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postado em: 10/11/2010
Saudade do Futuro – Parte 3
III - Os Termos "Apóstolo" e Apocalipse
O Novo Testamento (pós-cristo), menos o livro de São Mateus (escrito em aramaico), foi escrito no dialeto grego Koinê (comum, o grego simplificado que todo mundo entendia), uma língua riquíssima, cheia de declinações e conjunções suaves. Era a língua que os Herodes e a elite falavam.
Os estudiosos dos textos bíblicos se apegam a um texto de Pápias, citado por Eusébio, para afirmar que o livro de Mateus foi escrito num dialeto aramaico-hebraico.
O grego é uma língua pré-histórica, eclética, pertencente à família Indo-Européia, originária das tribos pré-históricas da região da Ásia Central ou Europa Central Ocidental, sendo, portanto, a segunda mais antiga das línguas européias. Segundo Augusto Magne, S.J., é delicada "... graças especialmente às partículas, possuindo meio de expressão para matizes ondulantes do pensamento, que as línguas modernas não conseguem fixar" - História da Literatura Grega Clássica, p. 14.
Diz-se, pela tradição, que o alfabeto grego (Ελληνικό αλφάβητο) é atribuído a um comerciante fenício, chamado Cadmo, em grego Κάδμος (Heródoto, Histórias, v50, 59) e que, da Grécia Ocidental, o alfabeto chegou ao conhecimento dos etruscos (anteriores aos romanos) e, dessa maneira, através da forma escrita romana, penetrou na Europa.
Segundo a Mitologia, história fabulosa dos deuses, semideuses e heróis da antiguidade, Cadmo era herói "semilendário, filho de Agenor e Telefesa". Indicado pelo oráculo da cidade de Delfos (anteriormente chamada Pito), na Grécia, Cadmo fundou a cidade de Tebas, na então Beócia, região central da Grécia antiga, enquanto procurava sua irmã Europa, raptada por Júpiter. Obrigado por Júpiter, Cadmo casou-se com Hermíone, filha de Vênus e de Marte. Como outro oráculo, tinha previsto desgraças para ele, desesperado, fugiu da pátria que amava. A tradição grega, no entanto, o representa como uma entidade semidivina e introdutor do alfabeto fenício e da arte de fundir metais, na Grécia.
O termo "Apóstolo" (
ἀπόστολος) significa "enviado", "afastamento", no grego Koinê (Ελληνιστική Κοινή), o grego (dialeto) comum(ἡκοινὴδιάλεκτος), simplificado. E não existia no grego clássico(ἡἙλληνικὴγλῶσσα). Esse termo não surgiu no tempo de Cristo, mas num período anterior a Ele, visto o grego Koinê ser mais falado do que escrito, de 330 a.C até 330 d.C. somente, período conhecido como Koinê (a língua grega - Ελληνική γλώσσα - se divide em cinco períodos distintos: Formativo (Micênio – c. 1600 – 1000 a.C.), Clássico (Grego antigo -– c. 1000 – 330 a.C.), Koinê (c. 330 a.C. – 330 d.C.), Alexandrino (Grego medieval – 330 – 1453) e Moderno (compreendeu o tempo representado da fundação da cidade de Constantinopla – em 328, ao fim da Idade Média, com a tomada da própria Constantinopla, pelos turcos, em 1453), dando início à Idade Moderna ou Contemporânea. Quando os jônicos deixaram a Ática, surgiu o dialeto ático, ao Felipe da Macedônia aniquilar a Grécia. Nesse período o ático serviu de base para outro dialeto, o helênico ou, "dialeto comum", com diz Angus, em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, p. 35. Assim como o aramaico foi assimilado pelos judeus cativos em Babilônia, durante os últimos séculos da Era Pré-Cristã, assimilaram, também, o dialeto Koinê na Palestina, no período anterior e posterior a Cristo (330 a.C até 330 d.C.). O dialeto ático era "áspero" e de som extenso. O Jônico notabilizou-se pela suavidade e doçura. Píndaro, Safo, Bion e Teócrito são representantes literários dos dóricos; Heródoto e Anacreonte, do jônico. O grego Koinê (Ελληνιστική
Quando os jônicos deixaram a Ática, surgiu o dialeto ático, ao Felipe da Macedônia aniquilar a Grécia. Nesse período o ático serviu de base para outro dialeto, o helênico ou, "dialeto comum", com diz Angus, em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, p. 35. Assim como o aramaico foi assimilado pelos judeus cativos em Babilônia, durante os últimos séculos da Era Pré-Cristã, assimilaram, também, o dialeto Koinê na Palestina, no período anterior e posterior a Cristo (330 a.C até 330 d.C.).
