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postado em: 11/6/2008
O Espiritismo Perante a Bíblia Com seus 170 milhões de habitantes, mais de 70% declarando-se católicos-romanos, o Brasil é considerado demograficamente o maior país católico do mundo. Não obstante, entre os brasileiros, uma religião que cresce extraordinariamente é o espiritismo. Isto se dá tanto em sua forma refinada, chamada de Kardecismo (pautando os seus ensinos e práticas segundo os escritos de Allan Kardec, chamado de “codificador do Espiritismo”), também conhecido como “alto espiritismo”, como em sua forma popular, ou “baixo espiritismo”, com elementos oriundos do espiritismo de Kardec, do animismo indígena e africano, e do próprio catolicismo-romano. É fato bem sabido ser comum que pessoas de formação católica freqüentem as reuniões espíritas, tanto do chamado “alto” quanto do “baixo espiritismo”. Assim, aos domingos assistem à missa, e em outros dias da semana participam regularmente de sessões espíritas. Com isso, alguns chegam a alegar que o Brasil não é mais exatamente “o maior país católico do mundo”, vindo a ser talvez o maior país espírita do planeta! Um verdadeiro sincretismo religioso atrai pessoas adeptas da própria religião principal, o catolicismo, e aqueles que se empolgam com as teorias kardecistas. É o caso da Umbanda, Quimbanda ou Candomblé, praticados nas mais diversas regiões do país, com participação tanto de pessoas humildes e sem cultura, quanto de figurões da política e das artes. Nessas religiões, os santos da Igreja Católica recebem nomes diferentes, e são identificados e cultuados como deuses da mitologia desses cultos. Mas não é só no Brasil que esse fenômeno pode ser testemunhado. Nos Estados Unidos, as seitas e crenças exóticas, inspiradas em filosofias orientais que contêm muitos elementos do espiritismo clássico, vêm tendo crescente aceitação nestas últimas décadas. Os próprios jovens oriundos do movimento hippie adotaram em massa as religiões da Índia, China e Japão, de onde procedem alguns dos alicerces do espiritismo moderno. Uma famosa ex-artista de Hollywood passou a escrever livros defendendo teses de reencarnação e comunicação com os mortos, popularizando ainda mais tal filosofia. Num giro pela Europa em anos passados tive oportunidade de observar publicidade em estações de rádio na Itália e França proclamando as virtudes de indivíduos dotados de capacidade supostamente sobrenatural, inclusive com acesso aos que morreram, para ajudar a quem quer que precise, obviamente mediante pagamento. . . Os Princípios Básicos da Fé Espírita Alegando não se tratar meramente de religião, mas ser três coisas-religião, filosofia e ciência, o espiritismo prega a caridade como básica para o aprimoramento do indivíduo em preparação para uma vida superior no além. Tendo por fundamento a idéia da reencarnação e, subjacente a ela, a da imortalidade da alma, os espíritas ensinam que o corpo não passaria de uma prisão material da verdadeira essência do indivíduo, sua alma, ou espírito. E segundo o admitido princípio da evolução, o homem vai superando gradativamente suas deficiências e purificando-se, através de muitas vidas sucessivas, em diferentes épocas e mesmo formas, até chegar à pureza absoluta. Nessa linha de pensamento, os que vivem agora em sofrimento é porque certamente foram maus na vida pregressa e estão sendo refinados para uma existência superior e mais feliz numa outra vida. O espiritismo também promove a consulta aos que morreram, como não só uma possibilidade real, mas um privilégio a qualquer pessoa que consiga recorrer a seus médiuns, que seriam indivíduos superdotados com a capacidade de evocar os espíritos dos que se foram, atraindo-os mesmo à visão dos que os busquem. Tendo elementos do cristianismo e de outras religiões antigas, os espíritas chegam a citar a Bíblia como base de tais idéias. Mas o Mestre Jesus é tido por um grande filósofo, como outros grandes fundadores de religiões e promotores de idéias revolucionárias – a exemplo de Buda, Maomé, Confúcio, etc. É apenas mais um guru de superior intelecto e espiritualidade. Quando Jesus se entrevista com o líder judaico Nicodemos e lhe diz: “importa-vos nascer de novo” (João 3:7), os espíritas não têm dúvida de que isto representa a reencarnação sendo admitida por Cristo. O problema nessa concepção é o costume de partir de idéias preconcebidas como premissa básica e buscar a comprovação para tais idéias em qualquer trecho que tenha a mais leve referência a elas, mesmo indireta. Respeitando o Contexto Já se disse