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postado em: 6/5/2015
Indo Aos ‘Pastos Verdejantes’ Certa manhã, quando eu me preparava para começar outro de meus dias cheios, senti uma dor nas costas. Mencionei o fato para minha esposa, mas certo de que o incômodo era passageiro. Entretanto, ela me fez procurar o médico. Este ordenou minha internação imediata. Senti-me muito infeliz naquele hospital. Eu não tinha tempo para desperdiçar, não podia ficar na cama. Minha agenda estava repleta de anotações de atividades, mas o médico me dissera que cancelasse todos os compromissos feitos para os próximos trinta dias. Recebi a visita de um querido amigo meu, também pastor, o qual me disse: “Charles, quero lembrar-lhe apenas uma coisa: Ele me faz repousar...” Muito depois de ele ter encerrado a visita e partido, eu ainda estava ali, deitado, pensando no Salmo 23. Lembrei de como o pastor oriental sai com as ovelhas para o campo às 4:00 da manhã. Enquanto pastam, elas estão sempre em movimento, nunca param. Por volta de 10:00, o sol já está quente, e as ovelhas começam a sentir calor, ficam cansadas e sedentas. O pastor inteligente sabe que elas não podem beber água nestas condições, com o estomago cheio de relva ainda não totalmente digerida. Por isso, ele as leva para um canto fresco e sossegado daquelas pastagens verdejantes, e faz com que se deitem ali. Em repouso, a ovelha não pasta, e começa então a ruminar, sua maneira natural de proceder a digestão. Se estudarmos a vida dos grandes homens, veremos que cada um deles, a certa altura de sua existência, retraiu-se um pouco do burburinho da sociedade para se entregar a um período de descanso e meditação. Os grandes poemas da literatura não são escritos em meio ao barulho e agitação das ruas movimentadas. As mais belas canções não são produzidas por entre o clamor das multidões. Temos visões de Deus somente quando paramos. O salmista disse: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Elias não encontrou a Deus nem no tremor de terra, nem no fogo, mas na voz calma e tranqüila. Moisés viu a sarça ardente quando estava sozinho na colina. Saulo de Tarso achava-se numa estrada deserta, em caminho para Damasco, quando teve a visão celestial. Jesus, também, saía, às vezes, para um lugar à parte, para orar. Talvez parar seja uma das coisas mais difíceis para nós. Nós gostamos de estar trabalhando para o Senhor, de cantar, pregar e ensinar. Estamos dispostos até a uma certa medida de sacrifício. Gostamos de cantar alegremente hinos tais como “Mãos ao trabalho”, “Avante, avante o crentes”, etc. Raramente nos lembramos de que antes de enviar seus discípulos para conquistar o mundo, Jesus lhes disse que esperassem, em oração, o poder do Espírito Santo. Às vezes, Deus nos faz adoecer para nos obrigar a olhar para cima. “Ele me faz repousar...” E muitas vezes somos forçados, não por Deus, mas pelas circunstâncias, a ficarmos presos ao leito. Isso pode acabar se tornando uma experiência abençoada. Até mesmo o leito de um inválido pode ser um lugar de bênção, se a pessoa souber transformar em beneficio o seu infortúnio. “Tira de nossa alma a tensão e o esforço E assim nossa vida aperfeiçoada Fala da beleza de tua paz”. – Whittier. - Texto extraído e adaptado de Charles L. Allen, A Psiquiatria de Deus.