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postado em: 7/7/2015
Um Coração Embriagado de Deus É um dia verdadeiramente maravilhoso quando deixamos de trabalhar para Deus e começamos a trabalhar com Deus. (Vá em frente, leia a frase de novo). Durante anos eu vi Deus como um Gerente de Empresa compassivo, e meu papel como um vendedor leal. Ele tinha sua oficina, e eu tinha meu território. Podia ficar em contato com Ele quantas vezes quisesse. Ele sempre estava ao alcance do telefone ou do fax. Ele me animava, me respaldava e me sustentava, porém nunca me acompanhava. Pelo menos não achava que iria comigo. Então li II Coríntios 6:1: nós somos "colaboradores seus". Colaboradores? Deus e eu trabalhando juntos? Imagine a mudança de paradigma que isto produz. Em vez de apresentar relatórios a Deus, trabalhamos com Deus, em vez de reportar a Ele e depois sair, nos apresentamos a Ele e depois o seguimos. Sempre estamos na presença de Deus. Nunca deixamos a igreja. Nunca há um momento que não seja sagrado! Sua presença jamais diminui! Nossa noção de sua presença pode vacilar, mas a realidade de sua presença jamais muda. Isto me leva a uma grande pergunta: Se Deus está perpetuamente presente, é possível desfrutar de comunhão inacabável com Ele? Nas mensagens anteriores falamos da importância de separar tempo diariamente para passar com Deus. Demos um passo além. Um passo gigantesco. Que tal se a nossa comunhão diária jamais cessar? Seria possível viver, minuto após minuto, na presença de Deus? É possível tal intimidade? Um homem que lutou com estas indagações escreveu: “Podemos ter contato com Deus o tempo todo? Todo o tempo que estamos acordados, dormir em seus braços, e acordar em sua presença? Podemos consegui-lo? Podemos fazer sua vontade o tempo todo? Podemos pensar seus pensamentos todo o tempo? ...Posso pôr o Senhor de novo em minha mente a cada poucos segundos para que Deus esteja sempre em minha mente? Escolho fazer do resto de minha vida uma experiência para responder a esta pergunta”. Estas palavras estão no diário de Frank Laubach. Ele nasceu nos Estados Unidos em 1884, e foi missionário para os analfabetos, os quais ensinava a ler para que pudessem conhecer a beleza das Escrituras. O que me fascina nesse homem, contudo, não é seu ensino. O que me fascina é sua forma de escutar. Insatisfeito com sua vida espiritual, aos quarenta e cinco anos Laubach resolveu viver "em contínua conversação íntima com Deus e em perfeita resposta à Sua vontade". Escreveu em seu diário um histórico de sua experiência, que começou em 30 de janeiro de 1930. As palavras de Laubach me inspiraram tanto que inclui aqui vários fragmentos. Ao lê-las, leve em conta que não foram escritas por um monge num monastério, mas por um instrutor muito ocupado e dedicado. Quando morreu em 1970, Laubach e suas técnicas de educação eram conhecidas em quase todos os continentes. Era amplamente respeitado, e tinha viajado muito. Contudo, o desejo de seu coração não era o reconhecimento, mas a comunhão ininterrupta com o Pai. 26 DE JANEIRO DE 1930: Sinto Deus em cada movimento, por um ato de vontade: ao desejar que Ele dirija estes dedos que agora batem esta máquina de escrever; ao desejar que Ele opere em meus passos quando caminho. 1 DE MARÇO DE 1930: Este sentimento de ser dirigido por uma mão invisível que toma a minha enquanto que outra mão se estende para adiante e prepara o caminho cresce em mim diariamente... algumas vezes requer longo tempo na manhã. Decidi não levantar-me do leito quando minha mente não tenha se fixado no Senhor. 18 DE ABRIL DE 1930: Provei a emoção da comunhão com Deus que fez desagradável tudo quanto seja discordante com Deus. Esta tarde a possessão de Deus me capturou com tal gozo indizível que pensei que nunca havia conhecido algo parecido. Deus estava tão perto e tão assombrosamente encantador que senti como se me derretesse por completo com um contentamento estranhamente abençoado. Depois desta experiência, que agora me acontece várias vezes por semana, a emoção da imundícia me repele, porque conheço seu poder para arrastar-me e afastar-me de Deus. Depois de uma hora de íntima amizade com Deus minha alma se sente limpa, como neve recém caída. 14 DE MAIO DE 1930: Ah, isto de manter constante contato com Deus, de fazê-lo objeto de meu pensamento e companheiro de minhas conversações, é o mais assombroso que jamais me aconteceu. Funciona. Não consigo fazê-lo nem sequer por meio dia; ainda não, mas acho que conseguirei algum dia fazê-lo durante um dia inteiro. É questão de adquirir um novo hábito de pensamento. 24 DE MAIO DE 1930: Esta concentração em Deus é fatigante, mas todo o resto deixou de sê-lo. Penso mais claramente, e me esqueço com menos freqüência. As coisas que antes fazia com esforço, agora as executo com facilidade e sem esforço algum. Não me preocupo por nada, nem perco o sono. Ando como no ar uma boa parte do tempo. Até o espelho revela uma nova luz em meus olhos e rosto. Já não me sinto apressado quanto a nada. Tudo parece andar bem. Enfrento cada minuto com calma, como se não fosse importante. Nada pode dar errado, exceto uma coisa: que Deus possa sair de minha mente. 1 DE JUNHO DE 1930: Oh, Deus, que nova proximidade nos dá isto a ti e a mim, perceber que somente Tu podes compreender-me, que somente Tu sabes todo! Já não és um estranho, Deus! És o único ser no universo que não é parcialmente um estranho! És tudo dentro de mim: aqui... Penso em lutar esta noite e amanhã como nunca antes, sem te deixar nem um instante. Porque quando te perco por uma hora, perco tudo. O que Tu queres que seja feito pode fazer-se somente quando Tu tens toda a influência, o tempo todo. Segunda-feira passada foi o dia mais completamente triunfante de toda minha vida até essa data, no que diz respeito a dar meu dia em completa e contínua rendição a Deus... Lembro como ao olhar as pessoas com o amor que Deus me deu, elas me olhavam e reagiam como se quisessem acompanhar-me. Senti então que por um dia vi um pouco dessa atração maravilhosa que Jesus tinha quando caminhava pelo caminho depois de um dia "embriagado de Deus", e radiante com a comunhão interminável de sua alma com Deus. O que você acha da aventura de Frank Laubach? Como você responderia a suas perguntas? Podemos ter contato com Deus o tempo todo? Todo o tempo acordados, dormir em seu braços e acordar em sua presença? Podemos conseguir isso? É realista esta meta? Está ao alcance? Você acha que a idéia de constante comunhão com Deus é um tanto fanática, até extrema? Seja qual for a sua opinião a respeito da aventura de Laubach, você tem que concordar com sua observação de que Jesus desfrutava de comunhão ininterrupta com Deus. Se queremos ser como Jesus, você e eu nos esforçaremos por fazer o mesmo. - Texto extraído e adaptado de Max Lucado, “Simplesmente Como Jesus”.