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postado em: 11/6/2013
Falando Francamente
O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ
“Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êx 3:15).
Certo dia, ao ler a Bíblia, minha atenção foi despertada para um fato sobre o qual nunca havia refletido antes: por que muitas vezes Deus se idenficou como o “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”? Por que não disse simplesmente “Eu sou Deus”?
A princípio, pensei que o fato talvez tivesse alguma relação com as três pessoas da Trindade. Não deixa de ser um entendimento válido, mas eu acreditava ser possível encontrar algo mais, além dessa semelhança.
Não me lembro de haver lido nada antes, a esse respeito, em quaisquer comentários bíblicos.
Depois de refletir algum tempo sobre o assunto, descobri um pequeno trecho que mencionava uma explicação interessante sobre essa identificação, numa dessas meditações bíblicas diárias que costumo receber por e-mail.
Abraão, Isaque e Jacó foram os três patriarcas que marcaram o início do surgimento do povo de Israel e tinham uma relação direta de parentesco: Jacó era filho de Isaque, cujo pai era Abraão. É interessante observar que todos possuíam personalidades particularmente diversas entre si.
O chamado divino inicial foi feito a Abraão, a quem foi feita a promessa de que ele seria o pai de uma grande nação. E de tal forma Abraão creu, que recebeu os codinomes de “Pai da Fé” e “Amigo de Deus”.
Isaque, o filho da promessa, caracterizou-se pela obediência e submissão, a ponto de se deixar amarrar num altar para ser oferecido em sacrifício, fato que não ocorreu graças à interferência divina.
Jacó, o terceiro na sucessão dos patriarcas, foi aquele que precisou aprender a caminhar de acordo com as orientações divinas, após ter enfrentado muito sofrimento. Ele é um grande exemplo de transformação radical de caráter.
Assim, refletindo sobre esses argumentos que achei muito interessantes, entendi que o Senhor apresentou três personalidades distintas como modelos, através dos quais Ele realiza Sua obra.
Abraão foi o pioneiro que se aventurou em território desconhecido, tendo sido considerado justo por causa de sua fé.
Por sua vez, Isaque deu continuidade à herança espiritual que recebera de seu pai, mesmo com alguns altos e baixos em sua vida. Ele foi chamado apenas para ser fiel àquilo que já havia recebido.
Jacó teve conflitos extremos durante quase toda a sua existência. Ele sofreu muito mais do que qualquer um de seus antepassados. Suas confusões nos relacionamentos com o irmão Esaú, com seus filhos e suas mulheres eram frequentes. Mas numa noite de intensa angústia compreendeu a necessidade de depender inteiramente de Deus e foi aí que recebeu um novo nome: Israel – “Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste” (Gn 32:28).
Isso nos leva a compreender que Deus tem uma forma distinta de trabalhar com os mais variados tipos de personalidade e extrair o que há de melhor em cada um de nós.
Como sempre, nessas reflexões, gosto de colocar um tempero extra para nos levar a pensar francamente: será que um desses patriarcas seria aceito hoje como líder em nosso meio?
Abraão mentiu duas vezes e teve um filho fora do seu relacionamento conjugal, o que certamente o desqualificaria para o ministério.
Isaque talvez fosse aceito como um líder menor para assumir pequenas responsabilidades. Sua história de vida não apresenta grandes destaques em suas realizações.
No caso de Jacó, esse talvez nem fosse aceito como membro regular de qualquer igreja evangélica tradicional, pois tinha quatro mulheres e não era um bom líder de sua família – seus filhos causaram muitos problemas por onde passaram.
No entanto, Deus Se apresentou inúmeras vezes como o “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”.
Essa é a boa notícia: mesmo que os homens não acreditem nas pessoas que ainda lutam com problemas em sua personalidade e caráter, Deus jamais desiste delas e tudo faz para restaurá-las à Sua imagem, tal como fez com Abraão, Isaque e Jacó. Se muitos não nos aceitam, Deus sempre acredita em nós, ainda que tenhamos muito a aprender e a melhorar em nossa vida. Ele sempre tem uma missão especial, designada para todos nós. Isso é o que mais importa!
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