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postado em: 3/5/2015
A Semente é a Palavra Acho que se pode dizer confidencialmente que em toda a Natureza não há outra ilustração da Palavra de Deus tão verdadeira e tão significativa como a da semente. É realmente uma dádiva divina maravilhosa poder discernir seu profundo significado espiritual. Os pontos de semelhança são facilmente constatados. A semente é aparentemente insignificante, uma coisa pequenina comparada com a árvore que irá produzir. A vida está nela encerrada e incubada. Necessita de solo adequado, sem o qual o seu desenvolvimento é impossível. O desenvolvimento é lento e põe à prova a paciência daquele que dela cuida. Através do fruto, a semente se reproduz e se multiplica. Em todos estes aspectos, a semente ensina-nos lições muito preciosas quanto ao uso da Palavra de Deus. Fé & Obras Em primeiro lugar, a semente ensina-nos a lição da fé. A fé não olha para as circunstâncias. Pelas aparências, não seria provável que a Palavra de Deus desse vida à alma, operasse em nós a sua maravilhosa graça, transformasse por completo o nosso caráter, ou nos enchesse com a sua força. No entanto, isso acontece. Quando finalmente aprendemos a acreditar que a Palavra pode realizar aquilo que diz, estamos de posse de um dos mais importantes segredos do estudo bíblico. Receberemos, então, cada palavra como a garantia e o poder de uma operação divina. Em seguida, a semente ensina-nos a lição do trabalho. Ela precisa ser colhida, guardada e plantada em solo devidamente preparado. Do mesmo modo, a mente precisa recolher das Escrituras e discernir as palavras que vão ao encontro das nossas necessidades, e então transferi-las para o coração, como o único solo em que esta divina semente pode desenvolver-se. Não somos nós que lhe propiciamos vida ou desenvolvimento. Nem precisamos fazer tal coisa, já ali está. Tudo o que podemos fazer é abrigar a Palavra em nosso coração, ali conservá-la, esperando pelo Sol que vem do alto. Paciência e Produtividade A semente ensina-nos também a lição da paciência. Em muitos casos, o efeito da Palavra no coração não é imediato. Leva tempo para arraigar-se e, depois, desenvolver-se. O mesmo acontece no campo espiritual. As palavras de Cristo precisam habitar em nós. Precisamos dia após dia não somente aumentar nosso estoque de conhecimento bíblico – o que se assemelha ao estoque de grãos no celeiro –, como também zelar pelas ordenanças e promessas recolhidas com tanto cuidado, e permitir que elas encontrem lugar em nosso coração a fim de desenvolver raízes e galhos. Precisamos saber que tipo de semente colocamos em nosso coração e cultivar uma espera vigilante e paciente. No devido tempo ceifaremos, se não desanimarmos. Finalmente, vem a lição da produtividade. Não importa quão insignificante possa parecer a pequena semente da Palavra de Deus; quão frágil ela possa afigurar-se, quão profundamente escondida ela possa estar ou quão exasperante possa ser a morosidade com que se desenvolve, pode-se ficar confiante que o fruto virá. A verdade, a vida e o poder de Deus contidos na Palavra, desenvolver-se-ão dentro do indivíduo. Do mesmo modo que a semente produz fruto com a mesma semente para nova reprodução, a Palavra lhe dará o fruto prometido e ainda a semente provinda do fruto, que será levada a outras pessoas a fim de lhes dar vida e benção. Um Ato de Fé e Entrega Não somente a Palavra, mas “o reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda” (Mateus 13:31). E todo o bem que dali resulta vem apenas como uma semente escondida no coração do homem regenerado. Cristo é uma semente. O Espírito Santo é uma semente. O amor de Deus difundido no coração é uma semente. A grandiosidade do poder que opera em nós é uma semente. A vida oculta está no coração, mas nem sempre se percebe o seu poder. A glória divina ali está, mas muitas vezes sem forma ou propriedade, a fim de ser conhecida apenas pela fé, a fim de ser ali deixada para agir de modo apropriado mesmo quando não é notada, e a fim de ser aguardada, pois brotará e se desenvolverá. Quando esta importante verdade é apreendida e conservada como a lei da vida celestial na Terra, o estudo da Palavra de Deus torna-se um ato de fé, de entrega e de dependência do Deus vivo. – Extraído e adaptado de “A Vida Interior”, de Andrew Murray.