termino esta reflexão enaltecendo os bons líderes, aqueles que continuam sendo as árvores frutíferas da parábola e conduzem seus liderados sem deixar de produzir seu próprio fruto de excelente qualidade. Em minha jornada de trabalho fui liderado muitas vezes por companheiros que realmente seguiam as orientações de Jesus. Eram verdadeiros servos. Foi um privilégio e uma bênção trabalhar ao seu lado. Agradeço a Deus por eles. Se tive espinheiros como chefes? Quem não os teve? Minha esperança e meu desejo é que eles tenham sido transformados pelo Espírito Santo e que hoje tenham se tornado verdadeiros servos de Jesus.
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