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postado em: 7/17/2015
Com Fome de Adorar As pessoas num avião e as pessoas nos bancos da igreja têm muito em comum. Estão de viagem. A maioria se comporta bem e estão bem vestidos. Alguns cochilam, e outros olham pelas janelas. A maioria, senão todos, está satisfeita com uma experiência previsível. Para muitos, a característica de um bom vôo e a característica de um bom culto de adoração são as mesmas. "Bom", gostamos de dizer, "Foi um bom vôo/culto de adoração". Saímos do mesmo modo que entramos, e ficaremos contentes em voltar na próxima vez. Uns poucos, porém, não estão contentes com que seja bom. Anseiam algo mais. A criança que acaba de passar por mim, por exemplo. O ouvi antes de conseguir vê-lo. Já estava em meu assento quando perguntou: "Verdade que me permitirão conhecer o piloto?" Ou tinha muita sorte ou foi muito esperto pois fez o pedido justamente quando entrava no avião. A pergunta chegou até a cabine, fazendo com que o piloto se inclinasse para ver. — Alguém me procura? — perguntou. O menino levantou a mão no mesmo instante, como respondendo a pergunta da professora de segunda série. — Eu! — Pois bem, venha. Com o consentimento da mãe, o rapazinho entrou no mundo de controles e medidores da cabine e, poucos minutos depois, saiu com os olhos enormemente abertos. — Maneiro! — exclamou —. Eu me alegro de estar neste avião! A cara de nenhum outro passageiro mostrava esse assombro. Devia saber. Prestei atenção. O interesse do menino despertou o meu, e assim estudei as expressões dos outros passageiros, e não achei nada desse entusiasmo. Via na maioria contentamento: viajantes contentes de estarem no avião, contentes de estarem perto de seu destino, contentes de estarem fora do aeroporto, contentes de ficarem sentados e falar pouco. Havia umas poucas exceções. Mais ou menos cinco mulheres de idade média, que levavam chapéus de palha e tinham sacolas de praia, não estavam contentes; estavam exuberantes. Riam enquanto avançavam pelo corredor. Aposto que eram mães que haviam conseguido a liberdade da cozinha e dos filhos por uns poucos dias. O homem de traje azul sentado do outro lado do corredor não estava contente; estava mal-humorado. Abriu seu computador e rosnou à tela durante toda a viagem. A maioria de nós, não obstante, estávamos mais contentes que aquele homem e mais moderados que as senhoras. A maioria estávamos contentes. Felizes com um vôo previsível, sem contratempos. Contentes de ter um "bom" vôo. Já que isso é o que buscávamos, isso foi o que conseguimos. O menino, por outro lado, queria mais. Queria ver o piloto. Se pedirmos a ele para descrever o vôo, ele não diria "bom". O mais provável é que mostrasse as asas de plástico que ganhou do piloto, e diria: "Vi o homem em sua própria poltrona". Você vê por que digo que as pessoas no avião e as pessoas nos bancos da igreja têm muito em comum? Entre na nave de qualquer igreja e olhe para os rostos. Uns poucos estão contendo risadinhas, uns dois estão mal-humorados, mas a grande maioria está feliz. Contentes de estarem ali. Contentes de estarem sentados, olharem fixamente para a frente e saírem quando o culto acabar. Contentes de desfrutar uma assembléia sem surpresas nem turbulência. Contentes com um "bom" culto. "Buscai e achareis", prometeu Jesus (Mc 7:7). E como um bom culto é tudo o que buscamos, um bom culto é em geral o que obtemos. Uns poucos, contudo, buscam mais. Uns poucos vêm com o entusiasmo da criação. Esses poucos se vão como o menino saiu, com os olhos arregalados pelo assombro de ter estado na presença do próprio piloto. Venha e Peça: Saia Transformado! O mesmo aconteceu a Jesus. O dia em que Jesus foi adorar, Seu rosto foi mudado. "Você está me dizendo que Jesus foi a um culto de adoração?" Isso mesmo. A Bíblia fala de um dia quando Jesus se deu tempo para estar com seus amigos na presença de Deus. Vamos ler sobre o dia em que Jesus foi para adorar: "Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o" (Mateus 17:1-5, ACF). As palavras de Mateus pressupõem uma decisão de parte de Jesus de ir para estar na presença de Deus. O simples fato de que escolheu seus companheiros e subiu no monte sugere que esta ação não foi impulso do momento. Não foi que uma manhã despertou, olhou para o calendário e depois para seu relógio, e disse: "Uh! Hoje é o dia em que devemos subir ao monte". Não; tinha de fazer preparativos. Suspendeu a ministração às pessoas para que pudesse acontecer a ministração a Seu coração. Já que o lugar escolhido para a adoração estava a certa distância, precisava selecionar o caminho apropriado e seguir a senda correta. Quando chegou ao monte, Seu coração estava pronto. Jesus Se preparou para a adoração. Permita-me perguntar: Você faz o mesmo? Você se prepara para a adoração? Que caminho toma para subir ao monte? A pergunta talvez pareça estranha, mas suspeito que muitos de nós simplesmente nos levantamos da cama e vamos à igreja. Tristemente agimos quase com leviandade quando se trata de encontrar-nos com Deus. Nós seriamos tão indolentes, digamos, com o presidente? Vamos supor que você receba um convite para tomar café da manhã no domingo no Palácio Presidencial. Como passaria a sexta pela noite? Você se prepararia? Pensaria no que vai dizer? Pensaria no que vai perguntar e no que vai pedir? Logicamente que sim. Será que devíamos, então, descuidar-nos no preparo para um encontro com o Deus santo? Permita-me instar você para vir à adoração preparado para adorar. Ore antes de vir, para estar pronto para orar quando chegue. Durma antes de vir para que possa estar acordado quando chegar. Leia a Palavra de Deus antes de vir para que seu coração esteja suave ao adorar. Venha com fome. Venha disposto. Venha esperando que Deus lhe fale. Venha perguntando, inclusive ao entrar pela porta: "Posso ver o piloto hoje?" - Extraído e Adaptado de Max Lucado, “Simplesmente Como Jesus”.