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postado em: 6/24/2015
O Bálsamo Restaurador Nunca esquecerei as palavras que o técnico do nosso time de futebol americano na faculdade nos disse no primeiro treino a que compareci. Ele disse que o futebol era um esporte muito violento e que, se quiséssemos praticá-lo, tínhamos que aceitar o fato de que iríamos sofrer algumas contusões. Assim também é a vida. Se quisermos vivê-la, temos que esperar alguns ferimentos e mágoas. E é assim mesmo. Foi pensando nisto que Davi escreveu: “Unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda”. Quando as ovelhas estão pastando, às vezes elas cortam o focinho contra alguma pedra aguda escondida na relva. Além disso, pode haver espinheiros, e elas sofrerem arranhões e ferimentos. Outras vezes, a subida era íngreme, e o sol estava muito quente, inclemente mesmo. No fim do dia, o rebanho estava muito cansado, sem forças. Ao chegarem ao aprisco, o pastor se punha à entrada e examinava cada ovelha que passava. Se ela tivesse algum ferimento, ele lhe aplicava um óleo balsâmico que ajudava a cicatrizá-lo, e evitava a infecção. A ovelha ficava boa logo. Outra peça dos apetrechos do pastor era um vaso de barro que estaria cheio de água. Era um tipo de jarro que conservava a água sempre fresca, pelo processo da evaporação. À medida que cada ovelha se aproximava, ele mergulhava na água uma grande caneca, e a estendia para o animal cheia até à beirada. A ovelha sedenta e cansada sorvia com prazer o líquido restaurador. Todos nós nos lembramos bem de quando éramos crianças e cortávamos o dedo, ou dávamos uma topada. Logo corríamos para a mamãe, ela nos beijava, e a dor passava. Parecia haver um místico poder curativo no seu amor. Agora somos adultos, mas ainda nos ferimos. Nosso coração sofre tristezas e mágoas. A consciência às vezes nos dói, como um dente infeccionado. Somos feridos também em nossos sentimentos. O mundo pode nos parecer rude e cruel. Outras vezes ficamos cansados e desanimados. A vida se torna um peso insuportável. Aqui também vemos o terno Pastor que compreende o sofrimento de seus filhos e está sempre pronto e capaz para nos socorrer nestes transes. Harry Lander, o famoso artista escocês, ficou moralmente arrasado quando perdeu seu filho, mas ele se encontrou com o Pastor. Certa vez, ele deu um concerto em Chicago perante um auditório lotado. No fim, ele teve que atender aos insistentes pedidos de bis. Afinal, quando conseguiu silenciar a platéia, ele disse tranquilamente: “Não devem aplaudir a mim e, sim, ao bom Deus; é Ele que põe a música em meu coração”. Notemos que Davi disse: “Unges-me a cabeça com óleo; meu cálice transborda. Ele não disse: Unge-nos a cabeça. Ele usou o pronome no singular. Durante todo o dia, o pastor esteve cuidando do rebanho como um todo, mas quando entram no aprisco, ele as examina uma a uma. Um de meus professores da faculdade nunca conseguia lembrar meu nome. De certa forma, eu também nunca aprendi a gostar dele. Jesus disse: “Ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas” (João 10:3). Gosto desta passagem. Faz-me sentir importante. O salmista disse: “O Senhor... sara os de coração quebrantado... conta o numero das estrelas” (Salmo 147:2,3,4). Todo o poder do universo esta à minha e à sua disposição. - Texto extraído e adaptado de Charles L. Allen, A Psiquiatria de Deus.