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postado em: 9/22/2015
DFW e o Espírito Santo O Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth pode ser fatal. Não tem corredores... tem catacumbas. Os vestíbulos desembocam em labirintos. Sabe-se de pessoas que entram no aeroporto e nunca mais conseguem sair de lá. Os viajantes freqüentes se distinguem facilmente dos que o fazem pela primeira vez. São os que levam mochilas, bússolas, cantis e bengalas. Os novatos têm os rostos pálidos, os olhos escurecidos e olhares perdidos. Uma das primeiras vezes em que tive que atravessar esse labirinto foi numa viagem de regresso do Brasil. Tinha viajado a noite toda e estava um pouco ansioso por lograr efetuar minhas conexões. Detive uma família de cinco integrantes e lhes perguntei onde poderia obter informação. Os pais me olharam como se fossem os únicos sobreviventes de um desastre nuclear. A mãe levantou três dedos e suspirou: "Três dias já que estamos aqui e ainda não conseguimos encontrar nosso vôo de conexão". Engoli em seco. O pai me perguntou se podia dar-lhe cinco dólares para comprar uma pizza para seus filhos. Entreguei-lhe o dinheiro e me indicou o caminho para um mapa do aeroporto. Ele era fácil de achar; cobria uma parede inteira. Quando encontrei a placa que dizia "Você está aqui", comecei a procurar o portão de saída de meu próximo vôo. Quando vi onde me achava em relação a onde eu devia estar, voltei a engolir. A cruzada dos Apalaches teria sido mais fácil. Porém não havia outra possibilidade. Inspirei profundamente, peguei minha maleta de mão, minha mala na outra e me dirigi rumo ao portão 6.690. O chão estava coberto de bolsas de viagem abandonadas por peregrinos esgotados. As pessoas caiam à minha direita e à minha esquerda. Migrantes de aeroporto sobrevoavam em volta dos bebedouros como o fariam em volta de um oásis. Havia viajantes que brigavam pelos carrinhos porta-bagagem. Comecei a perguntar-me se conseguiria. Três horas depois de iniciada minha travessia, começaram a doer-me os joelhos. Cinco horas depois minhas mãos estavam machucadas devido à bagagem que carregava. Completadas sete horas, comecei a sofrer alucinações, em que aparecia o número do portão de meu vôo no horizonte, para logo começar a ondular e desaparecer enquanto me aproximava dele. Ao completar dez horas, tinha descartado minha mala e levava unicamente minha maleta de mão. Estava a ponto de desfazer-me dela quando ouvi vozes de júbilo. Provinham do corredor que estava mais adiante. As pessoas gritavam. Algumas corriam. De que se tratava? O que podia avivar a esperança desta fileira de peregrinos desesperançados? A visão de que coisa podia fortalecer estas pernas exaustas? Um hotel: um restaurante vazio? Um vôo disponível? Não, era algo muito melhor. Ao virar na esquina, o vi. Meu rosto se iluminou como o céu noturno do quatro de julho. Tirei o lenço da cabeça e sequei a testa. Endireitei as costas. Acelerei o passo. Meu coração levantou vôo. Agora, sabia que conseguiria. Pois ali, à distância, coberto de luzes banhado de ouro, havia uma esteira rolante para transportar pessoas. Uma esteira rolante. O caminho de tijolos amarelo do aeroporto. É uma ponte que cruza o Jordão. É a carreira declive abaixo do maratonista, o quarto final para o atleta, o cheque de salário do trabalhador, o manuscrito final para o escritor. A esteira rolante, uma senda de descanso progressivo. Enquanto você está sobre ela, não necessita mover-se, e ainda assim se mexe! E, enquanto você recupera o alento, a fita transporta seu corpo. Mas também é uma senda de movimento multiplicado. Pois ao começar a caminhar sobre ela, cada passo é o duplo. O caminho impulsor transforma em dois cada passo que você dá. O que teria levado horas, leva minutos. E como a esteira rolante muda a sua atitude. Na verdade o faz assobiar enquanto caminha. A fadiga ficou no esquecimento. Acabou o galope. As tropas de viajantes se saúdam entre si. E o que é mais importante, você se atreve a voltar a acreditar que alcançará o seu destino. Pode ser que talvez eu tenha exagerado um pouco esse assunto do aeroporto. Mas não seria possível jamais exagerar o poder da descoberta de forças para a travessia. O que descobri acerca do DFW é o que você descobriu acerca da vida. Seja qual for o meio de transporte, a travessia pode acabar sendo exaustiva. Não seria maravilhoso descobrir uma esteira rolante para o coração? Paulo a achou. Veja, ele não a chamou assim. Mas, por outro lado, nunca esteve no DFW. O que disse, contudo, é que existe um poder que opera dentro de você quando você age. "A quem [Jesus] anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo; e para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente" (Colossenses 1:28-29, ACF). Observe o objetivo de Paulo, apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo. Paulo sonhava acerca do dia em que cada pessoa estivesse segura em Cristo. Qual era seu método? Exortação e ensino. Suas ferramentas? Verbos. Substantivos. Orações. Lições. A mesma equipe da qual dispomos você e eu. Não houve muita mudança, não acha? Era mais fácil naquele tempo do que agora? Acredito que não. Paulo o chamava trabalho. "Com esse fim trabalho", escreveu. Trabalho significa visitar lares, ensinar às pessoas, preparar aulas. Como o fazia? Qual era a fonte de sua força? Trabalhava com "a força de Cristo que opera em mim poderosamente". Ao trabalhar Paulo, também o fazia Deus. Enquanto Paulo trabalhava, também o fazia o Pai. Ao trabalhar você, também o faz o Pai. Cada passo se multiplica. Os dividendos divinos se pagam. Igual à esteira rolante, Deus dá a energia para nossos esforços. E igual à esteira rolante, Deus nos leva para adiante. E até quando estamos muito cansados para caminhar, se assegura que estejamos avançando. Assim que a próxima vez que necessite descansar, repouse. Ele o manterá orientado no sentido correto. E a próxima vez que você conseguir avançar... agradeça a Ele. Ele é quem fornece o poder. E a próxima vez que você queira dar-se por vencido? Não o faça. Por favor, não o faça. Vire na próxima esquina. Talvez o surpreenda o que vai encontrar ali. Além disso, o espera um vôo rumo ao lar que você jamais desejará perder. - Texto Extraído e Adaptado de Max Lucado, “Quando Deus Sussurra o Seu Nome”. Frase-Chave: Cada passo se multiplica.