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postado em: 10/24/2015
A Mais Surpreendente Declaração “Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem” (Romanos 3.21,22). Alegra-me que a carta não tenha sido enviada do Céu. Ela veio da minha companhia de seguros de automóvel, minha antiga companhia de seguros de automóvel. Eu não desisti dela. Eles desistiram de mim. Não por eu não haver pago as taxas; eu estava em dia. Não por eu deixar de fazer a papelada; cada documento tinha sido assinado e entregue. Fui desligado por cometer muitas faltas. A carta começava, polidamente, dizendo-me que meu registro tinha sido revisado. “Temos verificado nos Registros de Veículos Automotores a indicação de uma violação dos limites de velocidade, por Max Lucado, em dezembro e janeiro, e uma falta por Denalyn Lucado, em dezembro. Registros adicionais indicam outras violações dos limites de velocidade por Max Lucado, em abril, e pela senhora Lucado, em dezembro do ano seguinte”. Agora, sou o primeiro a admitir que Denalyn e eu temos tendência a pisar fundo e descuidadamente. Na verdade, esta é a razão de termos seguro contra acidentes. As marcas em meu registro não são uma indicação de que sou um cliente meritório? Os prêmios de seguro não foram inventados para pessoas como eu? Meus pequenos acidentes e batidas não põe comida na mesa de alguns funileiros? Se não fosse por minhas barbeiragens, o que movimentaria as estatísticas? Meu pensamento inicial foi que a companhia estivesse escrevendo para congratular-me por ser um bom cliente. Talvez estejam escrevendo a fim de convidar-me para um banquete, ou para dizer-me que ganhei um prêmio, pensei entusiasmado. A carta prosseguia, documentando outros segredos de nosso passado: “Nossos registros indicam que, no dia 18 de novembro, pagamos a indenização de outro veículo, quando Max Lucado entrou na traseira de outro carro, num estacionamento”. A dupla citação da palavra outro alarmou-me. “Outro” veículo. “Outro” carro. Alguém está contando! Talvez eu precise levá-lo a ler 1 Co 13-5: “O amor... não guarda rancor” (NVI). A carta continuava com outras menções de “outros”. “Em abril pagamos a indenização de outro veículo, quando Denalyn Lucado atingiu a parte traseira de outro carro, num sinal fechado”. — Mas ela estava dando a mamadeira ao bebê! — disse eu em sua defesa, a ouvinte nenhum. Denalyn estava num farol fechado. Sara derrubara a mamadeira e estava chorando, então Denalyn inclinou-se, apanhou-a, e bateu no carro da frente. Uma falta genuína. Poderia ter acontecido a qualquer um. E, em tempo, eu entrei na traseira de outro carro? Posso contar como foi! Fui eu que andei pelo edifício, achei o proprietário e contei-lhe o que tinha feito. Confessei minha falta. Fiz minha parte. Eu poderia ter batido no carro e ido embora, o que, para ser honesto, cogitei, mas não fiz. Eu deveria também partilhar com ele 1 Jo 1.9? “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados...”. Eu não deveria ganhar algum crédito por ser honesto? Aparentemente, não. Leia a conclusão da carta: “Tendo em vista as informações acima, não estamos dispostos a renovar sua apólice de seguro automobilístico. A apólice terminará às 24h do dia 4 de janeiro. Sentimos não ter uma resposta mais favorável. Para sua proteção, nós o aconselhamos a obter outro plano de seguro, a fim de prevenir qualquer lapso”. Espere aí. Deixe-me ver se entendi direito. Eu paguei o seguro para cobrir minhas faltas. Mas então, fui rejeitado por causa de meus erros. Deixei escapar alguma coisa? Deixei passar alguma nota de rodapé? Não enxerguei algum detalhe impresso em letras miúdas no contrato? Passei por alto um parágrafo que rezava “Nós, a supracitada companhia, consideraremos Max Lucado segurável até que ele demonstre ser alguém que precise de cobertura para acidentes”? Não é como um médico tratando apenas de pacientes saudáveis? Ou um dentista pendurando na janela o cartaz “Não tratamos dentes cariados.”