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postado em: 12/5/2015
Águia Entre Galinhas Um certo homem, enquanto caminhava pela floresta, encontrou uma pequena águia. Levou-a para casa, colocou-a no seu galinheiro, onde logo ela aprendeu a se alimentar como as galinhas e a se comportar como estas. Um dia, um naturalista que ia passando por ali perguntou-lhe por que uma águia, a rainha de todos os pássaros, deveria ser condenada a viver com as galinhas. - Depois que dei comida de galinha e a eduquei para ser uma galinha, ela nunca aprendeu a voar, replicou o dono. - Ela se comporta como uma galinha; não é mais uma águia. - Mas... - insistia o naturalista - ... ela tem coração de águia e certamente poderá aprender a voar. Depois de falar muito sobre o assunto, os dois homens concordaram em descobrir se isso seria possível. Cuidadosamente, o cientista pegou a águia nos braços e disse: - Você pertence ao céu e não à terra, bata bem as asas e voe! A águia, entretanto, estava confusa; não sabia quem era e, vendo as galinhas comendo, pulou para juntar-se a elas. Inconformado, o naturalista levou a águia no dia seguinte para uma montanha alta. Lá segurou a rainha dos pássaros bem no alto e encorajou-a de novo, dizendo: - Você é uma águia. Você pertence ao céu e não à terra, bata bem as asas agora e voe! A águia olhou em torno, olhou para o galinheiro e para o céu. Ainda não voou. Então o cientista levantou-a na direção do Sol, e a águia começou a tremer, lentamente abriu as asas. Finalmente, com um grito de triunfo, levantou vôo para o céu. Pode ser que a águia ainda se lembre das galinhas com saudades; pode ser que ainda ocasionalmente torne a visitar um galinheiro. Mas até onde foi possível saber, nunca mais voltou a viver como galinha. Ela era uma águia, embora tivesse sido mantida e domesticada como galinha. Será que, sendo águias, estamos vivendo entre galinhas? Viver é ter coragem, é assumir, é ser consciente, é ser alguém, sem ser apenas mais um. O que mais precisamos na vida é de alguém que nos leve a realizar o que podemos fazer, ou seja, a voar como águias. Nisso reside a função de um amigo. - Extraído de Osvino Toillier, 100 Estórias de Vida e Sabedoria.