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postado em: 4/8/2015
Recebendo os Genes Espirituais de Cristo Toda a matéria viva é basicamente parecida. Um único átomo diferencia o sangue animal da clorofila vegetal. No entanto, o corpo percebe diferenças infinitesimais com um “faro” que jamais se engana. Ele conhece as suas centenas de trilhões de células pelo nome. Os primeiros receptores de transplante de coração morreram não porque o coração deles falhou, mas porque o corpo deles não admitia ser enganado. Embora as novas células cardíacas se parecessem sob todos os aspectos com as antigas e batessem no ritmo certo, elas não pertenciam àquele corpo. Violou-se a lei da natureza que determina quais membros pertencem a que corpo. O corpo grita "Estrangeiras!" contra as células importadas e se mobiliza para destruí-las. A ciência do transplante de órgãos ainda está engatinhando porque não conseguiu solucionar esse enigma da reação imunológica. Todas as células foram substituídas por células novas (exceto as células nervosas e do cérebro, que nunca são substituídas). Assim, meu corpo mais parece uma fonte do que uma escultura: mantendo a forma, mas sendo constantemente renovado. De certo modo, o meu corpo sabe que as novas células lhe pertencem, e elas são bem-vindas. O que leva as células a trabalhar em conjunto? O que indica a elas as mais altas e especializadas funções do movimento, da visão e da consciência através da coordenação de cem trilhões de células? O segredo que dita quais células são ou não membros de um corpo está trancado dentro do núcleo de cada célula, formando quimicamente uma sequência espiral de DNA. Assim que o óvulo e um espermatozóide partilham sua herança, a escada química do DNA se parte bem no centro de cada gene, de modo muito parecido com os dentes de um zíper que se separam. O DNA se forma novamente cada vez que a célula se divide: 2, 4, 8, 16, 32 células, cada uma com um DNA idêntico. Ao longo do processo, as células se especializam, mas cada uma carrega o livro inteiro de instruções de 100 mil genes. O DNA de Nosso Irmão Mais Velho Estima-se que o DNA contém uma quantidade de instruções que, se escritas no papel, encheriam mil volumes de 600 páginas. Uma célula nervosa pode operar de acordo com instruções do quarto volume, e uma célula do rim, com instruções do volume 26, mas as duas carregam o compêndio completo. Isso proporciona a cada célula credenciais lacradas de membro do corpo. Todas as células possuem um código genético tão completo que o corpo inteiro poderia ser remontado a partir da informação presente em qualquer uma de suas células. É isso o que forma a base das especulações acerca da clonagem. O Criador do DNA [Deus] foi mais longe e desafiou a raça humana a buscar um novo e mais elevado propósito: a qualidade de membro do seu Corpo. Essa qualidade começa com uma troca de substância, análoga a uma infusão de DNA, para cada nova célula do Corpo. A comunidade chamada Corpo de Cristo difere de todos os outros grupos humanos. Ao contrário do que acontece com um corpo político ou social, ser membro do Corpo de Cristo implica algo tão radical como uma nova marca codificada dentro de cada célula. Na verdade, eu me torno geneticamente igual ao próprio Cristo porque pertenço ao seu Corpo. Quanto mais pondero a respeito das implicações dessa analogia, tanto mais ela me esclarece uma verdade espiritual muitas vezes afirmada pela Bíblia, mas em termos enigmáticos: "Não percebem que Cristo está em vocês?"; "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" — Paulo. E: "Estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês"; "Eu sou a videira; vocês são os ramos" — Jesus (2Co 13.5; Gl 2.20; Jo 14.20; Jo 15.5). Só consigo sondar o conceito de ser visitado pelo Cristo vivo considerando sua correspondência paralela no mundo físico: o mistério da vida, pelo qual o DNA transmite uma identidade infalível a cada nova célula. Cristo infundiu em nós a vida do Espírito, que é simplesmente tão real quanto a vida natural. Posso às vezes duvidar de minha identidade ou talvez me sentir como o velho eu, mas as afirmações