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postado em: 16/3/2013
Falando Francamente
O Clube dos Racionalizadores
Você pode afirmar sinceramente que nunca fez parte desse clube? Parabéns! Não é meu caso. Já tentei muitas vezes entregar minha carteirinha de sócio, mas de vez em quando me pego ativamente racionalizando minhas atitudes.
Os primeiros sócios deste clube foram Adão e Eva, lembra-se? “Foi a mulher que o Senhor me deu...” e “Foi a serpente que me enganou...”
Como é difícil admitir francamente nossas falhas sem fazer rodeios ou tentar racionalizar e encontrar algo ou águem que assuma a culpa em nosso lugar.
Esses dias um amigo fez um comentário acerca do livro que minha esposa e eu lançamos recentemente, o Fundo da agulha: e o milagre aconteceu... Ele me telefonou dizendo que havia gostado da leitura, mas que nós havíamos exposto demais nossos erros. É verdade. Outras pessoas já nos disseram que tivemos muita coragem em dizer verdades que ninguém gosta de mostrar em público. Um dos objetivos do livro é incentivar pessoas a abrir o coração para que as feridas possam ser curadas.
Ainda assim, apesar das recaídas, continuo lutando contra as racionalizações. Nunca é difícil achar uma boa razão para justificar uma atitude errada ou inconveniente.
A Bíblia apresenta dois claros exemplos que são opostos entre si na área da racionalização: Saul e Davi. O primeiro era um racionalizador contumaz. Ao ser colocado em cheque, Saul encontrava uma boa razão para justificar suas atitudes: “O povo pediu... os animais que não foram destruídos, como requeria a ordem divina eram para ser oferecidos ao Senhor...” e por aí suas racionalizações caminhavam.
Davi tinha muitos defeitos de caráter, alguns muito graves, mas não o de racionalizar. Quando o profeta lhe mostrou seu enorme crime, ele não pensou duas vezes: “Pequei!”.
A diferença entre um rei “segundo o coração de Deus” e um rei que foi rejeitado pelo Senhor era nada mais do que as atitudes de racionalização para justificar o pecado.
Um dia desses, estava me preparando para entrar com o meu carro num retorno do bairro onde moro, e, por isso, diminuí um pouco a velocidade. Mesmo com a seta ligada, indicando a manobra, um apressadinho quase encostou no para-choque do meu carro, piscando as luzes e buzinando. Confesso que tive vontade de pisar no freio e deixar que me abalroasse.
O “velho homem” borbulhou forte no meu sangue. Não costumo dizer palavrões, mas colei a mão na buzina e demonstrei toda a minha irritação com a atitude daquele motorista.
Minha esposa estava comigo e apenas me olhou com aquele ar de quem estava desaprovando inteiramente a minha reação.
Antes que ela dissesse alguma coisa eu já procurei me justificar: “Você que viu que camarada impaciente? Não podia esperar uns 15 segundos para me ultrapassar? Tinha que fazer toda aquela cena?”
Ela apenas me disse: “Em momentos assim é que nós precisamos demonstrar quem somos e no que acreditamos”.
Como isso é verdade! Mais uma vez tive que me arrepender e pedir perdão ao Senhor por não ter demonstrado paciência e tolerância com alguém que eu sequer conhecia nem sabia de sua necessidade de andar mais rápido.
Creio que a luta para adquirir o domínio próprio é um aspecto fundamental do “fruto do Espírito”, sendo obra de uma vida toda.
Nesta semana, ao orar, comecei a dialogar com Deus acerca da razão de o novo nascimento não mudar inteiramente nossas atitudes e não nos tornar uma nova criatura por completo, tão logo aceitamos a justiça de Jesus em nosso lugar.
O Senhor respondeu em meu coração: “Quer mudança de atitudes, quer evitar o pecado? Então permaneça sempre ao meu lado. Essa é a única maneira de vencer a natureza antiga”.
Comecei a refletir profundamente na resposta de Deus. Mesmo que tenhamos nascido da “água e do Espírito”, nossa velha natureza não é destruída imediatamente. A santificação se processa ao longo de toda a vida. E a única maneira de desenvolver esse processo é permanecer em comunhão constante com Jesus. Onde Sua luz brilha, as trevas não encontram lugar!
O maior problema do ser humano não é o pecado em si, mas é o fato de não permitir que o Senhor lhe dirija todos os atos. Se estivéssemos atentos à Sua direção em todos os momentos, qual seria a chance de fazermos algo errado? De perder o controle de nosso temperamento?
Continuo diariamente nessa luta para nunca sair do lado de Jesus. Nossa tendência humana é achar que sozinhos podemos dar conta de tudo. Terrível engano! Sem ele não somos nada. Apenas permanecemos no grupo dos racionalizadores. E esses não terão um lugar garantido no Reino Eterno.
Permanecer ao lado de Jesus é simples. Basta aceitar sua direção. O orgulho e a racionalização, porém são os maiores empecilhos para que isso aconteça.
Essa é uma decisão crucial para nós. Ou fugimos da luz através de um complexo sistema de racionalização, ou corremos com ousadia para o Trono de Graça.
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