? Ou um professor punindo o aluno por fazer muitas perguntas? Não é como qualificar para um empréstimo alguém que não precise? E se o corpo de bombeiros disser que o protegerá, até que você tenha um incêndio? E se um guarda-costas disser que o protegerá, até que alguém lhe queira fazer mal? E se um salva-vidas disser que cuidará de você, até que você comece a mergulhar? Ou se o Céu tivesse limite para a sua cobertura? E se você recebesse uma carta da Seguradora Celestial Portão de Pérola, dizendo: “Prezada senhora Silva, Estou escrevendo em resposta ao seu pedido de perdão desta manhã. Sinto informá-la que você atingiu sua cota de pecados. Os registros mostram que, desde que solicitou nossos serviços, você errou sete vezes na área da ganância, e sua vida de oração está abaixo do padrão, comparada a outras da mesma idade e em iguais circunstâncias. Ademais, a inspeção revela que sua compreensão doutrinária caiu vinte por cento, e você tem excessivas tendências à bisbilhotice. Por causa de seus pecados, você é uma candidata de alto risco para o Céu. Você compreende que a graça tem os seus limites. Jesus envia seu pesar e, respeitosamente, espera que você encontre outra forma de cobertura”. Muitos temem receber tal carta. Alguma preocupação já tiveram! Se uma companhia de seguros não pode cobrir minhas faltas genuínas, posso esperar que Deus cubra minhas rebeliões intencionais? Paulo responde à questão com o que John Stott chama de “a mais surpreendente declaração de Romanos”. Deus faz com que o ímpio se torne justo aos Seus olhos (Rm 4.5). Que inacreditável reivindicação! Uma coisa é tornar justas as pessoas boas. Porém, e quanto às más? Podemos esperar que Deus justifique o decente, mas e quanto ao desprezível? Certamente a cobertura é fornecida aos motoristas com a ficha limpa, mas e os infratores da lei de trânsito? Os multados? Os clientes de alto risco? Como, neste mundo, pode um ímpio ser justificado? A Procedência da Graça Não pode. Não pode vir do mundo. Deve vir do Céu. O homem não tem meios. Mas Deus tem um meio... Até este ponto da carta de Paulo, todo o empenho para a salvação tem vindo da Terra. O homem tem inflado seu balão com seu próprio ar quente, e não tem sido capaz de deixar a atmosfera. Nossos pretextos de ignorância são inescusáveis (Rm 1.20). Nossas comparações com outros são inadmissíveis (Rm 2.1). Nossos méritos religiosos são inaceitáveis (Rm 2.29). A conclusão é inevitável: auto-salvação simplesmente não funciona. O homem não tem como salvar a si mesmo. No entanto, Paulo anuncia que Deus tem um meio. Onde o homem falha, Deus sobressai. A salvação desce do Céu; não sobe da terra. “Do alto nos visitará o Sol nascente” (Lc 1.78 NVI). “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto” (Tg 1.17). Por favor, note: A salvação é dada por Deus, movida por Deus, autorizada por Deus, e originada em Deus. A dádiva não é do homem para Deus. É de Deus para o homem. “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou Seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4.10). Com base neste único ponto, o cristianismo está à parte de qualquer outra religião no mundo. “Nenhum outro sistema, ideologia, ou religião, proclama o livre perdão e a nova vida a esses que nada têm feito a fim de merecê-los, e que merecem, em vez disso, o juízo”. Para citar John MacArthur: “No que diz respeito à salvação, há apenas duas religiões que o mundo sempre conheceu, ou sempre conhecerá – a religião divinamente efetuada, que é o cristianismo bíblico, e a religião humanamente empreendida, que inclui todas as outras espécies de religiões, não importa o nome que tenham”. Qualquer outra tentativa de aproximação de Deus é um sistema de troca; se eu fizer isto, Deus fará aquilo. Desse modo, sou salvo pelo esforço (o que faço), pelas emoções (o que experimento), ou pelo conhecimento (o que sei). Ao contrário, o cristianismo não tem ares de negociação. O homem não é o negociador; na verdade, o homem não tem com que negociar. Podemos resumir os primeiros três capítulos e meio de Romanos com três palavras: nós temos falhado. Temos tentado alcançar a lua, contudo, mal tiramos os pés do chão. Tentamos atravessar o Atlântico a nado, mas não conseguimos ir além dos recifes. Tentamos escalar o Everest da salvação, porém mal conseguimos sair da base, quanto mais ascender o aclive. A realidade está na cara: não precisamos de mais suprimentos, ou músculos, ou técnicas; precisamos de um helicóptero. Não pode ouvi-lo pairando? Deus tem um meio de tornar as pessoas retas perante Si. (Rm 3.21). É vital que abracemos esta verdade. O mais alto sonho de Deus não é fazer-nos ricos, bem-sucedidos, populares ou famosos. O sonho de Deus é fazer-nos justos diante dEle. - Texto extraído e adaptado de Max Lucado, Nas Garras da Graça.