O dialeto ático era "áspero" e de som extenso. O Jônico notabilizou-se pela suavidade e doçura. Píndaro, Safo, Bion e Teócrito são representantes literários dos dóricos; Heródoto e Anacreonte, do jônico.
O grego Koinê (Ελληνιστική
Κοινή)era língua comum, falado pelo povo comum; o grego clássico (ἡἙλληνικὴγλῶσσα), pelas elites, pelos intelectuais. As mensagens episcopais (entre as igrejas e suas autoridades) eram escritas em grego "Koinê" e levadas por mensageiros chamados Apóstolos. E os apóstolos foram comissionados por Jesus Cristo para levar a mensagem de salvação aos não conversos, aos gentios de todo o mundo de então, especialmente, com a missão de anunciar e pregar o Evangelho (S. Marcos 3:14 e 15; 16:15; S. Mateus 24:14; 28:19). Pedro Apolinário foi meu professor de Crítica Textual, Grego e hebraico na faculdade, na década de 1970. Ele diz: "No grego clássico esta palavra significa um embaixador, delegado, mensageiro; no Novo Testamento mensageiro, emissário, talvez missionário. II Cor. 8:23 – predominantemente um grupo de crentes altamente honrados que tinham uma especial função. Forma verbal – despedido, enviado, para uma missão, sendo assim distinto de
Pedro Apolinário foi meu professor de Crítica Textual, Grego e hebraico na faculdade, na década de 1970. Ele diz:
"No grego clássico esta palavra significa um embaixador, delegado, mensageiro; no Novo Testamento mensageiro, emissário, talvez missionário. II Cor. 8:23 – predominantemente um grupo de crentes altamente honrados que tinham uma especial função. Forma verbal – despedido, enviado, para uma missão, sendo assim distinto de
pempein. (Cremer)"- Grego, IAE, 1986, pp. 208-9.
Manuscritos gregos mais antigos conhecidos e dos chamados Pais da Igreja (como Irineu, 130 – 202 d.C.), dão ao último livro da Bíblia que João escreveu o nome de Apocalipse de João.
O título do livro – Apocalipse leva o nome de um estilo literário existente antes do primeiro século da Era Cristã, e é de suma importância histórica para a tradição judaico-cristão-islâmica, visto se conhecer várias narrações apocalípticas de várias civilizações, comuns a elas, deturpadas pela tradição oral. É uma forma de escrever apocalíptica, não o título de uma obra, e caracteriza-se pela prosa e, não, pela poesia (com exceção de Apoc. 4:11; 5:9 e 10; 11:17 e 18; 15:3 e 4; 18:2-24; 19:11 e 2, 6-8). Essa prosa apocalíptica era comum entre os judeus séculos antes do período intertestamentário (de Malaquias – 550 anos a.C., até Cristo) e os primeiros cristãos e certos escritores da igreja primitiva. Assim, o nome do livro de João, Apocalipse, não é exclusivo, criado por ele e para o livro somente, para a finalidade a que se destinou (revelar o futuro), mas, o nome de um estilo literário já existente na época em que fora escrito.
O primeiro livro apocalíptico da Bíblia foi o de Daniel, do século VI a. C., tempo do cativeiro de Israel na Babilônia. Depois, seguiram-se outros de outros autores, com um conjunto de literatura apocalíptica que seguia mais ou menos os símbolos de Daniel. Quando os romanos ocuparam a Palestina, em 63 d.C, no primeiro século da Era Cristã, estrangulando-a pela Judéia com suas legiões, sob o comando de Pompeu, a forma literária apocalíptica aflorou com mais intensidade nos escritos religiosos, como os de João e Mateus (cap. 24). Mas, para alguns estudiosos, até os livros do Novo Testamento têm ligações diretas com o Apocalipse, como Mateus, Lucas, 1 e 2 Coríntios, Efésios, Colossenses e I Tessalonicenses.