que “um texto fora do contexto é mero pretexto”. Se o estudioso do assunto examinar os ensinos de Cristo globalmente, em lugar de apanhar segmentos isolados que aparentemente lhe favoreçam a idéia, não encontrará harmonia de Seus ensinos com o que pregaram os mestres do passado a respeito da morte. Cristo fala em ressurreição, não reencarnação. A própria idéia de “novo nascimento” é tornada clara no verso 5 ao Jesus falar em “nascer da água”. Tendo por base um costume já existente entre os judeus de uma lavagem purificadora para indicar renovação espiritual, fica claro pelo contexto literário e histórico que a referência é ao batismo, simbolizando a morte para a vida pecaminosa, e um renascer para nova vida segundo o Espírito de Deus. O apóstolo Paulo tornou isto bem claro em Romanos, capítulo 6. A evidência de que ressurreição não é o mesmo que reencarnação se acha nos relatos dos Evangelhos ao descreverem como Jesus miraculosamente trouxe de volta à vida pessoas que haviam exalado o último suspiro. Há o episódio da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim, e, de modo destacado, a volta à vida de seu amigo Lázaro, que já estava sepultado há quatro dias e até “cheirava mal”, todos sobrenaturalmente trazidos de volta à vida por Jesus, com seus mesmos corpos (ver Lucas 8: 41-56; 7: 11-16; João, cap. 11). Portanto, por uma questão de coerência, uma vez que se recorra à Bíblia como documento comprobatório de uma tese, todo o seu contexto deve ser levado em conta para validar ou negar a idéia. Jesus citava repetidamente o Antigo Testamento, que era a Escritura vigente em Seu tempo. Reconhecia sua autoridade como livro histórico e como um manual de instrução da vida prática, e fonte de doutrina religiosa. No Antigo Testamento fala-se sobre a ressurreição, não reencarnação, havendo uma detalhada descrição da ressurreição em Ezequiel 37. É por demais claro que a idéia da imortalidade da alma não encontra apoio ali (ver Ecles. 9:5, 10; Sal. 146:3, 4). Igualmente, a prática comum do espiritismo de consultar os mortos, muito difundida entre os povos antigos que circundavam Israel, é claramente condenada nas Escrituras (ver Êxodo 22:18 e Deuteronômio 18:11-14). O profeta Isaías, muitos séculos depois que as leis de Moisés foram proclamadas, exorta o povo de Israel a não contaminar-se com ritos religiosos dos povos pagãos que os rodeavam: “Se disserem: Consultai os encantadores e os adivinhos, que sussurram falando, responde: Não consultará o povo ao seu Deus? Consultará os mortos pelos vivos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem conforme estas palavras, é porque não têm iluminação” (Isaías 8:19, 20). Evolução ou Salvação? Uma das premissas fundamentais do espiritismo – no que se revelaria o seu aspecto de ciência – é a teoria da evolução das espécies. Sabe-se hoje que as posições evolucionistas, popularizadas a partir de Darwin no século XIX, têm sido cada vez mais disputadas*. Não se tem podido demonstrar a existência de “elos perdidos” que comprovariam que o homem procede de formas inferiores, e os descobrimentos da Astronomia têm lançado dúvidas sobre as teorias da origem do universo. Crer que o homem está sempre evoluindo por meio da reencarnação produz uma dúvida difícil de responder: Como se explica o aumento do crime, da corrupção, do divórcio, das intrigas políticas, do consumo de drogas, do suicídio e da falta de amor em geral, quando tudo isso contradiz a idéia de que a humanidade está evoluindo moral e espiritualmente há séculos e milênios? Finalmente, a idéia de praticar obras para ganhar a aceitação de Deus e merecer uma vida superior choca-se claramente com o fundamento da mensagem bíblica e cristã. Contrariamente a essa doutrina própria de religiões não-cristãs, as Escrituras ensinam que a salvação do pecador deriva, não de seus próprios atos meritórios, mas da morte de Jesus, que foi perfeito e obedeceu plenamente a toda a lei divina, tomando o lugar dos seres humanos falíveis (Efésios 2:8-10). Todas as nossas obras estão maculadas pelo pecado e, por isso, é somente graças à intercessão dAquele que foi feito pecado por nós (Romanos 5:6-12) que lograremos o perdão e aceitação do Pai; não para continuar tendo existências experimentais e refinadoras sobre esta Terra de sofrimento e dor, mas para viver eternamente na companhia de Deus e de Seus anjos (João 14:1-3, Apoc. 22:3-5). É indiscutível que a Bíblia nos oferece a alternativa verdadeira e, por conseguinte, a melhor. Estudemo-la, pois, e sigamos os seus ensinos. Autor: Prof. Azenilto G. Brito