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postado em: 4/13/2015
Assassino Engaiolado Aconteceu há muitos anos. Um psicólogo e pesquisador do Instituto Nacional de Saúde Mental estava convencido de que poderia comprovar suas teorias mediante uma gaiola cheia de ratos. Seu nome? Dr. John Calhoun. Sua teoria? As condições de superpopulação cobram uma taxa pesada da humanidade. O Dr. Calhoun construiu uma gaiola quadrada para abrigar uns camundongos escolhidos. Ele os observava atentamente, enquanto o número deles aumentava. Iniciou com oito ratinhos. A gaiola foi planejada para conter confortavelmente uma população de 160 animais. Ele permitiu que os ratos procriassem, entretanto, até chegar a 2.200. Os animais não foram privados de nenhuma das necessidades vitais, exceto privacidade — não havia tempo nem espaço para a solidão. O alimento, a água e outras provisões sempre estavam limpos e em abundância. Mantinha-se uma temperatura agradável. Não havia doenças. Todos os fatores de mortalidade (exceto a idade) foram eliminados. A gaiola era ideal para os camundongos, exceto quanto às condições de superpopulação. A população atingiu o ápice de 2.200 indivíduos após cerca de dois anos e meio. Visto não haver meios de os camundongos poderem escapar fisicamente do ambiente fechado, o Dr. Calhoun estava interessado de modo especial em como eles se arranjariam na gaiola superlotada. Foi interessante que quando a população atingiu aquele pico, a colônia de ratos começou a desintegrar-se. Coisas estranhas começaram a acontecer. O Dr. Calhoun anotou o seguinte: - Os animais adultos formaram grupos naturais de cerca de uma dúzia de camundongos. - Em cada grupo, cada camundongo adulto desempenhava uma função social particular... contudo, não havia funções em que pudessem colocar os camundongos jovens, sadios, o que dilacerou a sociedade inteira. - Os machos que haviam defendido seus territórios abandonaram a liderança que exerciam. - As fêmeas tornaram-se agressivas e expulsaram os mais novos... até mesmo suas próprias crias. - Os mais novos cresciam apenas para tornar-se auto-indulgentes. Comiam, bebiam, dormiam, arrumavam-se, mas não demonstravam a agressividade normal. O fato mais digno de nota: não conseguiam reproduzir-se. Após cinco anos, todos os camundongos haviam morrido. Tal fato aconteceu apesar de haver abundância de comida, água, e ausência de doenças, até o fim. Conseqüências Para os Humanos Após o psicólogo e pesquisador haver relatado suas experiências, duas perguntas significativas foram levantadas: P.: "Quais foram as primeiras atividades a cessarem?" R.: "As atividades mais complexas, para os camundongos: o namoro e o acasalamento." P.: "Que resultados produziria a superpopulação sobre a humanidade?" R.: "Em primeiro lugar, cessaríamos de reproduzir nossas idéias e, junto com as idéias, nossos objetivos e ideais. Em outras palavras, perderíamos nossos valores." Confesso que fiquei um tanto assustado com essa experiência. Sim, eu sei! Eu sei bem que não somos camundongos. E não estamos engaiolados. E não sofremos tão forte superlotação; parece, todavia, que em algumas grandes cidades do mundo estamos chegando perto, bem perto! No entanto, a experiência comunica algumas analogias que vale a pena considerarmos. Dê uma olhada outra vez naquela lista de observações e tire suas próprias conclusões. Não deixe passar aquela dupla de observações de Calhoun: uma delas é realmente uma observação; a outra, uma opinião. A observação: "Os mais novos... não conseguiam reproduzir-se. A opinião: "... perderíamos nossos valores." Embora tenhamos prometido a nós próprios, e ao Senhor, que este ano seria diferente, muitos de nós continuamos a lutar contra um polvo teimoso, de oito braços tentaculares, chamado "ocupação." Vimo-nos continuamente esforçando-nos demais, andando depressa demais, tentando fazer o máximo. Estou certo? A "tirania do urgente" enroscou seus poderosos tentáculos ao seu redor, mais um ano, não é verdade? Embora você saiba que o segredo de conhecer Deus está em "aquietai-vos" (Salmo 46:10 — diz o texto hebraico: pare de lutar, fique quieto, relaxe!), você já começou a racionalizar sua ocupação. Ao fazer isso, você está comprometendo a busca do caráter. Você percebe quais são os perigos de uma vida sem privacidade? Você está consciente de que a falta de tempo para estar a sós é o início da desintegração espiritual? Tomando emprestado de Gordon MacDonald: nessa agitação toda você "perde a capacidade de pôr ordem em seu mundo interior." Isso não é nada? Não chega a ser um problema? Não tenha tanta certeza! Aprenda uma lição singular desses camundongos aprisionados. O mesmo assassino está solto... não se trata da falta de alimento e água, nem da falta de saúde e de atividades, mas a falta de tempo para estar a sós com Deus, longe da multidão. Continue nesse esquema apertado, superlotado, e os seus jovens deixarão de reproduzir as qualidades pelas quais vale a pena viver... e você mesmo acabará perdendo os valores por que vale a pena morrer. Lembre-se da experiência desenvolvida há muitos anos. Nem uma criatura sequer sobreviveu às condições de abarrotamento e superpopulação; entretanto, a lição fala bem alto e bem claro a nós, agora mesmo. São ratinhos que rugem. - Texto extraído e adaptado de “A Busca do Caráter”, de Charles Swindoll.