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postado em: 5/23/2015
Falando a Língua dos Homens As palavras são a melhor roupagem que temos para a comunicação, mas há ocasiões em que gostaríamos de ter coisa melhor. Esses nossos “tijolos” que constroem a linguagem, às vezes podem resultar em formas grotescas e às vezes em belas formas. E a grande pergunta é: Será que as palavras que uma pessoa diz realmente comunicam seu pensamento? Isso é de extrema importância para aquele que pretende testemunhar do evangelho de Cristo. Certa vez, fiz uma palestra numa conferência de Jovens, e havia ali alguns seminaristas que entraram num bate-papo com um grupo de professores, partindo para uma verdadeira odisséia pelo espaço teológico. Por fim, um rapazinho que escutava tudo aquilo interrompeu o debate subitamente e indagou: - Afinal, de que é que vocês aí estão falando? Aquilo nos fez estacar imediatamente. Aquele rapazinho era detentor de uma bolsa de estudos conquistada por méritos acadêmicos, mas não estava conseguindo acompanhar-nos. Comunicar = Fazer-se Entender Nossa língua é um elemento vivo, e, como tudo que tem vida, está constantemente se modificando. Ela não é absolutamente inflexível, como pensam alguns. Se um indivíduo insiste em usar a mesma linguagem que se usava há anos atrás, simplesmente perderá contato com a nova geração, pois o segredo da comunicação é expressar-se na linguagem dos ouvintes. Certa vez, após uma de minhas notáveis aulas, no seminário, um aluno se aproximou de mim e disse: - Professor, sua aula foi magnífica, extraordinária. Não tenho dúvida de que o senhor é o professor mais inteligente que já tive. Aliás, acho que é mais inteligente do que Einstein. Achei que ele estava exagerando um pouco, mas é agradável saber que temos pelo menos um admirador. Então perguntei: - Como assim? E, quando indaguei isso, estava caindo na arapuca que ele mesmo me armara. - Bem, professor, disse ele, dizem que no mundo todo só havia dez homens que conseguiam entender o que Einstein dizia. E o senhor, acho que não existe um só que o entenda! Nós, os evangélicos, temos um talento todo especial para usar uma linguagem altamente obscura. [Depois dessa conversa com o aluno que me ‘derrubou’ com aquelas palavras elogiosas, tentei melhorar um pouco.] A culpa, em parte, cabe a traduções antiquadas da Bíblia, mas grande parte dela deve ser atribuída ao cristão do século XXI. O fato é que não nos esforçamos para transportar a linguagem espiritual para as situações diárias, e nosso jargão domingueiro [ou sabático...] entra em um descanso forçado nos outros seis dias da semana. Precisamos adotar uma linguagem simples, clara, que possa ser entendida nas ruas. Algumas das palavras que empregamos são muito complicadas. Somos parecidos com aquele médico que sorri e diz: - Tenha coragem. Você está com gastrenterite. - Está bem, doutor, dizemos aflitos. Mas o que é mesmo que eu tenho? - Dor de barriga. Isso eu entendo! E os doentes espirituais poderão entender melhor se empregarmos palavras mais simples. Existem certas palavras que realmente são vitais, mas só serão entendidas claramente se explicadas. São elas: salvo, redenção, propiciação, vida mais profunda, depravação total, e muitas outras que pertencem a um vocabulário especializado que precisa ser trocado em miúdos para nossos amigos que ainda não conhecem a Cristo. Extraído e adaptado de Howard Hendricks, “Comunique Com Amor”.