Digite uma palavra chave ou escolha um item em BUSCAR EM:
postado em: 5/20/2015
Fugindo de Um Deus de Amor Minhas lembranças da infância ainda me perseguem. Meus pais – minha mãe era católica e meu pai agnóstico – separaram-se antes de eu nascer, e vivi grande parte de minha infância com minha avó paterna. Quando volto ao passado e esquadrinho os recessos de minha memória, vejo um garoto indo de um bar a outros, na cidade de Filadélfia, Estados Unidos, comendo palitinhos salgadinhos pelo caminho, procurando um avô alcoólatra, para ver se conseguia retirar o envelope de pagamento do bolso traseiro do velho antes que ele o “queimasse” todo com bebida. E o próprio fato de um menino infeliz, que teve um começo de vida nada auspicioso, ter hoje não apenas uma boa existência, mas, também, uma mensagem para transmitir aos estudantes e a outras pessoas em todo o país, só isso em si já é uma prova do amor de Deus para com os que não são “amáveis”. Rapaz! No ambiente em que fui criado, eu não podia ser outra coisa senão moleque. Mas Deus modificou tudo. A Bíblia Viva explica isso muito bem: “Quando estávamos totalmente desamparados, sem nenhuma possibilidade de escapar, Cristo veio justamente na hora certa e morreu por nós, os pecadores, que não tínhamos nenhum interesse nEle” (Rom. 5:6). E todo esse capítulo fala desse amor: “Mesmo que fôssemos bons, realmente não esperaríamos que alguém morresse por nós, embora isso fosse raramente possível, naturalmente. Deus, no entanto, mostrou Seu grande amor por nós enviando Cristo para morrer por nós enquanto ainda éramos pecadores” (Rom. 5:7-8). Essa é a maravilha do evangelho – Deus, pelo Seu amor, penetrou na História humana, e providenciou um caminho, onde não havia nenhum. O evangelho, como se acha expresso em I Coríntios 15:3-4, é a mensagem de que “Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Que notícia fantástica! Cristo, o Deus-Homem, operando para resgatar uma raça de criaturas que se haviam voltado contra seu Criador! Mas o fato de Deus haver providenciado tão maravilhosa salvação não é suficiente. Enquanto o homem não aceitar o dom da vida eterna, ele continua perdido. E, nessa condição de perdido, ele se afasta de Deus correndo e com tanta pressa que o Senhor mal consegue aproximar-Se dele para anunciar-lhe essa Boa-Nova. No fundo, o homem sabe que a única coisa que merece de um Deus santo e justo é o castigo, e não consegue crer que Ele o está buscando em amor. Enganado Quanto aos Motivos de Deus Uma das primeiras coisas que Adão e Eva fizeram após comerem do fruto proibido foi correr e se esconder de Deus, entre as árvores do jardim. Isso é uma imagem de culpa. E desde então o homem tem sempre procurado esconder-se de Deus. Algum tempo atrás, os jornais publicaram um artigo sobre um rapazinho de nome William, que estava fugindo da polícia. Ele e a namorada estavam fugindo porque os pais de ambos desejavam separá-los. Mas o que William não sabia era que o incômodo, pelo qual ele consultara um médico vária vezes, fora diagnosticado como câncer pouco depois de sua fuga. Agora, a situação era esta: William fugia da polícia para não perder seu amor, ao passo que a polícia estava empenhada em encontrá-lo, para que ele não perdesse a vida. Ele achava que queriam puni-lo; mas estavam atrás dele para salvá-lo. Esse jovem é um símbolo do homem (toda a humanidade), cujo sentimento de culpa lhe diz que Deus se acha atrás dele a fim de amarrá-lo nesta vida, e, depois, torturá-lo por toda a eternidade. Jesus fez tudo para corrigir essa falsa idéia. Depois de pronunciar as imortais palavras de João 3:16 – “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” –, Ele declarou que “Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (v. 17). Todo o Novo Testamento nada mais é que um registro do constante apelo do Senhor a um mundo, por cuja redenção Ele já dera Sua vida. Deus não se limitou simplesmente a dizer: “Sede salvos”; Ele o disse com o mais elevado grau de amor. Conheço um jovem pregador que não apreciava muito os apelos evangelísticos longos e demorados, que se fazem em algumas igrejas – como aliás outras pessoas também não gostam. Ele achava que tais apelos depreciavam o evangelho. - Por que temos de apelar, e suplicar e insistir com as pessoas para que se salvem? indagava ele. Quando prego o evangelho, estou fazendo um favor para elas. Estou-lhes dando a melhor oportunidade do mundo. Se quiserem vir, que venham; eu é que não vou ficar suplicando. Então, certo dia Deus lhe atirou na face um texto de II Coríntios 5. Dizia o seguinte: “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (v. 20). E ele disse: - Obrigado, Senhor, eu estava mesmo precisando disso! Ele entendera que aqui o grande Deus, todo-poderoso, é apresentado numa atitude de quem está rogando, apelando, suplicando aos pecadores para que se reconciliem com Ele. Sua atitude, depois de providenciar a salvação do homem, não foi de dizer: - Aí está a salvação. É pegar, ou largar! E tampouco Deus simplesmente “falou”, mas falou e ainda continua falando – com amor. Não sei como aquele jovem agora faz os apelos, mas o certo é que ele tomou uma nova atitude. Ele tivera um vislumbre do incomparável amor de Deus. - Extraído e adaptado de Howard Hendricks, “Comunique Com Amor”.