A palavra grega αποκάλυψις (Apocalipse – Revelação), termo usado prirmeiramente por F. Lücke em 1832 e, caso fosse traduzida na língua Portuguêsa, como foi na inglesa, seria "Revelação", é mais abrangente, do ponto de vista da literatura cristã, do que o termo apóstolo (
ἀπόστολος). Tem o sentido de tirar um véu para descobrir algo e, em linguagem religiosa, descobrir o véu do futuro que, para a cristandade, culmina com o triunfo da volta de Jesus Cristo a Terra e a descida da Nova Jerusalém. Tanto judeus como cristãos, entendem o Apocalipse como sendo a revelação divina das coisas que ficaram secretas a um profeta escolhido por Ele e que, se revelada, descerra, para os defensores das desgraças imediatas, a tragédia do fim do mundo e, não, a espera e o cuidado da vida espiritual, para o gozo da vida eterna, na Cidade Santa, na Jerusalém restaurada e estabelecida na Terra, no tempo do fim. "Para os cristãos, o livro possui a previsão dos últimos acontecimentos antes, durante e após o retorno do Messias de Deus. Alguns Protestantes e Católicos entendem que os acontecimentos previstos no livro já teriam começado" (sem menção de fonte). Transliterada na língua Portuguêsa, a palavra
"Para os cristãos, o livro possui a previsão dos últimos acontecimentos antes, durante e após o retorno do Messias de Deus. Alguns Protestantes e Católicos entendem que os acontecimentos previstos no livro já teriam começado" (sem menção de fonte).
Transliterada na língua Portuguêsa, a palavra
αποκάλυψις (Revelação), virou Apocalipse, acompanhando, apenas, o som da pronúncia do original grego. João, o "Discípulo Amado", o discípulo predileto de Jesus Cristo, escreveu o Evangelho de João em Éfeso, pouco antes de sua morte, por volta do ano 98 ou 100; o Apocalipse (escrito no ano 95 ou 96), em Patmos; e as Epístolas I São João, II São João e III S. João, evidências indicam que foram escritas entre as décadas VI e IX da Era Cristã. João pregou o cristianismo na Samaria e na cidade de Éfeso, na Ásia Menor. A Samaria, cidade e província da antiga Palestina e nova capital do reino do Norte, ficava a 11 quilômetros da cidade de Siquém, perto das montanhas de Efraim. Ali viviam os habitantes de Canaã (primitivo nome da parte baixa da costa da Palestina – nome greco-romano), os cananeus, a maioria descendente de Cão, filho de Noé (Gên. 5:32, 6:10 e 11:24). Abraão acampou em Siquém e ali erigiu o primeiro altar ao Senhor (Gên. 12:6 e 7) na terra prometida. O nome antigo de Samaria era Semer e foi fundada por Onri, rei de Israel, cerca de 920 anos a.C., com o nome de Shomron (I Reis 16:24). Depois de dominada e destruída por vários povos, Herodes, o Grande, a reconstruiu, provavelmente entre os anos 25 e 31, com o nome de Sebaste (Σεβαστή = Augusto - em grego – primeiro imperador romano). Σεβαστή (Sebaste) era o equivalente grego do latim Augusta. Jesus Cristo, indo certo dia para Jerusalém, atravessou a Samaria (Lucas 17:11). E o diácono Filipe pregou e converteu muita gente na Samaria (Atos 8:4-8; 21:8). Herodes, o Grande (c. 73 a.C. - Jericó, 4. a.C.) – Herodes (em hebraico,
João, o "Discípulo Amado", o discípulo predileto de Jesus Cristo, escreveu o Evangelho de João em Éfeso, pouco antes de sua morte, por volta do ano 98 ou 100; o Apocalipse (escrito no ano 95 ou 96), em Patmos; e as Epístolas I São João, II São João e III S. João, evidências indicam que foram escritas entre as décadas VI e IX da Era Cristã. João pregou o cristianismo na Samaria e na cidade de Éfeso, na Ásia Menor.
A Samaria, cidade e província da antiga Palestina e nova capital do reino do Norte, ficava a 11 quilômetros da cidade de Siquém, perto das montanhas de Efraim. Ali viviam os habitantes de Canaã (primitivo nome da parte baixa da costa da Palestina – nome greco-romano), os cananeus, a maioria descendente de Cão, filho de Noé (Gên. 5:32, 6:10 e 11:24). Abraão acampou em Siquém e ali erigiu o primeiro altar ao Senhor (Gên. 12:6 e 7) na terra prometida.
O nome antigo de Samaria era Semer e foi fundada por Onri, rei de Israel, cerca de 920 anos a.C., com o nome de Shomron (I Reis 16:24). Depois de dominada e destruída por vários povos, Herodes, o Grande, a reconstruiu, provavelmente entre os anos 25 e 31, com o nome de Sebaste (Σεβαστή = Augusto - em grego – primeiro imperador romano). Σεβαστή (Sebaste) era o equivalente grego do latim Augusta. Jesus Cristo, indo certo dia para Jerusalém, atravessou a Samaria (Lucas 17:11). E o diácono Filipe pregou e converteu muita gente na Samaria (Atos 8:4-8; 21:8).
