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postado em: 21/12/2012
Teologia do Saci-Pererê
Cuidado com as novidades malucas da teologia estão por aí!
Tenho falado e ensinado em diversos ambientes eclesiásticos e teológicos: batista, luterano, presbiteriano, metodista, pentecostal, assembleiano, quadrangular, etc. Hoje em dia, percebo que há uma abertura geral em quase todas as igrejas para ouvir idéias doutrinárias e teológicas diferentes. Até mesmo as editoras evangélicas têm publicado livros das mais variadas correntes teológicas. No final das contas, a abertura é tão grande que há pouco exame e discernimento do que está à disposição. Algumas editoras chegam até a ter uma linha contraditória. Quando há algum distanciamento entre alguns grupos evangélicos, isso ocorre por razões de outra natureza e não teológica. É mais uma demarcação de território do que uma discussão de idéias.
A verdade é que no Brasil os contornos teológicos são flácidos, o problema maior, porém, é a fragilidade teológica. Sem conhecimento de filosofia, história, línguas originais, exegese e teologia propriamente dita não é possível fazer teologia de verdade. Infelizmente o que acontece é uma transposição direta de modelos teológicos norte-americanos (conservadores e liberais) e europeus (principalmente alemães). Eu diria que há uma teologia nacional incipiente, que ainda não se cristalizou nem adquiriu forma. Todavia, o movimento é crescente, e creio que chegará a bons resultados. Para que isso aconteça é preciso aproximar a igreja da teologia: nosso povo precisa pensar mais. Outro problema é que muita gente toma decisões teológicas por reação emocional e não por consciência e aprofundamento; cresce o número de pastores que só é contra alguma coisa, sem saber o que ele mesmo é.
Na reflexão teológica não pode haver limites para questionamento e argumentação. Não há como fazer ciência ou teologia com policiamento. A tarefa é árdua. Infelizmente, há em muitos setores o pressuposto obscurantista ou agnóstico de que pensar teologicamente não tem valor; para tais pessoas, o importante é sermos apenas superficialmente amigáveis. É a teologia do “deixa disso”, ou o desprezo da teologia. Além disso, encontramos também muita teologia malfeita: quem a faz nem percebe as contradições internas do sistema. Um capítulo da teologia malfeita é a teologia mal intencionada, ou seja, a teologia controlada por uma agenda. É o caso de uma teologia política, os direitistas, por exemplo, nunca criticam os EUA e seus erros absurdos, já os esquerdistas nunca criticam Cuba e os crimes de regimes marxistas. É um dado viciado! Somente uma discussão franca e aberta pode ajudar o necessário ajuste de idéias.
No meio de toda esta confusão uma tendência teológica preocupante e problemática surgiu nos EUA e já influencia o Brasil. A raiz está no que é chamado de teologia do processo. O movimento começou a ter força nos EUA nos anos 30. Seus principais representantes são Charles Hartshorne, Alfred Whitehead e John Cobb. Em resumo é “o elogio do movimento”.
Esses teólogos enfatizaram que a realidade é um fluxo permanente, e que o próprio Deus está inserido neste fluxo; acabaram adotando uma perspectiva panteísta (Deus se confunde com a natureza, ainda que seja maior do que ela), afastando-se da teologia cristã histórica. Portanto, a idéia deles é que Deus é um ser mutável e que está num processo evolutivo. Essa teologia influenciou muitos pensadores, inclusive judeus. Merece destaque o popular Rabino Harold Kushner (autor de Por que coisas más acontecem a pessoas boas, e até certo ponto, Abraham Heschel. Na busca de uma refutação de uma metafísica estática, a teologia do processo define como categoria absoluta o fluxo do tempo. Deus está subordinado a ele, e deixa de ser Deus no sentido bíblico do termo. É uma teologia bem liberal.
Filho da teologia do processo, surge depois o movimento do teísmo aberto. Foi um reflexo da teologia do processo no meio protestante americano. Começou no meio adventista com Richard Rice, e tem como principais defensores teólogos americanos como John Sanders e Clark Pinnock, que foram muito questionados e quase excluídos da Evangelical Theological Society.
O teísmo aberto representa forte reação exagerada contra o calvinismo. A idéia básica desses teólogos americanos é que Deus decidiu abrir mão de sua soberania e da sua onisciência e resolveu não saber e controlar o futuro. Em resumo, Deus “abriu mão de ser Deus”. Na verdade, eles rejeitam a teologia histórica evangélica e ignoram centenas de textos bíblicos que afirmam atributos essenciais de Deus (Sl 139).
