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postado em: 9/16/2015
A Nossa Sacola de Pedras Você tem uma. Uma sacola. Uma sacola de estopa. Talvez não esteja consciente dela, é possível que não lhe tenha falado nada a seu respeito. Talvez não se lembre dela. Porém, ela lhe foi entregue. Trata-se de uma sacola. Uma sacola de tecido áspero e rústico. Você necessita da sacola para carregar as pedras. Rochas, lajes, seixos, pedregulhos. De todos os tamanhos. De todas as formas. Todas indesejadas. Você não as solicitou. Não as procurou. Mas lhe foram dadas. Não se lembra? Algumas foram pedras de rejeição. Foi-lhe entregue uma aquela vez que não passou na teste. Não foi por falta de esforço. Só o céu sabe quando você praticou. Achou que era suficientemente bom para formar parte do time. Porém, o treinador, não. O instrutor, não. Pensou que era suficientemente bom, mas eles disseram que não era. Eles, e quantos mais? Não é necessário que viva muito tempo para obter uma coleção de pedras. Tira uma nota ruim. Toma uma decisão incorreta. Faz uma confusão. E lhe chamam com alguns nomes desagradáveis. Zombam de você. Abusam de você. E as pedras não se detêm com a adolescência. Esta semana enviei uma carta a um homem desempregado que foi rejeitado em mais de cinqüenta entrevistas. E assim é que a sacola fica pesada. Pesada por causa das pedras. Pedras de rejeição. Pedras que nós não merecemos. Junto com algumas que merecemos. Olhe para o interior da sacola e verá que nem todas as pedras são de rejeições. Existe um segundo tipo de pedra. A do remorso. Remorso pela vez que você ficou irado. Remorso pelo dia em que você perdeu o controle. Remorso pelo momento que você perdeu contra seu orgulho. Remorso pelos anos em que você perdeu suas prioridades. E até remorso pelo momento em que você perdeu sua inocência. Uma pedra após outra, uma pedra de culpa após outra. Com o tempo, a sacola fica pesada. Nos cansamos. Como pode ter sonhos para o futuro quando necessita de toda sua energia para levar o passado nas costas? Com razão alguns parecem tão infelizes. A sacola atrasa o andar. A sacola raspa. Ajuda a explicar a irritação de tantos rostos, tantos passos arrastados, tantos ombros caídos e, acima de tudo, tantos atos desesperados. Você se consome pela necessidade de fazer o que quer que seja para conseguir um pouco de descanso. Assim leva a sacola ao escritório. Determina trabalhar com tanto afinco para se esquecer dela. Chega cedo e fica até tarde. Os outros estão impressionados. Mas quando chega a hora de ir para casa, ali está a sacola... esperando que a carregue. Carrega a sacola até a happy hour (hora feliz). Um nome como esse deve ser de algum alívio. De modo que apóia a sacola no chão, senta na banqueta e bebe alguns drinques. A música se torna forte e sua cabeça fica leve. Porém, então chega a hora de partir, olha para abaixo, e ali está a sacola. Você se arrasta até uma sessão de terapia. Senta no divã com a sacola a seus pés, e joga fora todas suas pedras sobre o chão, e chama a cada uma pelo seu nome. O terapeuta escuta. Simpatiza com você. E lhe são dados alguns conselhos úteis. Mas quando o tempo acaba, se vê obrigado a juntar as rochas e levá-las embora. Você se desespera tanto que decide tentar um encontro de fim de semana. Um pouco de excitação. Um abraço arriscado. Uma noite de paixão roubada. Por um momento, a carga se alivia. Mas logo acaba o fim de semana. O sol se põe no domingo e, esperando-o ao pé da escada de segunda-feira, se encontra... você adivinhou, sua sacola de remorsos e rejeições. Há até quem leve a sacola até a igreja. Talvez a religião ajude, arrazoamos. Mas em vez de remover algumas pedras, algum pregador bem intencionado, porém mal direcionado, pode aumentar a carga. Os mensageiros de Deus às vezes machucam mais do que ajudam. E é possível que abandone a igreja carregando algumas pedras novas em sua sacola. O resultado? Uma pessoa que se arrasta pela vida, carregada pelo passado. Não sei se você percebeu, porém é difícil ser respeitado quando se carrega uma sacola de pedras. Fica difícil apoiar alguém, quando você mesmo está faminto de apoio. É difícil perdoar quando você se sente culpado. Paulo fez uma observação interessante a respeito da forma como tratamos às pessoas. O que ele disse em relação com o matrimônio, porém o princípio se aplica a qualquer relação: "Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo" (Efésios 5:28, ACF). Existe uma correlação entre o que sente a respeito de você mesmo e o que sente a respeito dos outros. Se você está em paz consigo mesmo, se você se ama, see dará bem com os outros. O inverso também é verdade. Se você não se ama, se está triste, envergonhado ou irado, outros saberão. A parte trágica da história da sacola é que tendemos a jogar nossas pedras para os que amamos. A não ser que o ciclo se interrompa. O que nos conduz à pergunta: "De que modo pode uma pessoa obter alívio?" O que, por sua vez, nos leva a uns dos versículos mais bondosos da Bíblia: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mt 11:28-30, ACF). Você sabia que eu ia dizer isto. Posso ver você segurando este livro enquanto balança sua cabeça: "Já tentei. Tenho lido a Bíblia, me sentei no banco da igreja... mas nunca recebi alívio". Se esse é o caso, posso fazer uma pergunta delicada, porém deliberada? É possível que tenha se aproximado da religião, mas não de Deus? Será que congregou numa igreja, mas nunca viu a Jesus? "Vinde a mim", diz o versículo. É fácil ir ao lugar errado. Ontem eu fiz isso. Estava em Portland, Maine, preparado para pegar um avião para Boston. Aproximei-me do balcão, registrei minha bagagem, consegui minha passagem e me dirigi ao portão de embarque. Passei pela segurança, sentei e esperei que anunciassem o vôo. Esperei, e esperei, e esperei, e... Finalmente, me aproximei do balcão para perguntar à funcionaria o que acontecia. Ela olhou para mim e me disse: "Está no portão errado". Pois bem, o que teria acontecido se eu tivesse protestado e gemido, dizendo: "Bom, parece que não existe um vôo para Boston. Creio que embarquei". Você teria respondido: "Não está embarcado. Só está no portão errado. Vá até o correto e tente de novo". Não é que não tenha tentado... Faz anos que tenta tratar com seu passado. Álcool. Relacionamentos extra-matrimoniais. Excesso de trabalho. Religião. Jesus diz que Ele é a solução para o cansaço da alma. Vá a Ele. Seja sincero com Ele. Admita que tem segredos da alma que nunca enfrentou. Ele já os conhece. Somente espera que você lhe peça ajuda. Somente espera que lhe dê sua sacola. Vá em frente. Você se alegrará de tê-lo feito. (Os que estão perto de você também se alegrarão... fica difícil lançar pedras quando deixou sua sacola diante da cruz). - Texto Extraído e Adaptado de Max Lucado, “Quando Deus Sussurra o Seu Nome”.