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postado em: 5/27/2015
A Glória da Cruz O texto de Gálatas 6:14 nos fala de três crucificações: 1) a crucificação de nosso Senhor Jesus Cristo; 2) a crucificação do mundo para nós; 3) a nossa crucificação para o mundo. Temos então a crucificação de Jesus, a crucificação do mundo e a nossa crucificação pessoal. É a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Eu não creio em "cruzes". Eu creio só numa cruz — a "cruz de Cristo". A "estaurolatria" (adoração à cruz) é um pecado como qualquer outro pecado de idolatria. Cada vez que vejo um crente com uma cruz no peito, no chapéu, ou em qualquer outro lugar, logo penso: não é a de Jesus. Portanto, não é a minha. "Mas longe esteja de me gloriar-me, a não ser na cruz." Naquela. Onde Jesus foi crucificado. Onde cruci¬ficou o mundo. E onde nós fomos crucificados juntamen¬te com Ele. Tomemos o seguinte pensamento: Por que nós nos gloriamos na cruz de Cristo? Em primeiro plano, a Palavra de Deus nos mostra que Cristo, ao morrer naquela cruz, carregou os nossos pecados, as nossas culpas, as nossas transgressões. Ele recebeu naquela cruz a nossa condenação. Esta é a doutrina da substituição. Ela é verdadeira; é importan¬tíssima. Mas é comum hoje a pregação de que Cristo morreu tão-somente por nossa substituição. O problema está nessa parcialidade. Ê verdade que Cristo morreu por nossos pecados, mas Ele foi além disso. No capítulo 9 de Hebreus, verso 26, diz: "...mas agora na consumação dos séculos, uma vez Se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo." Eu posso perfeitamente reconhecer que todos os pecados cometidos estão aniquilados naquele sacrifício e que não há pecado que este sacrifício não possa destruir. Não se trata de diminuir os pecados, nem de dizi¬má-los. Também não é reduzir os pecados, mas aniqui¬lá-los! E o sentido de aniquilar é que não ficou mais nenhum para contar a história. É o sacrifício de Jesus. É naquela cruz, onde vemos que os nossos pecados foram levados. Naquela cruz, então, podemos ver que foram consumidos os nossos pecados: "Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que. mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça: e pelas suas feridas fostes sarados" (I Pedro 2.24). Mais uma vez a doutrina da substituição. Cristo tomando, em nosso lugar, o nosso pecado. O versículo 5 de Isaías 53, para mim, merece destaque especial. "Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o casti¬go que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras (feridas) fomos sarados." A outra glória da cruz está no fato de que Jesus nos justifica. Aqui é a justificação negativa. Há dois proces¬sos de justificação: um é o processo de responder pelos nossos crimes, e o outro é o processo positivo de condu¬zir-nos pelas veredas da justiça mediante a ressurreição de Cristo dentre os mortos — ressuscitou para nossa justificação. "O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:25). São dois os processos de justificação: um é pagar pelo que devemos, e o outro é segurar-nos para não voltar¬mos mais às dívidas. O primeiro processo está na cruz, onde Ele recebeu sobre Si todas as nossas iniqüidades, e ficando com essas iniqüidades, conseqüentemente, Ele nos justificou. Se, por exemplo, alguém transferir uma dívida para outra pessoa, ficará livre. Assim, se a minha [dívida] foi tirada e colocada em Jesus, então estou justificado. E é assim que a Palavra de Deus nos mostra este lado da justificação. É mais uma glória da cruz em nosso Senhor Jesus Cristo. Mortos Para o Mundo Outro ponto fundamental é que na cruz de Cristo fomos mortos para o mundo. Nosso grande recurso contra o mundo é a cruz de Jesus. "O qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século (mundo) mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai." (Gl 1.4.) Temos libertação na cruz, onde Jesus Se entregou para nos libertar deste presente mundo mau. Mas vemos no texto de Gálatas 6.14 que, naquele sacrifício, Ele, o Salvador, crucificou para nós o mundo, e no fato de estar o mundo crucificado, temos esta vitória contra o mundo pela Sua cruz. Interessante, não estamos separados do mundo por uma cerca; não estamos separados do mundo por uma parede; não estamos separados do mundo por uma distância. Esta¬mos separados do mundo apenas pela cruz do Senhor Jesus Cristo. Sei que a juventude recorre a métodos psicológicos, a métodos científicos, a métodos filosóficos, procurando se unir a Cristo, separando-se do mundo. Mas o método que Deus usa para nos separar do mundo é a cruz do Seu Filho Jesus. É nela que encontramos a perfeita, suficiente e cabal separação. Depois, a Palavra de Deus nos fala: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." (Gl 6.14.) O mundo está crucificado para nós. Não temos mais nada com ele, pois a cruz é o ponto de separação. Quando eu era incrédulo, morria por um baile. Era desesperado por um baile. Depois de muitos anos de convertido, já era pastor, eu ia passando por uma rua, à noite, e vi uma aglomeração, e pensei: — O que está acontecendo ali? Procurei olhar, e vi que era um baile. Abaixei a cabeça e pensei comigo: — Que coisa repugnante! Mas eu não sabia que era a glória da cruz de Jesus Cristo que já me separava daquilo que eu tanto amara. Já estou crucificado e este mundo já está crucificado para mim, e com ele não tenho mais nada. Os prazeres antigos já não me inspiram mais. Que bênção maravilhosa! É a glória da cruz de Jesus Cristo. Ele carregou os meus pecados; Ele crucificou o mundo para nós. Se você é um crente mundano, saiba que não possui esta experiência da crucificação do mundo para você. Volte-se para o Senhor Jesus e diga: __ Eu quero participar da glória da Tua cruz. Eu quero ser separado do mundo pela Tua cruz. Então, você verá como a cruz poderá trazer esta glória para a sua vida. - Extraído e adaptado de Antônio Abuchaim, Barro Em Suas Mãos.