Herodes, o Grande (c. 73 a.C. - Jericó, 4. a.C.) – Herodes (em hebraico,
הוֹרְדוֹס; em grego, Ἡρῴδης, também conhecido como Herodes I, era idumeu de origem, mas professoava, por interesses políticos, a religão judaica, e era amigo dos romanos, dos quais tinha proteção, mesmo sendo filho de mãe (Cipros) árabe (dos beduínos nabateus, que viviam do transporte de especiarias, da Arábia Feliz – Iêmem e Omã, até o Mediterrâneo) e pai (Antípater) idumeu, uma raça odiada naquele tempo. Era helenizado (vivia segundo os costumes gregos), e culto como sua côrte, mas tido como um louco, pois assassinou a própria família e diversos rabinos, a fim de consolidar seu poder real. Entre os anos 37 a.C. e 4 d.C., era rei-cliente de Israel. Ficou conhecido por seus projetos, inclusive o da construção de Cesaréia (que significa "pertencente a César"), durante 12 anos (de 25-13 a.C.) e do Segundo Templo de Jerusalém e obras em outros lugares, além do fato mais negro de sua vida pública: a matança dos inocentes (S. Mateus 2:16). Flávio Josefo (Ant. 15.9.6), confirma que Herodes denominou a antiga Torre de Estrato em honra de seu patrono romano Augusto César. Cesaréia era a capital do Império Romano na Palestina. Após a destruição de Jerusalém, no ano 70, tornou-se também a capital da Palestina. Éfeso, fundada por colonos provenientes de Atenas, foi uma das grandes cidades gregas na costa ocidental da Ásia Menor, onde existia um dos maiores teatros do mundo, para 25 mil pessoas. Era a quinta maior cidade do império romano, com quase 500 mil habitantes e onde o cristianismo mais se difundiu. Os apóstolos Paulo e João pregaram em Éfeso. No fim do primeiro século da Era Cristã, Éfeso era uma das sete igrejas mencionadas no Apocalipse (as outras eram Esmirna, Pérgamo, Sardes, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia), conforme o registro do livro de Apocalipse 1:11. Em Éfeso, que o geógrafo, historiador e filósofo
Flávio Josefo (Ant. 15.9.6), confirma que Herodes denominou a antiga Torre de Estrato em honra de seu patrono romano Augusto César. Cesaréia era a capital do Império Romano na Palestina. Após a destruição de Jerusalém, no ano 70, tornou-se também a capital da Palestina.
Éfeso, fundada por colonos provenientes de Atenas, foi uma das grandes cidades gregas na costa ocidental da Ásia Menor, onde existia um dos maiores teatros do mundo, para 25 mil pessoas. Era a quinta maior cidade do império romano, com quase 500 mil habitantes e onde o cristianismo mais se difundiu. Os apóstolos Paulo e João pregaram em Éfeso. No fim do primeiro século da Era Cristã, Éfeso era uma das sete igrejas mencionadas no Apocalipse (as outras eram Esmirna, Pérgamo, Sardes, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia), conforme o registro do livro de Apocalipse 1:11. Em Éfeso, que o geógrafo, historiador e filósofo
grego Estrabão (Στράϐων), que viveu de 64 a.C – 25 d.C, e a descreveu como, "o maior centro de comércio exterior que havia na Ásia" (Geografia XII, 8 e 5), havia templos, palácios e casas de banhos... E, também, uma estátua do imperador Domiciano, para ser adorada, causa da desgraça de João, como desterrado na Ilha de Patmos. Estrabão era o termo que os romanos davam "àqueles cujos olhos eram distorcidos ou deformados, como os portadores de estrabismo", que faz com que os olhos não possam dirigir-se ao mesmo tempo para o mesmo objeto. Estrabão é o autor de Memórias Históricas (43 livros) e Geografia (17 livros). As ruínas de Éfeso foram descobertas em escavações realizadas de 1863 a 1874 por ingleses, e a partir de 1895 e 1926, por austríacos. Passou pela dominação de vários povos. E de suas ruínas surgiu à atual aldeia turca de Ayasoluk (Aya Soluk), que no passado foi um grande centro de exportação de figos secos, passas e tapetes, para a Europa.
Estrabão era o termo que os romanos davam "àqueles cujos olhos eram distorcidos ou deformados, como os portadores de estrabismo", que faz com que os olhos não possam dirigir-se ao mesmo tempo para o mesmo objeto. Estrabão é o autor de Memórias Históricas (43 livros) e Geografia (17 livros).
As ruínas de Éfeso foram descobertas em escavações realizadas de 1863 a 1874 por ingleses, e a partir de 1895 e 1926, por austríacos. Passou pela dominação de vários povos. E de suas ruínas surgiu à atual aldeia turca de Ayasoluk (Aya Soluk), que no passado foi um grande centro de exportação de figos secos, passas e tapetes, para a Europa.