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postado em: 4/12/2015
Vale a Pena Continuar a Busca! "Minha primeira visão direta do Titanic durou me¬nos do que dois minutos; contudo, a imagem total de seu imenso casco, projetando-se a partir do fundo do mar, permanecerá para sempre em minha vida. Agora, finalmente, encerrava-se a busca." Assim escreveu Robert Ballard, após descobrir o casco fan¬tasmagórico do H.M.S. Titanic, deitado em seu berço solitário, a mais de três mil metros, no fundo do Atlântico Norte. Durante mais de três quartos de século o grandioso navio revestiu-se de celebridade e lenda. Ei-lo de casco mergulhado em décadas de podridão e sedimentos. O convés imundo e retorcido. Em¬bora ainda impressione, graças às suas dimensões, o toque de elegância desapareceu. Já não é mais o gracioso barco que deslizou, cheio de pompa, em sua primeira viagem, no início de abril de 1912. Apenas cinco dias após o começo de sua jornada romântica, a cidadela navegante foi aprisionada e afun¬dada por um "iceberg" insensível, cruel, que a aguardava a quase 600 quilômetros a sudeste de Terra Nova. O resto constitui história trágica bem conhecida. O navio jaz silencioso e solitário, derramando lágrimas de ferrugem, não apenas por si mesmo, porém, mais ainda pelas 1.522 almas que ele arrastou consigo. Até que uma luz estroboscópica lhe penetrasse o túmulo espantoso e lamacento, em primeiro de setembro de 1985, nin¬guém sabia com certeza sua localização. Naquele dia memo¬rável, o homem que havia amado demais esse navio e, portanto, não podia esquecê-lo, que havia vivido os últimos treze anos "dominado" pela "angustiosa busca desse barco", obteve sua primeira visão do transatlântico. Até que ponto esse homem estava fascinado pela aparência da nave? O suficiente para bater 53.500 fotos dela. O suficiente para esquadrinhar cada metro quadrado daquela figura gigantesca... quase trezentos metros de comprimento, 30 de largura, 46.328 toneladas. O suficiente para respeitar-lhe a privacidade e deixá-lo como o encontrou, sem perturbá-lo e inexplorado, visto que todas as tarefas propostas estavam executadas. Foi como Ballard escre¬veu, ao final de sua última visita:"... a busca do Titanic acabou. Que ele descanse em paz." Missão cumprida. Em diversas ocasiões, o explorador usou a mesma palavra a fim de descrever seu sonho de toda a vida: "Busca." Uma busca é uma espécie de perseguição, uma procura intensa. Webster adiciona uma dimensão colorida à definição: "... um empreen¬dimento intrépido de romance medieval, usualmente envol¬vendo viagens cheias de aventuras." É provável que isto fizesse Robert Ballard sorrir. De maneira bem estranha, sua jornada plena de aventuras constitui, na verdade, um romance com um navio muito mais idoso do que ele. O que você busca? Você alimenta um "sonho de toda a vida?" Há alguma coisa "dominando sua vida" ao ponto de captar e manter sua atenção durante treze anos ou mais? Qual é a "jornada plena de aventuras" de que você gostaria de par¬ticipar? Que descoberta você gostaria de realizar?... Que em¬preendimento você imagina em segredo? Se não houver uma busca, a vida se reduz rapidamente a uma nódoa escura, man¬cha descorada, ou dieta monótona demais para arrancar a pes¬soa da cama, de manhã. A busca alimenta nosso fogo. Impede que fiquemos boiando torrente abaixo, apanhando escombros. Mantém nossa mente engrenada, incita-nos a prosseguir. Para Que Estamos Aqui? To¬dos nós estamos rodeados pelos resultados da busca encetada por alguém, os quais nos trouxeram benefícios. Permita-me mencionar alguns nomes: Sobre minha cabeça há uma brilhante lâmpada elétrica. Obri¬gado, Édison Sobre meu nariz tenho um par de óculos que me permite enxergar bem. Obrigado, Franklin. Em minha garagem há um carro pronto para conduzir-me a qualquer lugar para onde eu o dirigir. Obrigado, Ford. Pelas prateleiras de minha biblioteca espalham-se livros cheios de coisas interessantes, de pesquisas cuidadosamente conduzidas. Obrigado, autores. Idéias, memórias, pensamentos estimulantes, habilidades criativas e perícias relampejam através de minha mente. Obrigado, Professores. Bem dentro de mim há traços de personalidades, convicções fortes, uma certeza sobre o que é certo e o que é errado, o amor de Deus, uma bússola ética, um compromisso perpétuo para com minha esposa e família. Obrigado, pais. Bem embrulhados nas dobras de minha vida estão a disciplina e a determinação, a recusa terminante de desistir quando a situação se torna difícil, um amor pela liberdade existente em nosso país, um respeito pela autoridade. Obrigado, fuzileiros navais. Chegam a meus ouvidos, durante o dia todo, trechos de mú¬sica linda, dos quais cada pedacinho representa um misto diferente de melodia e ritmo... harmonia que permanece. Obrigado, compositores. Em casa, há um ambiente pacífico, cheio de magnetismo, ambientação agradável aos olhos, papéis de parede de cores atraentes, móveis de bom gosto, confortáveis, abraços afe¬tivos, um abrigo em tempos tempestuosos. Obrigado, Cynthia. Eu poderia prosseguir nesta lista, até a página seguinte. Você também. Só porque algumas pessoas dedicaram-se a sonhar, a perseguir seus sonhos, a acompanhá-los e completar sua busca, nossas vidas tornaram-se mais confortáveis, mais estáveis. Com certeza, isso é mais do que motivo suficiente para incentivar-me a prosseguir, se não servir para mais nada. - Texto extraído e adaptado de “A Busca do Caráter”, de Charles Swindoll.