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postado em: 22/9/2010
Saudade do Futuro – Parte I Fernando de Almeida Silva Editor www.iasdemfoco.net Parte I - A Visão de João No capítulo 21 do livro Apocalipse, o apóstolo João descreve a Nova Jerusalém, a Santa Cidade, como ele prefere chamar a Cidade Celestial de Deus neste último livro da Bíblia, escrito por volta do ano 95, como refúgio seguro dos salvos para a eternidade. De acordo com a sua descrição, a Nova Jerusalém descerá do Céu e se estabelecerá na Terra para sempre, como prêmio e morada eterna dos eleitos de Deus para a salvação, inscritos no livro da vida do Cordeiro. Quando leio a descrição de João da Nova Jerusalém, meus olhos se enchem de lágrimas, pela saudade que sinto, devido aos anos de espera pela promessa de Deus, mesmo sabendo que Ele sempre cumpre as promessas que faz a Seu povo. E, também, quando me lembro da Nova Jerusalém, sou tomado pela saudade e pelo desejo de pressa, devido à importância que a visão de João tem na vida da Igreja e do valor espiritual que ela desperta no coração de cada cristão. A descrição de João impressiona, pela riqueza de detalhes e abundância de ouro, pedras preciosas e pérolas que viu, desde os enfeites que embelezam as ruas e adornam as edificações das casas e do Templo, ao tamanho, altura e fortificação dos muros da cidade. João dá um testemunho minucioso da deslumbrante visão que teve em Patmos, não somente pela beleza da revelação, como, também, pela comovente situação em que se encontrava: preso na temida ilha, por determinação do imperador romano Domiciano. Mesmo cumprindo pena, na condição de condenado pelas leis do império romano, Deus não o abandonou ou deixou só, durante o penoso cativeiro. Em determinado momento de sua estada na ilha, ele é tomado de surpresa e vive a mais exultante experiência de toda a sua existência, na condição de mensageiro na pregação do Evangelho e como servo do Senhor: é levado “em espírito”, a um grande e alto monte, de onde pôde ver um novo Céu, uma nova Terra, a Santa Cidade, a Nova Jerusalém, descendo do Céu em toda sua glória e beleza. Junte-se a essa visão de João, as palavras do maravilhoso hino composto por Arthur F. Ingler, Cidade de Pérolas, na belíssima voz do moçambicano Manuel Escórcio que veio ao Brasil em dezembro de 1973, como convidado do Departamento de Jovens da antiga União Sul-brasileira, na cidade de São Paulo, quando se apresentou no antigo Instituto Adventista de Ensino - IAE e o ouvimos cantar na capela, em nosso tempo de aluno interno. E, então, João diz: “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” - Apoc. 21:10 (JFA-ERC, 14ª impressão, 1962). “E Eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido“ - Apocalipse 21:2. (idem). João não se contém de emoção e demonstra esse sentimento ao ter a visão. Ser fiel a Deus deu-lhe as merecidas credenciais para recebê-la e ser o portador da mensagem divina aos povos da Terra. Através da visão, Deus abria-lhe a janela do futuro e dava-lhe a oportunidade de ver e contemplar algo que mortal algum jamais tinha visto e contemplado até então: a futura morada eterna dos justos, a Santa Cidade de Deus, a Nova Jerusalém. Uma cidade inteira de ouro puro, pedras preciosas e pérolas, cuidadosamente planejada, desde os tempos imemoriais da Criação, a Nova Jerusalém, que “... de Deus descia do céu” naquele momento. E, enfim, depois de viver 95 anos e prestes a morrer, devido à avançada idade e à dureza do trabalho forçado na ilha, João finalmente contempla, extasiado e feliz, a grandiosidade do Tabernáculo de Deus, a deslumbrante Jerusalém Celestial, a glória infinita do Criador, descendo do Céu, diante de seus olhos, para ele, João ver. E uma grade voz, vindo do Céu, lhe dizia: “... Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” – Apoc. 21:3 e 4 (idem). Os dois versículos anteriores (10 e dois) do capítulo 21 do Apocalipse é o que considero como uma das mais belas passagens da Bíblia, tanto pela beleza da construção verbal em si, quanto pela importância espiritual que evoca e pelo motivo que abordam. É interessante notar o tempo do verbo “Ver”, no versículo dois, na primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo: “E Eu, João, vi...”. Ele, simplesmente, “viu” a Santa Cidade, a Nova Jerusalém de Deus, descendo do Céu, diante dele, com beleza, formosura e esplendor sem igual. Era tão deslumbrante a visão da cidade que João via, que ele a comparou a uma noiva, no dia do seu casamento, caminhando em direção a seu futuro esposo, no altar (v. 2). Continua na Próxima Semana...