Por incrível que pareça, o intuito original das duas tendências teológicas era positivo. A idéia original era resolver o problema do mal. Como Deus pode ser considerado bom diante de tanta maldade do mundo? O interesse desses teólogos era “livrar” Deus de ser responsabilizado pelo sofrimento que há no mundo. No entanto, o resultado foi catastrófico e trouxe mais problemas do que soluções. A solução simples foi: “Deus precisa deixar de ser Deus, tornando-se menos onipotente e onisciente para que não seja responsabilizado pelo sofrimento do mundo”. Essa teologia americana, “prática” e “simples”, e superficial, é na verdade uma teologia radical, polarizada, que ignora a dialética hebraica bíblica e que desconhece a realidade do mistério.
Como gosto de dizer: Precisamos evitar “a teologia do saci-pererê” (a teologia de uma “perna só”, de uma tendência só, radical). É preciso fugir dos radicalismos: Uns dizem que Deus é só razão, outros afirmam que ele é só emoção. Uns insistem que Deus faz tudo, anulando a ação do ser humano, outros afirmam que Deus não pode fazer nada sem nossa autorização (nós é que decidimos … e ainda chamam Deus de Senhor!!!). Uns preferem um Deus mais coletivo, sociológico; outros afirmam que Ele é o Deus individual. Há quem veja Deus como inserido na realidade concreta do mundo; outros o colocam no “milésimo céu”, em sua espiritualidade e distância absolutas. A verdade é que toda teologia radical terá sérios problemas e graves conseqüências. Devemos entender que “duas paralelas só se encontram no infinito”, que toda moeda “tem duas faces” e que a realidade é mais dialética ou “poli-alética”. Na Bíblia, há tensões com as quais precisamos conviver. Se cairmos para um extremo, logo adotaremos uma heresia.
Uma teologia equilibrada trará muitos benefícios para todos:
Em primeiro lugar, seremos mais humildes em nossa afirmação de “conhecimento do sagrado”. Em segundo lugar, aprenderemos a separar questões fundamentais de problemas irrelevantes e pouco importantes. Em terceiro lugar, desenvolveremos uma tolerância e um senso fraternidade e amor cristãos indispensáveis.
A verdade é que precisamos amadurecer nesta direção, pois a igreja brasileira tem mais condições culturais de elaborar uma teologia menos radical do que a teologia da maioria do chamado “primeiro mundo”. Devemos fugir da teologia do saci-pererê, evitando que nossas igrejas saiam por aí, pulando de uma perna só, caindo em bobagens teológicas como o “teísmo aberto”.
Autor: Luiz Sayão
Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br
Nota do Editor
Quer teologia (se é que se pode chamar isso de “teologia”) mais equivocada e perneta do que esta heresia que nega a personalidade do Espírito Santo??? Este “pessoal” que vira e mexe vive nos enviando calhamaços de textos mal-escritos, fundamentados em idéias meramente humanas descoladas do Referencial Maior: a Bíblia, a Palavra inerrante e infalível de Deus. São textos fora de contexto (no caso dos textos bíblicos) usados como pretexto para essas idéias e conclusões das mais estapafúrdias possíveis e, ainda, se arrogam a nobre comenda de “bereanos”!? Vejam, amados leitores e internautas, o que Paulo afirma com respeito aos verdadeiros bereanos: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a Palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17:11). Conclamamos a todos aqueles que lerem estas palavras, incluindo os dissidentes e/ou heréticos que estão a cometer aquele que Jesus rotulou como o mais abominável de todos os pecados (Mateus 12:31-32), a que sejam humildes e aceitem – permitam – a atuação plena do Espírito Santo em sua vida, de forma a conduzi-los a toda a Verdade – como é o Seu (do Espírito Santo) papel: “quando vier, porém, o Espírito da Verdade, Ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (João 16:13). Como digo sempre: Lembrem-se: O importante não é o que o padre diz! O importante não é o que bispo diz!O importante não é o que o pastor (da sua igreja ou denominação) diz! O importante não é o que o presbítero diz! O importante não é o que o “apóstolo” diz! O importante não é o que o reverendo diz! O importante não é o que o pai de santo diz! O importante é o que Deus diz!!! Face à infalível Palavra de Deus, a única coisa fazer é com humildade e intrepidez afirmar a quem quer que seja: "Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29).
Caso Você Queira Saber Mais Sobre o Assunto, Eliminando Todas as Suas Dúvidas Sobre a Pessoa e Obra do Espírito Santo:
http://www.iasdemfoco.net/2008/100_Respostas_Sobre_a_Trindade.pdf
Quanto ao chamado “Teísmo Aberto” ou esdrúxula teoria da “Onisciência Aberta de Deus” que tentou há décadas penetrar nos arraiais adventistas, essa teologia perneta foi totalmente trucidada pelo teólogo adventista Alberto Ronald Timm (PhD), num artigo publicado na revista Ministério Novembro/Dezembro de 1984 e, depois, postado aqui em nosso portal: http://www.iasdemfoco.net/mat/querosaber/abrejanela.asp?Id=186