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postado em: 26/6/2014
Falando Francamente
Não me envergonho do evangelho!
Na época em que o apóstolo Paulo escreveu essa corajosa declaração, ser cristão era ter o mundo inteiro contra você. Era estar disposto a enfrentar oposição de todos os lados, tanto dos religiosos quanto dos ímpios. Era sujeitar-se à prisão, aos castigos e até mesmo ter de encarar a morte como foi o caso de Paulo e da maioria dos primeiros cristãos.
Será que essa frase ainda tem o mesmo significado em nossos dias? Aqueles que hoje se tornam evangélicos, sejam dentre pessoas famosas que desfrutam projeção pública, ou gente quase anônima, ninguém mais têm motivos para se envergonhar de sua nova fé. Declarar-se evangélico em qualquer ambiente geralmente não causa o menor constrangimento, como num passado recente.
Quase me atrevo a pensar que a “conversão” do imperador romano Constantino ao cristianismo está sendo repaginado em nossos dias. Mas, reafirmo com bastante convicção, que não me cabe julgar as razões que levam muitos a aceitar o evangelho. Esse não é meu departamento!
O que me incomoda, porém, é uma aparente banalização do termo “evangélico”, quando os verdadeiros frutos da conversão a Jesus não são vistos na vida de muitos que se dizem convertidos. E por vezes — não me entenda mal — sinto vergonha do termo “evangélico” quando não representa de fato o compromisso com uma vida que se deixa conduzir pelo Espírito Santo.
Quando vejo tanta incoerência sendo praticada em nome do evangelho, realmente me sinto envergonhado. Muitas coisas poderiam ser citadas como exemplo, mas vou poupar os leitores e a mim mesmo de mencioná-las. São exemplos que podem ser encontrados a todo momento tanto na mídia como dentro das próprias igrejas.
Ainda assim, me atrevo a citar dois extremos da questão “ser evangélico”: uma parte dos que se declaram evangélicos (não importa que estejam entre os “tradicionais” ou entre os que se autodenominam “avivados”) apenas mudam seu invólucro. Vão à igreja, participam das suas atividades, até dão seu testemunho de conversão, mas pensam que pelo fato de algum dia ter feito a declaração de que “aceitaram a Jesus como seu Salvador”, isso já é suficiente para que uma “auréola” de santo seja colocada em torno da cabeça, como nas pinturas medievais e assim tenham o ingresso garantido no paraíso. Muitos não entendem que aceitar a Jesus como seu Salvador é o passo inicial de um processo em que Jesus precisa se tornar o Senhor de sua vida.
Um dia desses, um amigo me contou que orientou um jovem sobre como manter um namoro dentro dos padrões divinos, sem a prática de sexo antes do casamento. Algumas semanas depois, ele soube que o líder de louvor daquela mesma igreja teria comentado com aquele jovem: “Fulano é de outra época, não precisa levar muito em consideração as opiniões dele a esse respeito.” Então, né? Aí me envergonho desse tipo de evangelho.
Na outra ponta estão os que se autodenominam “defensores da verdade”. Nem é preciso falar muito acerca deles, pois o legalismo que praticam é a credencial estampada em sua testa. Para eles, a salvação não é obtida pela graça e sim pelo desempenho. Esses pobres irmãos ainda não entenderam que a graça de Jesus nos salva e somos transformados pela atuação do Espírito Santo em nós e é Ele que produz os frutos em nossa vida. Outro caso de evangelho do qual me envergonho.
Paulo deixa bem claro acerca de qual evangelho ele não se vergonha: “o evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação” (Rm 1:16). E o apóstolo amplia ainda mais esse conceito: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2:20).
Esse é o verdadeiro evangelho do qual jamais nos envergonharemos!
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