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postado em: 12/23/2015
Os Cartões de Natal de Deus Estou vigiando minha caixa postal. Não costumo passar tempo observando-a, porém hoje o faço. Não desejo que caia. Alguns dias atrás isso não me preocupava... mas isso foi antes de que uma equipe de construção começasse a limpar o terreno do outro lado da rua. E isso foi antes que um motorista de caminhão de cascalho esquecesse de prestar atenção a seu espelho retrovisor. Pam! Foi assim que, hoje, nossa caixa postal voltou a estar em posição vertical, escorada por três vigas em seus lados. Não demasiado atraente, porém funcional. São estranhas as idéias que cruzam a mente enquanto você dá uma olhada à caixa postal. Ao contemplá-la, penso que a caixa postal se parece muito com uma estação terminal de ônibus: uma catraca para o bem e o mal, o desejado e o indesejado. Só para diversão, estou elaborando uma lista de cartas que espero nunca receber. (Pois é, o que você pensa enquanto contempla uma caixa colocada sobre um poste?). Isto foi o que escrevi até agora:
Querido papai: Te escrevo para perguntar se existe um limite no número de carros que nosso seguro de responsabilidade civil cobre... Querido Max: Lembra que no verão passado quebrou o vaso que meu tio Bill tinha me deixado? Lembra que disse que cem dólares seriam suficientes, porém insistiu em que eu o mandasse avaliar? Pois é, quanto me alegro que o tenha feito. Espero que esteja sentado porque o diretor do museu do século XIII diz... Senhor Lucado: O propósito desta carta é o de informar-lhe que o cachorro de raça que enviou para Oakland, Califórnia, por erro foi expedido para Auckland, Nova Zelândia... Querido Max: Por que lhe escrevo esta carta? Pois é. Parece que a universidade cometeu um erro. Confundiram nossos certificados. Que incrível, não é? Todos estes anos pensei que apenas tinha conseguido graduar-me. E todos estes anos pensou que se havia graduado summa cum laude! Querida senhora Lucado: Recentemente adquiriu de nós um aparelho para diagnóstico de gravidez em casa. Escrevemos para informar-lhe que havia um erro nas instruções e que o que achou que estava, não está, e o que achou que não estava, está...
Nunca li dados científicos a respeito, porém acho que a correspondência desnecessária tem superado em quantidade à necessária. (Talvez você seja como eu e classifique sua correspondência sobre a lixeira. Se é canhoto, de política conservadora e sofisticado fanático de música de jazz, é provável que exista um catalogo de roupa íntima que seja para você). A maior parte da correspondência é desnecessária. Então, por que reparo minha caixa de correio? Simples. É dezembro. Se fosse qualquer outro momento do ano, talvez a deixaria de lado. Que o carteiro fique com as minhas notas fiscais por alguns dias mais. Mas não posso fazê-lo. Não neste momento do ano. Não em dezembro. Não na semana antes de Natal! Esta é a semana em que a correspondência é divertida. É a semana de envelopes vermelhos, selos verdes e estampas de árvores de Natal. Esta é a semana em que seu antigo companheiro de quarto que casou com Hazel e se mudou para Phoenix lhe escreve para contar-lhe que seu quarto filho está a caminho. Esta é a semana das cartas circulares escritas no verso onde se descrevem o Grande Cânon do Colorado, graduações e cirurgia de vesícula. Esta é a semana de envios por expresso de nozes e bolos de frutas em pacotes e de carteiros frenéticos. Agregue a isso o presente da tia Sofia, um calendário de seu agente de seguros e terá motivo suficiente para percorrer assobiando o trajeto até sua caixa postal. Então, tanto para mim como para o carteiro, sustentei a caixa. Somente um Scrooge, não deseja um cartão natalino. Alguns são cômicos. Hoje recebi um que tinha gnomos que estavam tirando livros da seção "gnomomásticos". Outros são emotivos, como a ilustração de Maria e o bebê descansando na base da esfinge egípcia. E uns poucos são inesquecíveis. Cada Natal leio este memorando que chegou por correio faz alguns anos: Se nossa maior necessidade tivesse sido a informação, Deus nos teria enviado um educador. Se nossa maior necessidade tivesse sido a tecnologia, Deus nos teria enviado um cientista. Se nossa maior necessidade tivesse sido o dinheiro, Deus nos teria enviado um economista. Mas como a nossa maior necessidade era a de perdão, Deus nos enviou um Salvador. Ele se fez como nós, para que pudéssemos chegar a ser como Ele é. Os anjos ainda cantam e a estrela ainda nos convida. Ele ama a cada um de nós como se somente houvesse um de nós para amar. Muito tempo depois de esquecer o nome do remetente, continua vigente a mensagem do cartão. Palavras de promessa. Um punhado de sementes e sílabas lançadas na terra fértil de dezembro com a esperança de que nasça fruto em julho. Por isso, mantenho a caixa postal em pé. Meu coração pode fazer uso de todas as sementes que consiga. - Texto Extraído e Adaptado de Max Lucado, “Quando Deus Sussurra o Seu Nome”.