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postado em: 8/17/2015
A Canção do Trovador Minha esposa adora antiguidades. Eu não (para mim são um pouco velhas). Mas como amo minha esposa, às vezes me encontro guiando três meninas por uma loja de antiguidades enquanto Denalyn faz compras. Tal é o preço do amor... O segredo da sobrevivência numa loja de relíquias é encontrar uma cadeira e um livro velho e acomodar-se para suportar a longa jornada. Foi isso o que fiz ontem. Depois de advertir as crianças que olhassem com seus olhos, não com suas mãos, sentei-me numa cômoda cadeira de balanço com algumas revistas Life dos anos cinqüenta. Foi nesse momento que ouvi a música. Música de piano. Música bonita. Da obra de Rogers e Hammerstein. As colinas adquiriam vida com o som da destreza de alguém no teclado. Voltei para ver quem tocava, mas não podia ver ninguém. Me aprumei e me aproximei. Um pequeno grupo de ouvintes tinha se juntado diante do velho piano vertical. Entre os móveis podia ver as pequenas costas do pianista. Opa, só é uma menina! Dando mais uns passos pude ver seus cabelos. Curto, loiro e gracioso como... Surpreendente, é Andréia! Nossa filha de sete anos estava sentada no piano percorrendo com suas mãos o teclado de ponta a ponta. Fiquei aturdido. Que presente do céu era este, que possa tocar de tal maneira? Terá se ativado algum gene que ela herdou da família? Mas ao aproximar-me mais, pude ver o verdadeiro motivo. Andréia "tocava" um piano automático. Não produzia música; a seguia. Não tinha o controle do teclado, mas sim tentava seguir o ritmo. Embora parecesse executar a canção, na verdade, só tentava seguir o ritmo de uma canção já escrita. Quando uma tecla se abaixava, suas mãos disparavam. Ah, mas se pudesse ter visto seu pequeno rosto, alegre e feliz! Olhos que dançavam do mesmo modo que o teriam feito seus pés se fosse possível pôr-se em pé e tocar ao mesmo tempo. Percebia por que estava tão feliz. Sentou-se que a intenção de tocar "Chopsticks" , mas em vez disso tocou "The Sound of Music" . Ainda mais importante que isso era que era impossível fracassar. Alguém maior que ela determinava o som. Andréia tinha a liberdade de tocar o que quisesse, sabendo que a música nunca sofreria. Não é de se surpreender que se regozijasse. Tinha motivos para fazê-lo. Também nós temos. Deus não nos prometeu o mesmo? Nos sentamos diante do teclado, dispostos a executar a única canção que sabemos, mas descobrimos uma nova canção. Uma melodia sublime. E ninguém se surpreende mais que nós mesmos quando nossos esforços anêmicos se transformam em momentos melodiosos. Você tem, sabe?, uma canção completamente sua. Cada um de nós a tem. A única pergunta é: vai tocá-la? Ao olhar como Andréia "tocava" esse dia na loja de antiguidades, observei um par de coisas. Notei que o piano recebia todo o crédito. A multidão reunida apreciava os esforços de Andréia, mas conhecia a verdadeira fonte da música. Quando Deus opera, sucede o mesmo. É possível que aplaudamos o discípulo, mas ninguém sabe melhor que o próprio discípulo quem na verdade merece o elogio. Mas isso não impede que o discípulo se sente no banco. Certamente não impediu que Andréia se sentasse ao piano. Por quê? Porque sabia que não era possível fracassar. Mesmo sem compreender como funcionava, sabia que o fazia. E assim se sentou ao teclado... e foi uma experiência memorável. Ainda quando seja possível que não compreenda como opera Deus, você sabe que Ele o faz. Então, adiante. Aproxime um banco, sente-se ao piano e toque.
¹ Uma canção simples que as crianças costumam tocar no piano. ² Canção tema do filme "A noviça rebelde".
- Texto Extraído e Adaptado de Max Lucado, “Quando Deus Sussurra o Seu Nome”.