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postado em: 9/8/2015
O Doublé de Profeta & Jesus Eu queria meu café da manhã. Consegui um profeta! Parei no mercado, a caminho do escritório esta manhã. Devia fazer uma compra e decidi, já que estava ali, fazer mais outra coisa. Aproximei-me do balcão das especialidades para viagem e pedi meu café da manhã. Por dois dólares você pode obter todos os ovos e panquecas que possa tolerar. Minha cintura e o doutor me impedem de fazer isso todos os dias, mas como de qualquer forma estava ali, e levando em conta que não tinha comido... Um profeta teve a mesma idéia. Não um profeta da Bíblia, senão um profeta com uma Bíblia. Uma Bíblia grossa, desgastada, encadernada em azul. Era de baixa estatura e magro... um homem de aspecto frágil, cabelo curto e ralo, e de espessa barba ruiva. Quando cheguei ali, ele já estava pedindo sua comida. A pedia meticulosamente. — Servem pastéis sem carne? — Sim. — Somente batatas e ovos? — Sim. — Tem sal? — Não. — Quantas batatas? A senhora que atendia esse setor levantou a travessa para que pudesse ver. — E quantos pastéis? Talvez desejasse estar certo de conseguir um justo intercâmbio pelo seu investimento. Talvez observasse uma dieta religiosa. Ou talvez somente fosse chato. Eu não podia decidir. Porém podia ver que era cortês, exageradamente gentil. Levava um rastelo em uma das mãos. Sua túnica era azul e debaixo dela havia uma camisa que parecia feita com uma toalha. Enquanto alguém preparava a comida do profeta, apareceu um segundo funcionário. Pensou que não tivessem atendido o profeta e perguntou se necessitava de ajuda. — Não, já me ajudaram. Mas já que você o menciona, posso lhe perguntar se você é crente em Jesus Cristo? Sou Seu profeta e Ele me enviou a você. O funcionário não sabia como responder. Olhou para a funcionária, a qual olhou para outro lado e encolheu os ombros. Ele olhou para mim, depois para outro lado. Depois voltou a olhar para o profeta e murmurou algo assim como: — Obrigado por vir — então me perguntou se eu necessitava de ajuda. Sim, eu precisava e disse o que queria. E, enquanto esperava, saíram os pastéis do profeta. Tinha pedido um refrigerante... sem gelo. E água... num copo descartável. Surpreendeu-se ao ver a cor de sua bebida. — Achei que seria cor laranja. — Não, é transparente — respondeu a mulher. Tive desejos de que tentasse um milagre: converter a água clara em laranjada. Não o fez; só interpretou o momento. — Na vida realmente não importa a cor de suas bebidas, verdade? — sorriu para a mulher, o homem e depois para mim. Todos devolvemos o sorriso. Como levava uma Bíblia numa mão e um rastelo na outra, me perguntei como faria para carregar a comida. De modo que me ofereci para ajudá-lo. Declinou minha oferta. — Obrigado em nome de Jesus por oferecer sua ajuda, mas posso me virar. Empilhou o prato sobre o copo de refrigerante e de algum modo levantou a água com a mão que levava o rastelo e a Bíblia. No processo quase perdeu tudo, e assim tornei a oferecer minha ajuda. — Não, mas em nome de Jesus o abençôo por oferecer-me sua ajuda. — E — se dirigiu à funcionária —, a abençôo em nome de Jesus Cristo pela sua amável atenção. — E — captou o olhar do funcionário —, o abençôo em nome de Jesus Cristo. Não disse por quê. Uma bênção genérica, supus. Tendo-nos dado sua bênção, voltou-se para ir embora. Segundo sei, conseguiu chegar até a mesa. Observei os olhos da caixa ao cobrar-me meu café da manhã. Como não sabia nada em absoluto a respeito dela, me perguntava o que estaria pensando. Perguntava-me que efeito teria exercido este encontro com o profeta sobre a sua opinião dAquele a quem o “profeta” dizia representar... Desejava dizer algo, mas não sabia o que dizer. Estava para dizer: "Aquele profeta e eu pertencemos ao mesmo time; só que temos duas formas diferentes de abordar o assunto. Na verdade, ser cristão não implica carregar um rastelo por aí e sair pregando e ‘abençoando’ as pessoas...” Porém, antes que eu pensasse em algo para dizer, tinha se voltado para ajudar outra pessoa. Então me virei com a intenção de partir. Foi nesse momento que me topei com Lourenço. Lourenço é um amigo de minha igreja. Encontrar-se com Lourenço não é pouca coisa. É um ex-jogador profissional de futebol. Tudo concernente a Lourenço é grande e tudo concernente a Lourenço é amável. Um forte abraço de Lourenço pode durar uma semana. E foi isso o que me deu... um bom abraço, um cálido aperto de mãos e uma genuína pergunta acerca de meu bem-estar. Não muito, só um par de minutos de amável interesse. Depois seguiu seu caminho e eu continuei o meu. Enquanto me afastava, me chamou a atenção o contraste entre ambos os encontros. Tanto o profeta como Lourenço são seguidores de Cristo. Nenhum dos dois se envergonha de sua fé. Ambos se agradam de levar uma Bíblia. Ambos gostam de abençoar as pessoas. Porém ali acabavam as similaridades. Um veste sandálias e uma túnica e o outro usa tênis e calças jeans. Um se veste como Jesus, porém o outro se comporta como Jesus. Um se apresentou como embaixador de Cristo; o outro nem precisou fazê-lo. Um despertou minha curiosidade, mas o outro tocou meu coração. E algo me dizia que se Jesus estivesse presente, em pessoa, em Santo Antônio, e eu me encontrasse com Ele na loja, não o reconheceria pelo rastelo, pela vestimenta ou pela grande Bíblia. Com certeza, eu O reconheceria pela Sua simplicidade [por favor, não confunda com excentricidade...], Seu bom coração e Suas palavras amáveis. - Texto Extraído e Adaptado de Max Lucado, “Quando Deus Sussurra o Seu Nome”.