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postado em: 10/5/2009
Amor Imutável
Se somos filhos de um Deus amoroso, por que sofremos?
Com o pensamento inteiramente voltado à busca do prazer refletido, escolhido prudentemente, nascido da satisfação de alguma necessidade e da ausência do sofrimento, Epicuro, filósofo grego do período helenista, não entendia o que lhe parecia ser a inércia de Deus diante do sofrimento humano.
Nesse sentido, ele argumentou: “Deus ou quer impedir os males e não pode; ou pode e não quer; ou nem quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode é impotente, o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso, o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer, nem pode, é invejoso e impotente, portanto nem mesmo é Deus. Se pode e quer, que é o único conveniente a Deus, de onde provém, então, a existência dos males? Por que Ele não os impede?” (Reinholdo A. Ullmann, Epicuro: o Filósofo da Alegria, p. 112).
Embora mais reverentes e comedidas, muitas pessoas também acham difícil harmonizar a existência de tragédias, violência contra crianças e mulheres, matança de inocentes, calamidades naturais (estiagem prolongada, inundações, furacões) e tantos outros males com a declaração bíblica de que “Deus é amor” (1 João 4:8, 16). E se perguntam: “Se Deus é amor, por que permite que Seus filhos sofram?”
De fato, não podemos entender plenamente todas as nuanças do sofrimento, mas podemos ter um lampejo de compreensão a seu respeito, quando o observamos à luz do milenar conflito travado entre Deus e Satanás. Rebelando-se contra a ordem e a autoridade divinas, o inimigo foi expulso do Céu e estabeleceu sua base na Terra. Desde então, tem-se empenhado em inspirar o ser humano a utilizar erroneamente o livre arbítrio com que foi contemplado por Deus, levando-o a fazer péssimas escolhas, cujas conseqüências inevitavelmente colhe.
O arquiavélico enganador também trabalha para ferir diretamente, ele mesmo, os filhos de Deus. Tudo na tentativa de denegrir o caráter amoroso do Criador, pintando-O como injusto, tirano e contraditório, acusando-O de ser um governante justiceiro.
Por que, então, Deus não o destruiu, impedindo assim que o mal se alastrasse? A escritora Ellen G. White, responde: “Para o bem do Universo inteiro, ... devia Satanás desenvolver completamente seus princípios para que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz por todos os seres criados e para sempre pudessem ser postas acima de qualquer dúvida a justiça e a misericórdia de Deus e a imutabilidade de Sua lei” (O Grande Conflito, p. 499).
Em outras palavras, Deus permite as ações do inimigo para que, observando os feitos das duas facções, entendamos por nós mesmos que Ele é amor e Satanás é o verdadeiro facínora do Universo. Porém, um dia, ele será destruído e a sofrimento terá fim.
Jesus Cristo prometeu voltar à Terra e nos levar para longe do alcance do mal: “Voltarei e os levarei comigo para que vocês estejam onde Eu estiver” (João 14:3, BLH). Então, “Deus vai morar com eles [os seres humanos], e eles serão o Seu povo. O próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor.” (Apocalipse 21:3, 4).
Até então, podemos escolher confiar, esperar, buscar e encontrar abrigo em Seu amor.