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postado em: 11/8/2014
Falando Francamente
PREGUE A PALAVRA!
Paulo recomendou explicitamente a seu “filho” Timóteo: “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” 2Timóteo 4:2.
Sinto-me feliz e bem-alimentado espiritualmente quando ouço um sermão bem fundamentado na Palavra de Deus e que necessariamente esteja focado na pessoa do Senhor Jesus – um sermão cristocêntrico – para usar um termo mais compatível com o jargão teológico.
Não tenho elementos para constatar se essa é realmente uma tendência crescente no conteúdo das mensagens atuais. Mas de todo o meu coração, torço por isso.
Durante muito tempo, era comum ouvir mensagens apresentadas nos púlpitos das igrejas seguiam uma de duas vertentes principais: Ou eram essencialmente doutrinárias, áridas, quase nada cristocêntricas, literalmente, sem graça – em todos os sentidos; ou, no outro extremo, eram pouco mais do que um copo de “água com açúcar”, sem nutrientes espirituais, sem fundamentação bíblica sólida e, igualmente, não centradas na pessoa de Jesus.
De vez em quando a gente ainda se depara com esse tipo de pregação que “não infrói nem contribói”, como diz aquele irmãozinho humilde que, com sua linguagem peculiar bem simples, expressa uma verdade profunda – sermões nitidamente sem qualquer inspiração divina, que não fazem a menor diferença na vida dos ouvintes.
E depois de um sermão desses, voltamos para casa cogitando se valeu mesmo a pena enfrentar aquele dia frio e chuvoso, tendo que ficar folheando páginas da Bíblia durante a pregação para buscar alguma palavra de conforto e edificação espiritual que o sermão não apresentou.
Indelicadeza para com o pregador? Talvez, mas confesso que muitas vezes é difícil ficar atento a certos de tipos de pregação. É preciso respirar fundo... Ora, é também uma indelicadeza da parte daquele pregador que não se preparou para um momento tão importante.
Um dia desses, ouvindo um pregador famoso – daqueles que fazem você esquecer o relógio, que apresentam mensagens bíblicas, cristocêntricas, as quais de fato edificam nossa vida espiritual – ele revelou ter aprendido com um professor que, ao preparar uma mensagem para apresentar em público, se esse mesmo sermão não falasse primeiro ao seu coração de uma maneira muito especial e tocante, não estava adequado para ser apresentado aos ouvintes. Tendo já ouvido muitas mensagens desse pregador, acredito sinceramente que ele põe em prática a lição de seu professor.
No entanto, os sermões sem conteúdo, aqueles que não fazem diferença alguma na vida espiritual de alguém, ainda são menos danosos do que aqueles em que o pregador – que certamente não bebeu diretamente da fonte provida pelo Espírito Santo – apresenta mensagens tendenciosas, cheias de críticas, trazendo assuntos absolutamente impróprios para o púlpito.
Tempos atrás, alguém resolveu “lavar roupa suja” no púlpito, tratando de coisas que não tinham o menor sentido construtivo para os ouvintes, e pior ainda, diante de vários visitantes, num dos principais cultos da igreja.
O indivíduo foi tão infeliz na sua abordagem que não se passaram mais de cinco minutos e a audiência já estava inteiramente dispersa. Muitos eram vistos folheando a Bíblia e outros materiais que estavam à mão. Ficou bem claro que ninguém estava interessado naquele coquetel de críticas. A justificativa foi o “sinal dos tempos”.
O pregador perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Por certo, teria alcançado melhor resultado com seu silêncio. Lembrei-me daquela ocasião em que o rei da Espanha se dirigiu a um ditador falastrão sul-americano que estava dizendo uma porção de bobagens numa reunião de líderes mundiais: “Por que não te calas?”
O conselho para os que ministram no púlpito ainda é o mesmo feito pelo apóstolo Paulo a Timóteo: Pregue a Palavra! E ouso acrescentar: Peça a direção do Espírito Santo na escolha do tema, estude-o bem, e na hora de apresentá-lo aos seus ouvintes, esteja certo de que o sermão primeiro falou com você.
Jamais use o púlpito para atacar ou criticar, sejam pessoas ou instituições. Muitos o fazem escudados na premissa de que o “pecado deve ser chamado pelo nome”. Cuidado com isso! Sermões de exortação têm seu lugar. Mas se não estiverem repletos de palavras amorosas, e não forem abrandados pelo amor de Cristo, recheados abundantemente de graça e misericórdia, acabam se convertendo em meras palavras de acusação. Irão gerar um efeito oposto ao desejado. Como disse o apóstolo, “exorte com toda a paciência” (2Tm 4.2).
É bem verdade que algumas vezes Jesus usou palavras duras, especialmente em relação a líderes religiosos. Ele tinha plena autoridade para isso, mas essa não era a tônica do Seu evangelho. “Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” João 3:17.
Uma última dica e, sem dúvida, a mais importante: Permita sempre que o Espírito Santo o use. Nunca inverta os papéis.
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