bíblicas são inequívocas. "Quem crê no Filho tem a vida eterna", disse Jesus, "já quem rejeita o Filho não verá a vida" (Jo 3.36). Participando da Natureza Divina A diferença entre uma pessoa ligada a Cristo e outra não ligada a Ele é tão profunda quanto a diferença entre um tecido morto e meu corpo orgânico. O DNA organizou elementos químicos e minerais para formar um corpo vivo que cresce. Todas as partes dele possuem sua identidade corporativa única. De forma paralela, Deus usa os materiais e os genes do homem natural, dividindo-os e recombinando-os com sua vida espiritual. Jesus tornou possível essa troca: o nascimento virginal pressupõe que seu DNA era plenamente divino e plenamente humano, as duas características em uma só. E agora, por meio da união com Cristo, carrego dentro de mim a presença literal de Deus. A insondável idéia de uma troca real de identidade está implícita na conversão. Jesus descreveu o processo em termos que seus ouvintes pudessem entender. Para Nicodemos, Ele o descreveu como "nascer de novo" ou "nascer do alto", indicando que a vida espiritual exige uma troca de identidade tão drástica como o primeiro nascimento de alguém no mundo. Em consequência dessa troca de substância, carregamos dentro de nós não apenas a imagem de Cristo, ou a Sua filosofia, ou a fé nEle, mas a verdadeira substância de Deus. Uma espantosa consequência disso nos credita os genes espirituais de Cristo: ante a presença de Deus, somos julgados a partir da perfeição de Cristo, não da nossa indignidade. "Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! [...] Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus" (2Co 5.17,21). Em outra passagem, Paulo enfatiza: "Agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus" (Cl 3.3). Nós estamos "nele" e ele "em nós". Exatamente como o código de identidade completo do meu corpo está em cada célula individual minha, assim também a realidade de Deus permeia todas as células do seu Corpo, ligando a nós que somos membros com um vínculo verdadeiro, orgânico. Sinto esse vínculo quando me encontro com estranhos da Índia, da África ou da Califórnia que compartilham comigo da lealdade para com a Cabeça [Cristo]. Imediatamente nos tornamos irmãos e irmãs, células companheiras do Corpo de Cristo. Compartilho do êxtase da comunidade num Corpo universal que inclui todos os homens e mulheres em quem Deus habita. Juntamente com os incríveis benefícios de nossa transferência de identidade, surgem algumas responsabilidades que nos fazem pensar. Quando atuamos no mundo, literalmente submetemos Deus à nossa atividade. Paulo aplicou a analogia do corpo para fazer os promíscuos coríntios entender o alcance de sua nova identidade: "Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo?", ele advertiu. "Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela?" (I Cor. 6.15,16). E concluiu: "Acaso não sabem que [...] vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo" (v. 19,20). Não posso imaginar um argumento mais sério contra o pecado. Paulo apela não para um argumento que induz à culpa como, por exemplo, "Deus está observando vocês", mas para uma percepção madura de que nós literalmente encarnamos Deus no mundo. Trata-se realmente de um fardo pesado. O processo de unir-se ao Corpo de Cristo pode parecer, à primeira vista, uma renúncia. Já não tenho total independência. Ironicamente, porém, a renúncia ao meu velho sistema de valores — no qual eu tinha de competir com outras pessoas baseando-me apenas no poder, na riqueza e no talento - e minha entrega a Cristo, a Cabeça, inesperadamente me libertam. Meu sentimento de competição desaparece. Já não preciso lutar contra a vida, buscando formas de me afirmar. Na minha nova identidade, meu ideal é viver a vida de tal modo que as pessoas ao redor reconheçam Jesus e seu amor, não o meu próprio conjunto de qualidades distintivas. Meu valor e minha aceitação estão encerrados em Cristo. Descobri que esse processo de renúncia e entrega é sadio, relaxante e perfeitamente bom. - Extraído e adaptado do livro “Feito de Modo Especial e Admirável”, dos autores Philip Yancey & Paul Brand.