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postado em: 6/22/2015
Livre de Qualquer Temor Conheci um homem que ficara gravemente ferido em um ciclone. Depois do acidente, ele perdera muito de sua alegria de viver. Não por causa das lesões que sofrera, mas porque estava temeroso de que outro ciclone pudesse se abater sobre ele. Se tal acontecesse, não havia nada que ele pudesse fazer. Ele se preocupava porque sabia que, se tivesse que enfrentar outro ciclone, ele não tinha meios de se defender. Até que, um dia, seus filhos resolveram construir-lhe um abrigo subterrâneo. Quando ficou pronto, o homem olhou-o, e seu rosto se abriu num sorriso de alegria. Agora, o ciclone mais terrível poderia vir — agora ele tinha proteção. Aquilo foi de grande conforto para ele. No salmo 23, há um verso que diz: “A tua vara e o teu cajado me consolam.” A ovelha é um animal muito vulnerável. Ela não tem meios próprios de defesa. É presa fácil para qualquer animal feroz. Por esta razão, a ovelha é temerosa. O pastor sempre carrega consigo um bastão pesado e duro, de cerca de sessenta centímetros a um metro de comprimento. Quando Davi escreveu este salmo, provavelmente estava se lembrando da necessidade que ele próprio tivera de usar aquela vara. Em 1 Samuel 17, ele conta a Saul como matara um leão e um urso para proteger seu rebanho. Além da vara, o pastor tem também um cajado, de quase três metros. A ponta deste cajado é recurvada, formando um gancho. Muitas trilhas da Palestina vão margeando barrancos íngremes. Era muito fácil a ovelha, às vezes, desequilibrar-se e escorregar para o abismo, ficando suspensa apenas por uma saliência estreita. O pastor então estendia o cajado; encaixava-o no peito da ovelha, e a içava para cima, de volta ao caminho certo. A ovelha sente-se instintivamente protegida pelo cajado e pela vara que o pastor carrega. É o conforto de saber que o pastor é capaz de solucionar qualquer emergência que surgir. Eu tenho seguro sobre meu carro. Espero nunca precisar utilizá-lo, mas sinto-me mais tranqüilo tendo o seguro. Não aprecio muito a idéia de nosso país ter de empregar verba tão grande na manutenção de seu potencial bélico. Contudo, quando penso na insegurança da situação mundial, esta força bélica do país nos dá certo alívio. Tenho também algumas necessidades a que eu próprio não posso atender. Como o apóstolo Paulo, sinto muito conforto em dizer: “Ora, Aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós, a Ele seja a glória...” (Ef. 3:20). O mal parece estar dominando o mundo hoje. Nós todos estamos temerosos, e muitas vezes temos uma forte sensação de desamparo. É então que encontramos grande consolo em pensar no poder de Deus. É lógico que não penso em Deus com um abrigo subterrâneo ou um seguro contra acidentes. Entretanto, posso dizer como o poeta cristão: “Deus é minha salvação: a quem temerei? Em trevas, em tentação, Ele é a minha luz e o meu socorro Embora as hostes malignas se acampem ao meu redor, Estou firme na batalha Nenhum temor pode me abalar, com Deus à minha direita”. “A Tua vara e o Teu cajado me consolam” — esta frase dissipa em meu coração toda a ansiedade e o temor do futuro. - Texto extraído e adaptado de Charles L. Allen, A Psiquiatria de Deus.